Title | Aula 6 - Método de Hardy-Cross |
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Author | Daniel Messias |
Course | Sistemas de Saneamento |
Institution | Universidade Federal de São Carlos |
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Aula sobre o Método de Hardy-Cross, envolvendo um exemplo do mesmo, considerações sobre traçado de rede, uso de hidrantes e sobre importância da ancoragem da tubulação....
Método Hardy-Cross Aula 6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRAÇADO DE REDE: ● Cada nó deve ter sua cota representada; ● Não são usadas linhas auxiliares na cotagem do comprimento de rede. Ao invés, anota-se o comprimento paralelamente ao trecho; ● Sempre que representado o “PBA” (ponta boca anel), por exemplo em “PVC PBA”, deve-se especificar o tipo de junta. Por exemplo: “120m - PVC PBA JE - DN 50”; ● Todo projeto de rede, seja de água ou de esgoto, deve ter curva de nível; ● Toda ponta de rede deve ter um registro de descarga. Assim, quando projetada uma ponta seca, deve-se pensar em como fazer o registro de descarga. ○ Para tanto, costuma-se fazer uma caixa com o registro em questão; ● Para instalar um hidrante, é obrigatória uma rede de diâmetro, no mínimo, igual a 100mm. ○ Um hidrante é instalado no pé do reservatório, o qual cobre um raio de pelo menos 300 metros. Como consequência, recomenda-se a presença de outro hidrante a 600 metros do reservatório. MÉTODO HARDY-CROSS É usado para o dimensionamento de redes estritamente malhadas (redes mistas, por exemplo, não podem ser calculadas pelo método), as quais formam anéis. Obedece às seguintes considerações: ● A somatória das vazões em cada nó é nula. ○ Isso significa que a mesma vazão que entra em um nó, deve sair do mesmo. ● A somatória das perdas de carga em cada anel é nula, isto é, ∑ hf = 0 . São feitas algumas iterações até que se atenda a tais condições, tratando-se, portanto, de um método de tentativas. O estudo do método se dará tendo como base um exercício, para facilitar a assimilação dos conceitos ao ver sua aplicação.
Alguns dados iniciais, já calculados na Aula 4, para J = 8m /Km e C = 120 : DN
Q (l/s)
50
0,92
75
2,68
100
5,72
Além disso, tem-se Qmax = 4, 34l /s .
Serão enumerados os anéis e adotado o sentido horário como positivo. Considerar-se-á que os primeiros 20 metros, do trecho R1, não possui vazão /s em marcha. Os demais, têm uma vazão q = 4,34l . 700m = 0 , 0 062l/ (s * m ) Na sequência, será feito o carregamento dos nós. ● Nó 1: tem área de influência de 100/2 + 100/2 = 100 metros. Assim, sairá uma vazão de 100m * q = 100m * 0, 0062l/(s * m) = 0, 62l /s . ● Nó 2: tem área de influência de 100/2 + 100/2 + 100/2 = 150 metros. Dessa forma, sairá uma vazão de 150m * q = 150m * 0, 0062l/(s * m) = 0, 93l /s . ● Nó 3: tem área de influência de 100m, de modo que sairá uma vazão de 0, 62l/s .
● Nó 4: tem área de influência de 100m, de modo que sairá uma vazão de 0, 62l/s . ● Nó 5: tem área de influência de 150m, de modo que sairá uma vazão de 0, 93l/s . ● Nó 6: tem área de influência de 100m, de modo que sairá uma vazão de 0, 62l/s .
Sabemos que os pontos com maiores diâmetros são os mais próximos ao reservatório. Assim, vamos focar no nó mais distante: o nó 4. Ele deve oferecer uma vazão de 0, 62l/spara uma determinada região. Naturalmente, se dele sai 0, 62l/s , deve entrar 0, 62l/s . Há várias possibilidades: ● ● ● ●
A vazão pode vir inteiramente do trecho 3-4; A vazão pode vir inteiramente do trecho 5-4; Pode vir metade da vazão do trecho 3-4 e metade do trecho 5-4; ou Pode vir uma parte qualquer da vazão de um trecho e o restante do outro. ○ É possível, ainda, que uma dessas partes seja negativa, isto é, que saia vazão do nó por um trecho e chegue uma vazão maior pelo outro. Vamos admitir que metade da vazão vem de cada trecho.
Observando, agora, o nó 3, notamos que sai dele um total de 0, 62 + 0, 31 = 0, 93 l/s . Assim, definimos a entrada de vazão no mesmo 0, 93l/s . Em relação ao trecho 2-5, adotamos uma vazão de 0, 45l/s . Poderíamos adotar qualquer outro valor, de modo que, em algum momento, o processos iterativo chegaria ao resultado correto. O problema, porém, é o número de iterações necessárias para se chegar a tal resultado. No trecho 1-2, notamos que deve passar uma vazão de 2, 3 1l/s , e, no trecho 1-6, passa uma vazão de 1, 41l/s , pois é igual à vazão do reservatório, que o mesmo recebe, menos as vazões que já saem do mesmo: 4, 34 − 2, 31 − 0, 62 = 1, 41l/s . No trecho 6-5, passa uma vazão de 1, 41 − 0, 62 = 0, 79l /s . Montamos a seguinte tabela:
Anel
I
II
Trecho
L(m)
Q_0 (l/s)
1-2
100
2,31
2-5
100
0,45
6-5
100
-0,79
1-6
100
-1,41
2-3
100
0,93
3-4
100
0,31
5-4
100
-0,31
2-5
100
-0,45
A partir da tabela de vazões vista no início, definimos os diâmetros iniciais; Anel
I
II
Trecho
L(m)
Q_0 (l/s)
DN
1-2
100
2,31
75
2-5
100
0,45
50
6-5
100
-0,79
50
1-6
100
-1,41
75
2-3
100
0,93
50
3-4
100
0,31
50
5-4
100
-0,31
50
2-5
100
-0,45
50
Observar que, no caso do trecho 2-3, a vazão ultrapassou, por pouco, o limite permitido para DN 50. Adotamos, ainda assim, o mesmo. É importante observar o fato de que, ao final das iterações, devemos, ainda, verificar novamente se os diâmetros adotados atendem às vazões finais. Para cada anel, deveremos calcular ΔQ , pela equação:
O cálculo da perda de carga é feito pela equação , onde usa-se o módulo da vazão.
Anel
I
Trecho
L(m)
Q_0 (l/s)
DN
h_f0
h_f0 / Q_0
1-2
100
2,31
75
0,6053
0,2621
2-5
100
0,45
50
0,2115
0,4700
6-5
100
-0,79
50
-0,5991
0,7583
1-6
100
-1,41
75
-0,2429
0,1722
ΔQ_0
II
-0,0251
1,6627
2-3
100
0,93
50
0,8102
0,8711
3-4
100
0,31
50
0,1061
0,3424
5-4
100
-0,31
50
-0,1061
0,3424
2-5
100
-0,45
50
-0,2115
0,4700
0,5987
2,0260
0,0082
-0,1597
Calcula-se, então, a vazão corrigida, no caso da primeira iteração, Q1 , somando-se a Q0 o valor do ΔQ . No caso do trecho em comum aos dois anéis, soma-se, ainda, a correção do outro anel (isto é, o ΔQ do outro anel), com sinal trocado.
Anel
I
II
Trecho
L(m)
Q_0 (l/s)
DN
h_f0
h_f0 / Q_0
1-2
100
2,31
75
0,6053
0,2621
2,3182
2-5
100
0,45
50
0,2115
0,4700
0,6179
6-5
100
-0,79
50
-0,5991
0,7583
-0,7818
1-6
100
-1,41
75
-0,2429
0,1722
-1,4018
-0,0251
1,6627
ΔQ_0
Q_1
0,0082
2-3
100
0,93
50
0,8102
0,8711
0,7703
3-4
100
0,31
50
0,1061
0,3424
0,1503
5-4
100
-0,31
50
-0,1061
0,3424
-0,4697
2-5
100
-0,45
50
-0,2115
0,4700
-0,6179
0,5987
2,0260
-0,1597
De acordo com a norma, quando se tem um ajuste menor que 0, 05l /s , considera-se aceitável. No exemplo, devem ser feitas outras iterações, já que o ΔQ do anel II ultrapassou, em módulo, o limite de 0, 05l/s . ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE REDES Imagine o esquema abaixo:
Na rede, também devem ser feitos cálculos considerando as forças envolvidas. No exemplo do esquema, por exemplo, há uma pressão exercida na tubulação e que deve ser resistida pelo travamento. É importante observar que a presença de tais travamentos deve constar no memorial....