Caeiro- características da sua poesia (12° ano- Português) {serve para o exame} PDF

Title Caeiro- características da sua poesia (12° ano- Português) {serve para o exame}
Author Rosa Rocha
Course portugues
Institution Universidade do Porto
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ESCOLA SECUNDÁRIA HOMEM CRISTO A POESIA DE ALBERTO CAEIRO PORTUGUÊS 12º ANO

CURSOS CIENTÍFICO-HUMANÍSTICOS

ANO LETIVO 2021-2022

O FINGIMENTO ARTÍSTICO: o poeta “bucólico” Alberto Caeiro, o primeiro dos três heterónimos a aparecer, escreveu um conjunto de poemas intitulados O Guardador de Rebanhos. Pessoa chamou-lhe o “Mestre” por não procurar um sentido para a vida, uma vez que se contenta com aquilo que vê em cada momento. Constitui, assim, uma espécie de “grau zero”, a partir do qual todos os outros eus existem. Era um poeta do campo, sem estudos, que vivia em plena comunhão com a Natureza. Este poeta bucólico deslumbrava-se com as coisas simples e naturais percecionadas pelo seu olhar. A poesia de Caeiro é clara, com uma linguagem simples, aproximando-se da prosa. Não respeita regras poéticas. Os seus poemas assemelham-se à expressão instintiva de pensamentos. Caeiro, um poeta fingidor, opõe o seu fazer poético, simples e ingénuo, ao dos outros poetas, que trabalham os versos de forma artificial. O seu fingimento artístico consiste em fazer crer que não há lugar para a intelectualização das emoções, surgindo a criação artística de forma espontânea. No entanto, esta poesia aparentemente instintiva, ao saber das estações do ano, é quase pura filosofia.

REFLEXÃO EXISTENCIAL: o primado das sensações Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos”, que só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí, o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza. Para Caeiro, “pensar é estar doente dos olhos”. Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa, vendo e ouvindo. Recusa o pensamento metafísico, afirmando que “pensar é não compreender”. Ao anular o pensamento metafísico e ao voltar-se apenas para a visão total perante o mundo, elimina a dor de pensar que afeta Pessoa. Caeiro é o poeta da Natureza, que está de acordo com ela e a vê na sua constante renovação. E porque só existe a realidade, o tempo é a ausência de tempo, sem passado, presente ou futuro, pois todos os instantes são a unidade do tempo. Mestre de Pessoa e dos outros heterónimos, Caeiro dá especial importância ao ato de ver, mas é sobretudo inteligência que discorre sobre as sensações, num discurso em verso livre, em estilo coloquial e espontâneo. Passeando a observar o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza. É um sensacionista a quem só interessa o que capta pelas sensações e a quem o sentido das coisas é reduzido à perceção da cor, da forma e da existência. Constrói os seus poemas a partir de matéria não-poética, mas é o poeta da Natureza e do olhar, o poeta da simplicidade completa, da objetividade das sensações e da realidade imediata (“Para além da realidade imediata não há nada”), negando mesmo a utilidade do pensamento. Alberto Caeiro define-se pela totalidade das sensações, mas sobretudo pela visão, que lhe permite captar a essência da realidade, tal como o olhar ingénuo da criança. Tal como a Natureza, não pensa, não crê em nada, apenas existe. É, assim, o criador do Sensacionismo, não procurando conhecer o que está para lá do que perceciona através dos órgãos dos sentidos.

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Exprime, através de uma linguagem simples e concreta, sensações aparentemente espontâneas, mas que, na verdade, são produto de uma reflexão. Caeiro finge ser o mais sensacionista dos heterónimos, mas é cerebral e a sua poesia é pensada e trabalhada.

Alberto Caeiro “Aparecera em mim, o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive.” (Fernando Pessoa) • O poeta da Natureza • Relação de harmonia com a Natureza, que assume valor essencial • O desejo de se transformar numa coisa vulgar, natural • A ruralidade e a simplicidade • Buscar na simplicidade a capacidade de ser feliz • A recusa da intelectualização e do pensamento metafísico (o pensamento torna as coisas uniformes) • A apologia dos sentidos • Só as sensações dão acesso ao real; o poeta identifica-se com o real e o imediato • A apologia da visão como sentido preferencial • A apologia do realismo sensorial • A “eterna novidade das coisas” • O paganismo / panteísmo – não existe Deus, apenas a pluralidade da Natureza • O deambulismo – hábito de andar sem rumo

Bibliografia Preparação para o exame final nacional – Português 12º ano. 2021. Porto Editora. ROCHA, Marina. 2019. EXAME Português – 12º ano. LEYA, SA. DELINDRO, Fernanda Bela et al. 2018. Preparar o exame nacional de Português. Areal Editores.

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