Doenças em répteis PDF

Title Doenças em répteis
Author Georgia Noronha
Course Clínica De Animais Selvagens
Institution Universidade Nilton Lins
Pages 9
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Summary

nesse arquivo tem anotações sobre as principais doenças e tratamentos em répteis....


Description

Clínica médica e cirúrgica de animais silvestres da Amazônia Doenças em répteis Infecções respiratórias Podem ter causas primárias, causadas por parasitas, bactérias, fungos, vírus, ou ter causas secundárias, principalmente por hipovitaminose A (o animal não é bem alimentado, é acometido por hipovitaminose A, ocorre hiperqueratose na mucosa respiratória por conta disso, isso retira todas as defesas da mucosa frente as infecções bacterianas, que oportunamente infectam esses animais). Principais agentes etiológicos: parasitas, bactérias, fungos, vírus. Principalmente por bactérias gram-negativas. Grande parte das infecções (80%) de repteis são causadas por bactérias gram-negativas. Sinais clínicos: Boca entre aberta, pescoço esticado, secreção na cavidade oral e nasal, além disso, ruídos respiratórios audíveis externamente (ter cuidado para não confundir com display de agressividade, principalmente ao se aproximar da cabeça do animal, consegue diferenciar quando o animal está tranquilo e ainda assim é possível ouvir o ruído), em quelônios aquáticos observa-se dificuldade de flutuação. Os animais ficam tortos na linha d’agua, indicando distúrbio de flutabilidade, significa que o animal está com pneumonia e tal lado está mais acometido, quanto mais grave a pneumonia mais secreção vai haver dentro dos pulmões, o pulmão mais acometido vai ter menos espaço para ar, ficando mais pesado e não consegue boiar tranquilamente. Alguns animais com os dois pulmões acometidos, não conseguem subir para respirar e acabam morrendo ou sobem com dificuldade imensa. Nadam em circulo, dificuldade pra nadar, ficam no fundo do ambiente e quase não sobem para respirar, nadam apenas de um lado pois é o lado do pulmão menos acometido.

Confirmação do distúrbio: Através da observação dos sinais clínicos,histórico. Radiografia fecha o diagnóstico com a presença de Pneumonia, posição de frente para o animal, colocar animal de pé e inserir o raio pela cabeça do animal. Quando o animal está com infecção, é possível secreções nas bordas, nos pulmões, esbranquiçado.

o

observar

Tratamento: Baseado em antibioticoterapia parenteral, pode ser feita através de duas maneiras: ensinar o tutor a aplicação injetável pois elenão consegue abrir a boca do animal ou usa-se a nebulização, é amelhor opção, pois, as vezes o tutor tem pena de aplicar o fármaco, nãorealiza a limpeza adequada do lugar, nebulização com soro fisiológico,acetilcisteína, antibióticos (vantagem: atinge diretamente o soroacometido, desvantagem: se for um fármaco irritativo não utilizar, se éhidrossolúvel, alguns fármacos são inativos e precisam ser ativados poroutros órgãos), realiza-la de 30 a 45 minutos nos primeiros dias devidoa apneia que eles realizam, colocar o animal dentro de uma caixinhafechada e fazer um buraco para o copo do nebulizador passare deixarnebulizando lá dentro, hidratação e uso de vitaminas A e C. Há cronicidade recorrente.

em

muitos

casos,

infecção

respiratória

Prolapso de hemipênis/oviduto/cloaca São basicamente a internas do animal.

exposição

patológica

de

estruturas

Cloaca: vinculado ao aumento de transito intestinal, ou seja, diarreia intensa, aumenta o peristaltismo e a cloaca é exposta. Oviduto: decorrente de distocia de ovoposição ou parto em répteis vivíparos, ovo ou filhote grande, na hora da postura expõe a estrutura.

Pênis: são os mais comum. Decorre de uma posição fisiológica que vai gerar uma lesão, e essa lesão impede o retorno. Frequente em jabutis, tartarugas, lagartos, serpentes. Exposição da glande: Se após recolocar e ter que repetir a conduta de 2 a 3 vezes, é preciso fazer a retirada da glande, ligadura dos vasos para evitar sangramento. Celitomia: utilizar uma lixinha com soro fisiológico, evitar fazer o corte nas placas. Jabutis: 99% dos casos de prolapso são neles, ocorre no período reprodutivo, principalmente em machos. Expõe a glande na tentativa de cópula, se não tiver fêmea, procura outras fontes, pois possuem uma libido alta. Possuem a glande muito grande e arrasta no chão, pressionada pela carapaça no solo, causando lesões, ficam inchadas impedindo o retorno do órgão para dentro. Pode gerar até necrose peniana. É preciso avaliar a viabilidade do prolapso, a gravidade, se há inflamação. Conduta clínica: Se o prolapso está viável, se não há inflamação, só é feita a redução do prolapso, limpar com soro fisiológico e clorexidina com algodão, tentar diminuir o edema com gelo ou água gelada (vasoconstrição do local), não colocar em contato direto com a pele, colocar em uma toalha, usar soluções hipertônicas (água com açúcar) para banhos com duração de 1 hora, faz com que o fluido que está dentro do órgão saia. Quando diminuir o edema, recolocar aos poucos manualmente e delicadamente, usar pomadas anestésicas compostas de lidocaína para evitar que o animal sinta ainda mais dor, ou anestesia local na lateral do animal. Após recolocar, fazer uma sutura em volta do esfíncter cloacal, deixar somente um espaço mínimo.Deixar fechado durante 7 a 10 dias e não alimentá-lo ou comer pouco durante esse período, manter fechado para não correr o risco do animal expelir o órgão de novo. Fraturas Tem como base, em geral, ocorre secundariamente a doença osteometabólica, baixa de cálcio que gera pouca firmeza na

estrutura óssea. Redução e imobilização de forma semelhante aos animais domésticos, porém, com um tempo de cicatrização mais longo, cerca de 3 a 4 meses dependendo da situação. Particularidade: Fraturas em carapaça: Acontecem bastante decorrentes principalmente de traumas, ex: ataques de cachorro, animal cair no chão, atropelamentos tanto de animal de vida livre quanto de animais em cativeiro. Em dias frios, buscam fonte de calor durante a noite, ex: motor de carro, perto da roda, ao sair de manhã atropela o animal. Para imobilização: Fibra de vidro, resina acrílica, resina odontológica, cola e micropore. A base é a mesma, muda conforme as particularidades. Lembrar que pode ter exposição de órgãos. Sempre avaliar se tem exposição da cavidade celomática, se houver, precisa avaliar os órgãos internados para saber se tem comprometimento. Testudines são resistentes a traumas. Avaliar cada caso, as vezes há perda de porções. Tem cavidade exposta? Se tiver, avaliar se consegue limpar a cavidade por solução fisiológica aquecida, avaliar órgãos vitais e ver se tem problema interna, se não deu pra ver por fratura, realizar celiotomia. Resolveu problema interno, reconstruir a carapaça. Passo a passo: Musculatura: tem lesão? Sutura a musculatura. Membrana celomática: tem lesão? Sutura no local de origem, ajuda a recolocar os órgãos no local e encaixar. Fixar por meio de placas encaixadas com parafusos após assepsia do local, o problema será o custo pois o tutor na maioria das vezes não tem condições de pagar pois custa caro.

Algumas alternativas mais em conta: Fio de ciclagem (Arame cirúrgico): furadeira vai fazer um buraquinho em cada lado da porção, passar o fio em cada buraquinho e amarrar, até pinçar tudo. Funciona de alguma forma. Restrições: é difícil de passar o fio nas porções. Se não conseguir passar o fio, utilizar resina odontológica. Aplicar um pouco de resina odontológica em cada local, pegar cabo de aço de material ortodôntico e fixar, fracionar até chegar onde quer. É necessário ficar trocando. Utiliza-se material odontológico. Após recolocar na posição anatômica, esperar o resultado. Lesão por queimadura: colocar uma tela de malê, colocar por cima e fixar com parafuso, a ideia é imobilizar. Na parte exposta, colocar resina odontológica e cola e micropore. Coloca o micropore e passa a cola para otimizar a fixação do micropore. Promove impermeabilização do local, após isso, entra com a resina odontológica em toda a região que da uma área de suporte. Passa a cola micropore pois a resina é produzida através de uma mistura química, possui catalizador e o liquido, ela vai esquentando e endurecendo, quando ela está reagindo ela libera muito calor e pode queimar a carapaça do animal, sempre avaliar se a resina está muito quente. Se esquentar muito, para o procedimento e coloca o animal na água gelada de 5 a 10 minutos para dissipar o calor. O animal com resina será reavaliado, se há pontos da resina que descolaram, se há aquecimento. Radiografar para saber se a fratura ainda está lá. Se estiver descolando, refazer a resina. Retira a resina apenas depois da cicatrização.

Retenção de ovos/ruptura de ovos Ruptura de ovos não é tao comum. Retenção de ovos é Animais em cativeiro.

comum,

principalmente

em

jabutis.

Paciente femea em que chega na fase reprodutiva, pode produzir ovo a qualquer momento, tendo macho junto ou não. Após produzir o ovo, pode não realizar postura por:

Causas: Ovo muito grande: não passa na pelve, não realiza postura. Distúrbios de cálcio: não há contração uterina, doença osteometabólica é comum. Distúrbios de manejo de ambiente: o jabuti não tem um ambiente para realizar postura, não encontra o local e retém o ovo. Necessitam de um ambiente onde consiga cavar para formar ninhos e depositar seus ovos, ex: areia, terra. Sinais: Prostração, anorexia, inquietação pélvicos, os ovos vão acumulando.

e

paresia

em

membros

Diagnostico: Exame radiográfico com a presença do ovo. Tratamento: A primeira alternativa é mandar o animal para casa, onde ele ficará em um ambiente escuro, mais quente, junto com uma caixinha de areia nas próximas 8 a 10 horas. Se não der certo.. Entrar com cálcio endovenoso e ocitocina, aplica a dose de cálcio para contração muscular e depois da ocitocina para contração uterina e aguardar até 24h, se não der resultado, aplicar mais 1 dose e meia de ocitocina e mais 1 de cálcio, espera mais 24h, se não der certo, dobrar a dose de ocitocina e mantém a de cálcio, se não expulsa, é necessário intervir cirurgicamente, principalmente em ovos muito grandes. Através de celiotomia. Abre a cavidade pelo casco, retira o ovo. Ter cuidado para o ovo não cair na cavidade celomática pois pode ocorrer peritonite grave. Ruptura de ovo: Geralmente em animais atropelados. Ter cuidado com a veia abdominal.

Animal de vida livre: não adianta realizar a intervenção cirúrgica pois pode haver estenose após liberação do animal.

Pentastomíase: É uma afecção de origem parasitária, causa bastante problemas em criação comerciais de repteis e zoológicos. Parasitos pulmonares: aéreas superiores.

acometem

pulmões,

traqueia,

vias

Tem como característica importante NÃO SE ALIMENTAR DE SANGUE, eles se alimentam do fluido causado pela reação inflamatória gerada pela presença deles. Importância: Cresce até 12 cm, possuem exoesqueleto de quitina, parasitas rígidos. O problema dele é esse. Alguns gêneros pegam lagartos, outros crocodilianos. Os principais são do grupo ophidia.

são

Serpentes são mais acometidas e tem maior importância. Vão se infectar através da ingestão de hospedeiros intermediários. Libera os ovos embrionados nas fezes, as larvas ficam no ambiente, entram em contato com o hospedeiro intermediário. Pode acontecer transmissão direta sem o hospedeiro. Ingesta o hospedeiro e migra através das alças intestinais, gastrointestinal, chega até os pulmões, onde matura e torna-se adulto. É problema pois: Normalmente não causam problemas clínicos, quando tem problema clinico é muito grave, pois serpente só tem um pulmão, se é acometido, é problema grave. Tamanho do parasito para o hospedeiro, geralmente tem meio cm a 1 cm, não tem como ser liberados naturalmente dos pulmões pelos bronquíolos terciários terem menos de meio cm de espessura, são parasitos rígidos.

Fechar diagnostico: Bronqueostopia, radiografia com observação de traqueia, pulmão, brônquios e bronquíolos com pontinhos esbranquiçados (são os parasitos). O único grupo capaz de diagnosticar por radiografia por conta do exoesqueleto. Exame parasitológico de fezes onde serão encontrados os cistos, lavado pulmonar também, além dos cistos. Lavagem pulmonar é comum nos répteis. Quando faz, coloca soro fisiológico no pulmão e retira depois. Deve estar aquecido para evitar bronqueoespasmo. Coloca uma quantidade adequada de soro. Passa a sonda traqueal, vira o animal de cabeça pra baixo e massageia a região pulmonar para retirar. Medir a quantidade que está sendo retirada. É feito entre 5 a 10 minutos. Associar: Ivermectina + prometazol + dematazol. Associar porque o prometazol agem nos adultos e ivermectina e dematazol para larvas. O problema é que quando parasita morre, ele não sai, permanece no pulmão e começa a apodrecer, causando pneumonia pesada no animal. Em algumas literaturas é indicada incisão cirúrgica para retirada. Incidência altíssima em serpentes.Sempre fechar diagnostico e monitorar. Sempre monitorar porque não faz vermifugação freqüente nesses animais. Exame parasitológico de fezes é sempre importante fazer para saber se precisa realizar vermifugação. Qualquer réptil tem pelo menos 2 endoparasitas, passam boa parte das vezes na parte embrionária, dos adultos para os filhotes, ou vetores artrópodes. A vantagem é que não causam problemas clínicos, já estão neles a muito tempo, conseguem sobreviver sem causa dano ao outro, estão evoluindo a tanto tempo. São praticamente apatogênicos nos répteis. Encontra ao realizar um exame de sangue. Não é necessário tratar endoparasitas em Raríssimos problemas clínicos causados por eles.

répteis....


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