No texto O Renascimento como reforma da Igreja PDF

Title No texto O Renascimento como reforma da Igreja
Author Janaína Gomes
Course História Moderna
Institution Universidade Estadual da Paraíba
Pages 6
File Size 71.2 KB
File Type PDF
Total Downloads 82
Total Views 146

Summary

Fichamento sobre o texto: O RENASCIMENTO COMO REFORMA DA IGREJA...


Description

No texto O Renascimento como Reforma da Igreja, Jean Delumeau diz que o título já fala muito, haja vista que é de suma importância, já que muitas vezes fazemos perguntas sobre o que o Renascimento tem a ver com a Reforma da Igreja, no entanto, para compreender o capítulo do autor, é necessário saber que logo no início do livro o mesmo fala que esse Renascimento não vai ser o primeiro movimento cultural que vai acontecer no século XV/XVI. Jean ver o Renascimento como projeto mais amplo cronologicamente, qual iria do século XIII até o século XVII incluindo vários acontecimentos na Europa, não somente os eventos culturais, mas também os políticos, econômicos, como também as questões religiosas, sendo tudo isso um projeto de civilização como se auto identificaria, sendo a constituição da verdade de uma certa identidade, a partir de um olhar. Para compreender, é necessário analisar como a Igreja se renovou, como se renasce, como vai passar por esse tipo de reestruturamento. O autor tem uma tese para conduzir esse capítulo, compreender as reformas religiosas, qual vai mostrar que essas nascem dentro do próprio seio da Igreja, começando a produzir a própria reforma, mesmo que lentamente, sendo solicitada e anunciada pelos próprios membros da Igreja, pela sociedade de forma indireta, sendo cobrada das mesmas determinadas questões. A Igreja precisava se reformar, só que essa reforma se dar lentamente, haja vista que os conflitos e confrontos são tão intensos que quando chega no século XVI Lutero acaba provocando uma tensão muito grande, sendo expulso e automaticamente provoca uma grande rachadura na religião cristã. Vale salientar que Lutero não tinha nenhuma intenção de criar uma nova religião, as coisas foram acontecendo, mas vale lembrar que nele havia uma intenção crítica no contexto favorável de transformação, inclusive no contexto político, qual vai ser apoiado pelos príncipes da Europa, que também estavam querendo se apoderar politicamente e provocar o seu lugar desse papado. Quando se fala em Protestantismo, não existe o mesmo com uma Reforma Protestante e depois com uma Contra-Reforma, haja vista que é dentro desse conflito que emerge a própria Reforma Protestante, mas lembrando que ela não surge do nada, ou seja, não é algo separado da igreja. Lutero era doutor em Teologia e essa formação vai possibilitá-lo ler a bíblia e traduzi-la, trazendo leituras e críticas pela doutrina que estava mal acostumada com algumas interpretações da Igreja Católica, qual ele considerava errônea. Ele vai também ser esse líder, porque o contexto é favorável, haja vista que a imprensa estava presente, as informações começa a ser divulgadas muito rapidamente, buscando então um contexto favorável a pessoa dele, se fortalecendo e fazendo com que ele se destacasse. O autor mostra que em primeiro lugar tem que ser analisado o contexto da própria Europa, haja vista que na primeira parte do texto nota-se que é um contexto da firmação das

nações, pontuando esses importantes. Essa afirmação das nações na Europa é o principio da monarquia absoluta, existência de toda uma urbanização que começa a se fortalecer nesse período. Há também todo um esclarecimento dessa sociedade, se alfabetizando, a própria imprensa começa a divulgar essas ideias. Em 1379 vemos um período de crise que se aponta para o próprio seio da Igreja Católica, que é quando acontece o grande cisma, havendo assim uma grande disputa no pontificado, haja vista que ora seria em França e ora seria em Roma, começando as tensões, elegendo dois papas para esses dois lugares, se tornando assim escandaloso, já que pela primeira vez se tinha dois papas, desconstruindo assim a visão do Cristianismo, do representante de Deus para comandar a cristandade, se deparando com dois eleitos. Vemos então que não só era uma questão religiosa, mas também uma questão de poder, fazendo assim com que a Europa se divida politicamente, lembrando que a mesma ainda estava começando a se constituir através dos casamentos, as fronteiras que começava a se estabelecer, havendo assim mais reinos. Sendo assim os reinos da França se coloca a favor de Clemente, papa Francês, e os reinos de Roma, do lado de Urbano. O autor também vai mostrar que as inúmeras negociações não vão render resultados, fazendo com que a própria cúpula da Igreja se reúna e eleja um terceiro papa. De forma irônica o autor vai dizer que os dois papas caminharam tão lentamente ao encontro do outro que não deu certo, sendo então elegido o terceiro papa. A cristandade por sua vez, estava vivendo um momento de insegurança diante desses ocorridos, partindo assim para um Concílio, qual é uma reunião com vários representantes para resolver a situação. Esses Concílios vão ser de extrema importância, tendo objetivo de por um fim a Cisão, mas também não só tinha esse objetivo. Um exemplo disso foi o Concílio de Constância, qual tinha como objetivo acabar com o cisma de 1470, acabar com a doutrina dos Hussitas, o que vale lembrar que os mesmos são muitos e se dividiam em dois grupos, que eram os Utraquistas e Taboritas. Sendo assim é instaladas guerras religiosas contra os Hussitas dentro da própria religião, e o mentor Hus vai ser condenado e morto na fogueira, sendo extremamente grave essas perseguições de quem pensava diferente da Igreja Católica. Depois disso a Igreja entra em negociação com os Utraquistas, um dos grupos que era moderado. No Concílio se procura os pontos de divergências para poder reformar, a questão do limite do poder papal. Nesse sentindo o papa Martinho V vai ser eleito nesse concílio, a partir de uma reunião com direito a voto. Visando não só discutir por discutir a doutrina, mas também o poder papal. No Concílio vai acontecer outra coisa muito importante, o papa vai ser considerado inferior ao Concílio, ou seja, quem dará a ultima palavra não será mais o papa. Outra questão é que não será mais o papa que vai convocar o Concílio, mas sim o próprio

Concílio que passa a se reunir regularmente, sendo uma maneira de controlar, inclusive o poder papal, as finanças do papa, as regras impostas pelo papado, tudo isso sendo a partir de então controlado pelo Concílio. Logo depois teve o Concílio de Basileia ( 1431-1445), sendo que muita coisa aconteceu, exemplo disso era a França que tinha uma tendência separatista, qual se reconciliou com Borgonha, cessando as guerras religiosas. O reconhecimento dos Utraquistas, havendo uma reconsideração, e uma agregação dos Hussitas na Boemia pela igreja Romana. A respeito do perigo do grande cisma, Jean Delumeau vai dizer que essa era uma grande preocupação da própria Igreja Católica, que era justamente temer atender a uma mudança e reivindicação, por que se tinha na verdade esse medo de que houvesse outro cisma dentro da cristandade. Apesar de todas as mudanças, a reforma dentro da Igreja Católica estava implícita a partir desses Concílios, apesar de ter havido várias alterações, mas essa reforma no geral, na sua doutrina, no seu aspecto, isso não aconteceu, continuou latente, não foram realizadas pelos papas, como também não foram realizadas pelos Concílios, mas sim por Lutero, no começo do século XVI, mas antes disso ele vai voltar para um contexto que antecede a própria reforma protestante. Em relação aos abusos da Igreja, o autor vai mostrar o contexto que havia de fato excesso da Igreja, de como a mesma estava estruturada com relação aos fiéis, mostrando que essa visão vai ser reduzida para explicar a emergência da Reforma Protestante, só que mais adiante vai questionar isso, dizendo que esse contexto de abusos quais os historiadores tomam como justificável para quebrar a cristandade e a emergência do protestantismo, não explica tudo. Os abusos da Igreja no século XV são notados a partir do poder por parte do Clero indisciplinado, a hierarquização, e centralização da igreja, as vendas de relíquias, o enriquecimento ilícito, tudo isso acontecia dentro da centralização da Igreja. No contexto do medo dos cristãos, vemos a questão das pestes, perseguições dos hereges, tudo isso vai provocar sátiras e críticas por alguns grupos religiosos e escritores. Em relação aos Humanistas vale lembrar que eles não estão fora da Igreja, mas o autor vai dizer que esse conhecimento dos Humanistas faz com que o Clero e pessoas critiquem com base em uma formação mais diferenciada, do que o ensino que a Igreja se limitava até então, permitindo assim fazer outros tipos de observações através dos textos. Jean Delumeau diz que esses vários medos dos cristãos vai ajudar a explicar o protestantismo, já que essa insegurança fazia com que essas pessoas buscassem alguém a quem se apoiar. A respeito da Reforma e Contra-Reforma, vemos que Lutero vai ser essa figura chave para que haja essa Reforma da Igreja. O autor no início diz que mesmo com os dois grandes Concílios não havia tido uma reforma. No contexto da reforma, vemos à Igreja

Católica em crise, um distanciamento entre fiéis e o Clero, Lutero excomungado, entre outros. As noventa e cinco teses de Lutero começa a ganhar corpo e circular. Frederico da Saxônia, por exemplo, é um grande protetor de Lutero, não é a toa que na Alemanha o protestantismo vai ganhar muita força. Sendo assim com a tradução da bíblia o protestantismo ganha muita força. Vale lembrar que a palavra Protestante desse período advém desses protestos que alguns príncipes fazem para Lutero ser expulso daquela cidade. Quando se fala em um projeto de Lutero, é importante lembrar que não era um objetivo dele, haja vista que ele estava lançando propostas para reformar a Igreja, mas buscava ficar dentro da mesma, só que as coisas forma se agravando, sendo assim expulso e criando uma nova religião. Portanto o referencial de Lutero, o que ele trás de novo é a crítica, as mudanças na doutrina, citando a justificação pela fé, como a bíblia sendo a verdade absoluta e se tivesse fé seria salvo. Uma forma de passar a compreender isso foi com a criação dos catecismos, mas passado com base no pensamento dele, como também a Igreja Católica no pensamento dela. O ponto fundamental da doutrina lançado pelo protestantismo era o Sacerdócio Universal, ou seja, Lutero diz que não precisa de padre para pregar, mas que qualquer um poderia fazer isso. Com todas essas modificações e discussão de Lutero, a Igreja Católica reagiu a partir da Reforma de Paulo III, o Concílio de Trento vai ser fundamental para o fortalecimento da igreja católica. A primeira é a aprovação do Estatuto da Companhia de Jesus, qual a Igreja vai observar que a Companhia se tinha outro procedimento que era criar universidades, mas com isso a palavra começa a ser pregada de maneira acadêmica, moldando-a a partir do objetivo principal. Outra seria a criação do Santo Ofício para aumentar a perseguição contra os hereges. Essa reforma do concílio de Trento foram inúmeras, dentre elas a conservação das obras, a conservação dos sete sacramentos, dentre outras. O objetivo do autor é mostrar que a igreja católica no contexto, com começo do século XVI, já se via em meio a uma ebulição de críticas, várias heresias, haja vista que se tinha medo do politeísmo, dessa dispersão dos fiéis. Uma reforma portando se fazia urgente e Jean Delumeau diz que ela se inicia, mas que não tem força, como também não podemos atribuir somente a Lutero essa força, tendo em vista que estaria atribuindo a um único personagem. Devendo então entender Lutero a partir de um contexto de possibilidades, possibilidade do contexto econômico, político e religioso. Portanto quando Lutero faz essas críticas tão forte, ele não tem a intenção de criar uma nova religião, sendo assim não devemos ver ele como um herói, não nesse ponto de vista. Ele conduziu essas mudanças a partir de um contexto também de uma formação dos estados nacionais, uma configuração na Europa a partir de uma nova organização de poder mais centrados nos reinos. A partir do Concílio de

Trento, o papa começa a pregar para os fieis, já que não se fazia isso antes, ou seja, se comunicar com seus fiéis, sendo uma necessidade daquele contexto. Tendo em vista essa necessidade, a Igreja vai investir na formação desses padres, para lidar com o seus fiéis, a criação dos seminários é justamente para isso. A respeito do revés da tolerância, vemos o uso da força como forma de confronto, nesse momento é mostrado que depois das Reformas Protestantes e Católicas, se tem um reboliço, dando início às guerras religiosas, ou seja, os países Católicos perseguindo os Protestantes e os países Protestantes perseguindo os Católicos, exemplo disso vemos no filme A Rainha Margot, onde para selar a paz entre Protestantes e Católicos, buscam o casamento de Margot com o nobre dos Protestantes, nessa noite a coroa dar ordem para os Católicos matarem todos os Protestantes, morrendo seis mil Protestantes. Depois das reformas o fiel passa a ser estudado já que o mesmo, nesse cenário, tem muito mais força, muito mais liberdade de interpretação. As duas Reformas Protestantes e Católicas significaram muito, porque surgiu uma consciência de crítica, então só vai acontecer querendo ou não por, conta dessa posição de Lutero.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA MODERNA DOCENTE: SOCORRO CIPRIANO DISCENTE: JANAÍNA G. MELO

O RENASCIMENTO COMO REFORMA DA IGREJA

Campina, Setembro de 2016....


Similar Free PDFs