Comentário - Historiografia - Robert Slenes PDF

Title Comentário - Historiografia - Robert Slenes
Author Geovanna Alice Coelho
Course Historiografia
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Summary

Comentário referente ao texto: “Na Senzala, uma flor – Esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil, Sudeste, século XIX.” – Roberto Slenes; Escravidão Negra em debate. In: FREITAS, Marcos Cezar. (Org.). Historiografia Brasileira em Perspectiva. p. 103-117 – Suely Robles de Queiró...


Description

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – CURSO DE HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA DOCENTE: LEONARDO CÂNDIDO ROLIM DISCENTE: GEOVANNA ALICE COELHO

Comentário referente ao texto: “ Na Senzala, uma flor – Esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil, Sudeste, século XIX.” – Roberto Slenes; Escravidão Negra em debate. In: FREITAS, Marcos Cezar. (Org.). Historiografia Brasileira em Perspectiva. p. 103-117 – Suely Robles de Queirós

Basicamente,

deve-se

levar

em

consideração,

a

renovação

historiográfica desenvolvida e permitida através do trabalho minucioso e demasiadamente detalhado, em termos históricos, do autor Roberto Slenes. Vital reiterar que a construção da obra esteve pautada nas observações e pesquisas aprofundadas acerca dos relatos documentais do viajante francês Charles Ribeyrolles, buscando exatamente relatar os sinais simbólico da esperança em meio as péssimas condições de vida, trabalho e sobrevivência das famílias escravas existentes no Brasil Colonial. Dessa forma, é fundamental considerar que a produção histórica de Slenes traduz um panorama quantitativo e qualitativo acerca da historiografia escrava brasileira, produzida em um contexto acadêmico geral, levando em consideração a análise dinâmica de singularidades que, anteriormente, não eram visualizadas. Seriam exatamente essas particularidades, os fatores essenciais para a compreensão e elucidação de novas perspectivas e abordagens acerca do que foram as famílias escravas, assim como a sua simbologia notória. Nessa perspectiva, torna-se fundamental considerar que a obra “Na Senzala, uma flor – Esperanças e recordações na formação da família escrava:

Brasil, Sudeste, século XIX” traz informações relevantes ao entendimento de um novo perfil sociocultural brasileiro, corroborando em dimensões teóricopráticas que corroboram em pontos de vista diversificados e abrangentes, especialmente no tocante ao tratamento e a própria caracterização das atuais classes populares brasileiras, as quais ainda sofrem a discriminação e a subjugação, nos termos de uma ligação ativa entre a memória histórica constituída acerca das referências recorrentes entre o passado e o presente. De acordo com Enidelce Bertin, “a formação de laços de parentesco e a preservação de heranças culturais africanas passam a ser entendidas como formas de resistência à política senhorial”. O dimensionamento ideológico utilizado para o embasamento teórico da obra se constituiu entorno das novas perspectivas historiográficas, em voga ao longo da década de 1970, estabelecendo complexas dicotomias sobre a visão que se produziu das figuras simbólicas de escravos/cativos e suas respectivas famílias, contrapondo as estereotipadas noções de que os negros estariam envolvidos pela mancha do pecado, dos desregramentos, da violência e da promiscuidade; consequentemente, elucidar o ponto-base de que os escravos estariam propensos à organização coletiva e institucionalizada, familiarmente, de seus povos, contribui na conjunção de novos apontamentos científicos, mais especificamente, historiográficos, no tocante a questão. Nesse contexto, tornou-se vital recorrer aos instrumentos de uma demografia histórica, sendo aí inserida sua total relevância, fator este que propiciou a recuperação de aspectos primordiais a análise historiográfica pretendida por Slenes. Perpassam-se por uma série de fundamentações e análises historiográficas e antropológicas, a fim de se compreender as singularidades e os significados simbólicos perpetrados no contexto da família escrava e as concepções afins aos conceitos e outros pensamentos invisibilizados, ao longo das pesquisas acadêmicas produzidas sobre a temática. Dessa forma, como já mencionado anteriormente, o autor mescla a documentação histórica de essência quantitativa e qualitativa para a construção de uma narrativa que evidencia, nitidamente, um recorte sobre a história dos vencidos, no caso, os escravos e suas famílias, em uma clara expressão simbólica que associa, direta e indiretamente, singularidades sobre

o cativo, nos múltiplos âmbitos sociais destacados, assim como demonstra como tais fatores se ligam a uma elucidação do passado escravista, nos termos das organizações familiares, como símbolo de luta e oposição ao domínio patriarcal, segregacionista e escravocrata ao longo do século XIX, no Brasil, inserindo-se aqui, a busca incessante por espaços sociais que notifiquem a visibilidade e a autonomia da figura do escravo, do negro em si....


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