Comunicação e relacionamento terapêutico PDF

Title Comunicação e relacionamento terapêutico
Author Allexia Schmitutz
Course Enfermagem em Saúde Mental II
Institution Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Pages 4
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Summary

Resumo da matéria de Saúde Mental, que aborda a comunicação e o relacionamento terapêutico. Ambos os termos são os carros chefe da assistência do profissional de Enfermagem, principalmente quando o assunto é saúde mental. Como o profissional deve se portar e como reconhecer o que o paciente não diss...


Description

Comunicação e relacionamento terapêutico Como existe uma grande diferença no que eu quero dizer, no que eu digo, o que o outro quer ouvir, o que o outro ouve e o que o outro entende, é importante escolher bem as palavras, dos gestos e do contexto e da forma como são transmitidas as mensagens. A enfermagem tem papel essencial no cuidado , onde o mesmo deve garantir boas condições de saúde física e mental. Abordando as questões de autodescobrimento e enfrentamento. O sofrimento é uma das características que ameaça a integridade biológica, que necessita de cuidado solidário. Já o sofrimento psíquico, enraizado de complexidade, que acopla o meio social e cultural, leva a pessoa a pensar sobre a necessidade da sua existência. A comunicação, o “carro chefe” do profissional de Enfermagem, é onde as pessoas deixam expressar o que são, tudo isso com base no seu meio. Sendo o principal objeto de vínculo, e até de uma “relação terapêutica”, desde que seja uma escuta ativa e interessada. Mesmo no silêncio, as ações não-verbais podem expressar inúmeros questionamentos. A comunicação não-verbal abrange cerca de 93% das possibilidades de expressão, em um contexto de interação social, manifestando-se em 38% das oportunidades por sinais paralinguísticos, tais como a entonação da voz, os grunhidos, os ruídos vocálicos de hesitação, a pronúncia, a tosse e o suspiro provocados por tensão; e, em 55%, pelos sinais silenciosos do corpo, como os gestos, o olhar, a postura, a expressão facial, assim como as próprias características físicas, que individualizam o ser dentro de seu contexto específico. A mensagem não verbal, em caso de contradição, prevalece sobre a verbal. O profissional deve ter afeto, demonstrando carinho, empatia e segurança. E os mesmos devem estar atentos a sua linguagem corporal, pois a mesma também é interpretada pelo paciente. 

Estratégias de comunicação terapêutica: escuta ativa e comunicação assertiva

A comunicação terapêutica é um tipo singular de comunicação inserida na comunicação clínica e comunicação em saúde, utilizada por profissionais de saúde para apoiar, informar, educar e capacitar as pessoas nos processos de transição de saúde/doença, e/ou na adaptação a dificuldades. Sendo que na Comunicação terapêutica, o profissional utiliza uma série de técnicas/habilidades para ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas, a busca pelo autodescobrimento, e na adaptação, principalmente relacionado a um agravo físico. A tecnologia leve, aqui utilizada com qualidade, possibilita compreender o sofrimento psíquico através dos aspectos cotidianos do indivíduo. Caso seja algo sem qualidade, pode aumentar o sofrimento da

pessoa. Elementos necessários para uma escuta qualificada: a liberdade, confiança, compreensão, paciência, prontidão para ajuda, atenção, abertura à fala para a fluência dos conteúdos mais profundos, não recriminação, e sigilo. Caracterizada como comunicação não-terapêutica, quando não se tem satisfação pelo usuário, quando o mesmo não se sente respeitado e compreendido, surgindo assim, uma quebra de vínculo.

Relacionamento Terapêutico Permite o entendimento das experiências de vida do paciente, o estímulo à sua participação na tomada das decisões terapêuticas e o reconhecimento de paciente e enfermeiro enquanto seres humanos dotados de saberes próprios, limitações pessoais e potencialidades. A enfermagem deve se adaptar à singularidade do ser humano, compreendendo-o em toda sua trajetória de vida e planejando a assistência de acordo com suas necessidades. O principal foco do relacionamento terapêutico, assim como das demais atividades da área da saúde, é a humanização. Sendo a comunicação um item essencial para o relacionamento terapêutico, e ambos, importantíssimos para a assistência do paciente. Para que esta possa fluir bem, o profissional deve saber escutar, falar quando necessário, dar abertura para realização de perguntas, ser honesto, mostrar respeito, dispensar tempo suficiente para a conversa e mostrar interesse, entre outras habilidades. 

Teoria Peplau

A Teoria do relacionamento terapêutico de Hildegard Peplau constitui na identificação das dificuldades e necessidades do cliente, e assim, buscando meios de ajudá-lo a superar, através de um cuidado de enfermagem individualizado. É uma teoria perfeitamente adequada à Enfermagem principalmente em Saúde Mental, pois o ser humano deve ser visto como um ser biopsicossocial. Esse processo possui quatro fases: 

Orientação: o enfermeiro e a pessoa/família/grupo têm o primeiro contato, passando a identificar e compreender as necessidades do problema existente. Nesse momento é possível perceber as atitudes do cliente e do enfermeiro que são influenciadoras sobre o dar ou receber ajuda, apresentam partes igualmente importantes na interação terapêutica.



Identificação: o indivíduo seleciona aquelas pessoas que possam ajudá-lo, como no caso o enfermeiro ou algum membro do grupo, estabelecendo um relacionamento interpessoal satisfatório, se cria uma sensação de conforto encorajando a enfrentar seus problemas.



Exploração: ocorre após o cliente identificar o enfermeiro como sendo aquele que reconhece e compreende as relações interpessoais da situação, passando a explorar todos os serviços que lhe são oferecidos.



Resolução: espera-se que as necessidades do cliente já tenham sido satisfeitas, começando a se desfazer o elo entre enfermeiro e cliente. Nessa fase o cliente apresenta-se pronto para voltar para casa, abandonando-se, assim, os antigos laços e dependências, implicando na liberação gradual da identificação com as pessoas que tem proporcionado assistência e a criação e fortalecimento da capacidade para agir por si mesmo.

Para exercer com afinco o relacionamento terapêutico, o enfermeiro deve ser autêntico, sincero, empático e demonstrar comprometimento com a realidade do usuário. Sendo como papel principal, estabelecer o processo de comunicação e relacionamento terapêutico como objetivo principal do cuidado humano, estimulando o enfrentamento das dificuldades ou problemas e o desejo de permanecer saudável.  Comportamentos que ferem a relação terapêutica:  Repetir mecanicamente as mesmas palavras do paciente, sem pensar nem avaliar o que foi dito e sem ajudar-lhe a repensar as coisas,  Aprovar (arranjar sanções positivas para pensamentos ou comportamentos do paciente, estabelecendo e mantendo padrões de bom e mau);  Desaprovar (fazer um juízo negativo acerca do comportamento ou pensamento do paciente);  Rejeitar (mostrar desprezo pelo pensamento do paciente);  Discordar (opor-se ao pensamento do paciente);  Aconselhar (dizer literalmente ao paciente o que deve fazer, porque pensa que este é incapaz de resolver um problema sozinho);  Interrogar (bombardear ao paciente com múltiplas questões, não lhe dando tempo a pensar);  Investigar (rebuscar informação, mesmo quando o paciente dá sinais de não querer discutir esses aspectos);  Minimizar os sentimentos expressos  Culpar (culpar o paciente da relação enfermeira/doente não estar a bem).

Para finalizar, a citação de Peter F. Ducker, é a principal reflexão acerca do conteúdo abordado: “O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”....


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