Influência da Igreja Católica na prostituição PDF

Title Influência da Igreja Católica na prostituição
Author Mariana Vitória
Course História Medieval
Institution Universidade do Estado de Santa Catarina
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Summary

Na Idade Média havia muito domínio da Igreja Católica, a vida entre quatro paredes era recatada, o sexo era apenas para procriação, se houvesse além desse intuito era considerado pecado. Por conta desses fatores o clero não gostava e tentaram algumas vezes acabar com a prostituição. Mas viam através...


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Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC Centro de Ciências Humanas e da Educação - FAED Bacharelado em História História Medieval Docente: Mariana Vitória da Silva Penha Data: 03/12/2018

Influência da Igreja Católica na prostituição

Na Idade Média havia muito domínio da Igreja Católica, a vida entre quatro paredes era recatada, o sexo era apenas para procriação, se houvesse além desse intuito era considerado pecado. Por conta desses fatores o clero não gostava e tentaram algumas vezes acabar com a prostituição. Mas viam através disso uma forma de conter o libido dos homens. Os mais jovens ao irem nos bordéis evitava que eles desonra se as donzelas e suas esposas virtuosas, mulheres respeitadas, eles temiam também a homossexualidade, que era pecado na igreja. “A sociedade medieval sofreu uma forte imposição por parte da Igreja, no sentido de construir uma forma de pensamento que fosse capaz de manipular a sociedade, construindo uma moral que define os papéis sociais de gênero, surgindo então, uma imagem das mulheres no discurso religioso, onde Eva é a pecadora, culpada de todo o mal que ocorreu com a humanidade; Virgem Maria, a santa, assexuada, um exemplo a ser seguido e Madalena, a pecadora arrependida.” (SILVA, A.C., MEDEIROS, M.M., 2013, p.3) O senhor feudal tinha algumas liberdades quanto a isso, como colocar cinto de castidade na sua esposa, que evitava a traição, que a estuprassem e que ela se masturbasse que é considerado pecado. Há uma hipótese que o mesmo tinha direito também de manter relações na primeira noite de qualquer noiva do seu feudo. Enquanto isso, no Oriente, desde que o homem pudesse sustentar poderia ter quantas mulheres quisesse. A prostituição é uma das profissões mais antiga, mas ganhou mais destaque na Idade Média

por conta da Igreja e seu controle na sociedade, principalmente na vida privada. Apesar das meretrizes serem consideradas um dos instrumentos do diabo, pecadoras, a Igreja tolerou, eram uma forma de diminuir o que acontecia na época, muitos estupros coletivos dos jovens que eram estimulados a praticarem tais atos como forma de mostrar sua virilidade com as mulheres, minimizando a sodomia, preservado as moças e a mães de seus filhos, que não eram mulheres para realizar os desejos sexuais, serviam apenas para a procriação. “O sexo foi algo que mobilizou bastante a igreja, onde a mesma passou a criar regras para os casais, conduzindo até mesmo as posições e os dias que os maridos podiam ter relações sexuais com suas esposas, entre várias outras regras. Tais relações nos dias santos eram proibidas, além do mais, o sexo só era permitido com vestimentas. O não cumprimento às leis impostas pela igreja seria uma violação, tendo como consequências punições gravíssimas, desde as penitências aos sacrifícios do corpo.” (SOUZA, M.O., SILVA, F.M., OLIVEIRA, V.M.S., 2015, p. 134). As meretrizes tinham uma idade ideal para iniciarem prostíbulos, entre 15 e 17 anos, moças de classe pobre, que devido às condições financeiras, viam uma forma de sobreviver vendendo seus corpos. Havia viúvas, mulheres que foram estupradas, perderam sua pureza, posses e riquezas. Os bordéis eram disfarçados de pequenos banheiros ou lojas de artesanato, em alguns lugares localizavam-se em cima uma escola e embaixo um bordel, as prostitutas deveriam usar vestimenta diferentes das mulheres respeitadas, morar em lugares destinados para elas. Não eram aceitas mulheres grávidas, casadas e as freiras para trabalhar nos bordéis. A gravidez era evitada com formas contraceptivas de base vegetal e também o coito interrompido. John Rykener uma travesti e prostituta inglesa, caso raro de prostituição de um homem travesti, segundo seu relato, os clientes não sabiam que se tratava de homem, sugerindo que as prostitutas influenciavam os clientes a fazer não fazer o sexo vaginal, fazendo com que o John passasse tanto tempo despercebido. Em 1988, em uma escavação arqueológica de Ashkelon, foram encontrados 100 ossos de bebês, descobertos em um balneário litoral, sendo que as crianças nasciam vivos mas segundo pesquisadores morriam por sufocamento e jogados no esgoto embaixo de um bordel/ casa de banho, os bebês foram vítimas do infanticídios.

“As prostitutas devem ser incluídas entre os assalariados. Com efeito, elas alugam seus

corpos e fornecem mão-de-obra. Se se

arrependerem, podem guardar os lucros da prostituição para propósito caridoso. Mas, se elas se prostituem por prazer e alugam seus corpos de modo a obter deleite, isso então não é trabalho, e o salário é tão vergonhoso quanto o ato.” (Tomás de Chobham, apud RICHARDS, 1993, p. 123). Considerações finais Houve tentativas de acabar com a prostituição quando o Luís IX, decretou em 1254 a expulsão das prostitutas das cidades e confiscando todos os bens delas. Mas não funcionou logo revogou e colocou condições como que elas deveriam ficar em lugares afastados, longe das pessoas direitas. No livro de Jacques Rossiaud: A Prostituição na Idade Média, o historiador cita que haviam quatro tipos de prostituição na França, casas públicas, as casas de banho, os bordéis e as meretrizes que trabalhavam por conta própria. Contudo a influência da Igreja impulsionou a sociedade enxerga o corpo com outros olhos, como pecaminoso, vender o corpo era obra do diabo, apesar de nunca aprovar o trabalho das meretrizes, a Igreja Católica aturou por muito tempo, a prostituição era vista como necessária, era melhor elas submeter aos caprichos dos homens do que as donzelas e mulheres de família.

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