Gestalt: sobre grupos PDF

Title Gestalt: sobre grupos
Author Débora Sabatini Marques
Course Gestalt
Institution Universidade do Sul de Santa Catarina
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Summary

Gestalt: sobre grupos...


Description

Histórico Da Gestalt-terapia: O trabalho com grupos está intimamente vinculado ao desenvolvimento da Gestalt-terapia. O psicanalista Fritz Perls vivera experiências muito diversas que lhe permitiram ampliar sua compreensão dos processos humanos. Perls pôde vivenciar o ambiente de trocas grupais (teatro expressionista alemão) , em que algo acontecia com as pessoas do grupo enquanto o grupo fazia algo. Kurt Goldstein e seu trabalho com soldados lesionados da guerra + relação com Lore Posner, psicóloga e bailarina → evidenciaram a Perls a relevância da ação corporal na constituição das vivências no laço social. Já nos EUA, nos anos 50, ele funda o primeiro instituto de GT e ofereciam assim grupos de capacitação de psicoterapeutas. Existem poucos escritos de Perls sobre seu método de trabalho com grupos, ele até se propõe a sistematizar algo de sua forma de ver grupos, mas não chega a fazê-lo. Perls eliminou totalmente as sessões individuais, exceto nos casos de emergência. Ele chegou a conclusão de que toda terapia é obsoleta e deveria ser substituída por workshops de GT. Ele passa assim a integrar o trabalho individual e grupal. Porém, isso apenas tem resultado com o grupo se o encontro do terapeuta com o paciente individual dentro do grupo for efetivo. Psicoterapia Individual vs. Grupal: a economia do trabalho grupal não se limita a seu preço, mas pelo fato de poder mais facilmente ser usufruído por um maior número de pessoas e por tratar de questões mais amplas e compatíveis com a realidade social. Questionamento: Sua ineficiência e superficialidade também são questionáveis, dependendo da disponibilidade dos participantes grupais de se aprofundar em suas questões e da habilidade facilitadora do psicoterapueta. Um outro questionamento que se pode fazer às afirmações e à prática grupal de Perls de relacionar à sua proposta de integração entre psicoterapia individual e grupal em seus workshops.

Para Perls:

Ele ensinava GT demonstrando-a com alguém do grupo. Os outros reuniam à sua volta, observavam e geralmente se encantavam com sua habilidade e engenhosidade para trabalhar. Ele acreditava que as pessoas podiam aprender pela observação e, inclusive, vivenciar experiências de crescimento simplesmente assistindo-o trabalhar. Ele não se interessava pelo processo grupal em si, mas pela demonstração de métodos de trabalho com indivíduos, na presença de um grupo. A relação entre os membros do grupo dava-se sempre intermediada pelo terapeuta, um quase protagonista do processo grupal. Enquanto isso, esperava-se que os demais membros pudessem colher benefícios ou viver efeitos que repercutiriam a partir da experiência terapêutica em foco, de modo que eles não precisavam participar ativamente no experimento. Perls destaca que o trabalho com o grupo dependeria da efetividade do encontro entre psicoterapeuta e paciente individualmente. Isto revela uma visão isolacionista e concentradora. Perls parece não confiar nas potencialidades psicoterápicas do evento entre os participantes grupais e do grupo como representação social efetiva. A partir disso, pode-se dizer que trata-se mais de um modelo de terapia individual no grupo, do que de grupo propriamente dita. Além disso, seu modelo nada se alinha com as abordagens humanistas. Se queremos reconstruir o que há de propriamente gestáltico na compreensão de grupos, não podemos deixar de marcar a distância entre as práticas de Perls e a psicoterapia humanista rogeriana. Em determinadas situações, como os grupos de formação de terapeutas, esta forma de compreender e coordenar o processo é favorável aos objetivos pretendidos. Ainda que reconheça o poder dos encontros de grupo, Perls parece ter se encontrado também com o limite de sua prática com grupos. Com relação ao tratamento individualizante, Perls parece dar um grande salto com a criação da comunidade gestáltica de Cowichan no Canadá, onde criou um espaço propício à vivência psicoterápica e ao trabalho comunitário. Assim, ele começa aos poucos a perceber que os workshops e a terapia de grupo também são obsoletas, e por isso dá início ao primeiro gestalt-kibutz. O principal

deste é o espírito de comunidade propiciado pela terapia. Pretende-se que tudo seja uma experiência de crescimento e que possamos criar pessoas reais, dispostas a assumir uma posição, uma responsabilidade pelas suas vidas. Talvez possamos, entretanto, desenvolver formas outras de trabalhar com grupos para superar esta obsolescência de que fala Perls.

Lewin e Psicossociologia ➔ Foi o responsável pelo mais importante salto qualitativo no estudo de grupos ➔ Sua pesquisa e produção de conhecimento consistiram não em colecionar dados, mas em analisar empiricamente os fatos através de construtos teóricos . ➔ Kurt Lewin supera: a validação estatística desvelando leis universais; desta forma, supera as dimensões normal/patológico, consideradas por média de comportamentos observáveis. ➔ Propôs formas novas de coordenação de grupos, com ênfase nos grupos face a face. ➔ Sociogrupos e psicogrupos não representa uma categorização, mas uma proposição desafiadora aos teóricos mediadores; contradição para os T-groups. ➔ Faz uso muito próprio da topologia e da hodologia - em favor de seus principais constructos teóricos: a teoria de campo e o espaço vital. ➔ O CAMPO PSICOLÓGICO: compreende tudo aquilo que afeta o comportamento num momento dado deve ser representado como parte integrante do campo existente naquele momento ➔ O ESPAÇO VITAL: compreende todas as variáveis psicológicas e possui duas regiões distintas: a pessoa e o meio; não é uma realidade física mas fenômica. ➔ Lewin X Husserl - discordam, pois Lewin considera que a "fronteira" do campo é um elemento espacial e não temporal, ou seja, o encontro e a possibilidade de transcendência do passado e do futuro, no aqui-agora. ➔ Husserl: trabalha o campo de presença (copresença do passado e do futuro) ➔ TEORIA - método de analisar relações causais e de criar construções científicas (recurso instrumental à experimentação científica).

➔ BRENTANO:

todo

espontâneo

cujas

características

não

podem

ser

determinadas pela análise das partes que o compõe - inferência da existência de um organismo-grupo - unidade. ➔ Kurt utilizou-se de explicações biológicas sobre organismo "partes integradas que iriam, com o correr do tempo, atravessando fases e ganhando maturidade, tendendo, portanto, para um maior grau de diferenciação de suas funções." Integrantes = órgãos do corpo. ➔ Crença de que o grupo institui um pertencimento, e neste, a afirmação de um processo unitário; tudo o que acontece é movimento do grupo - nível da realidade do imaginário social; microcosmos particulares no âmbito da universalidade. ➔ Noção organismo-corpo é a concepção de organismo saudável ou disfuncional e a subsequente busca pelo saudável/ equilibrado; harmonia - coesão - bem-estar → apostando no grupo como momento...


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