O Papel da Psicopedagogia na Educação Inclusiva PDF

Title O Papel da Psicopedagogia na Educação Inclusiva
Course Psicologia Escolar
Institution Universidade do Oeste Paulista
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Resumo da disciplina de Psicologia Escolar para conhecer o papel da Psicopedagogia na Educação Inclusiva....


Description

ISAQUE FERREIRA ALVES DA SILVA O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Para compreendermos qual é o papel da Psicopedagogia na inclusão escolar vamos voltar ao seu conceito, no qual é importante destacar que é uma junção entre a Psicologia e a Pedagogia. Segundo Cardozo (2011, p. 29) “[...] a Pedagogia preocupa-se com as questões voltadas às metodologias de ensino-aprendizagem do aluno e a questão educacional em sua amplitude. Enquanto a Psicologia foca na análise do sujeito, no comportamento humano e seus processos mentais.”. A partir, dessa diferenciação, cabe trazer qual a importância da intervenção pedagógica, compreendendo que esta: [...] provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. A importância da intervenção deliberada de um indivíduo sobre os outros como forma de promover desenvolvimento articula-se como um postulado básico de Vygotsky: a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança. A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só pode ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas. O processo de ensino-aprendizagem que ocorre na escola propicia o acesso dos membros imaturos da cultura letrada ao conhecimento construído e acumulado pela ciência e a procedimentos metacognitivos, centrais ao próprio modo de articulação dos conceitos científicos (OLIVEIRA, 1993, p. 33).

Sabendo da importância do processo ensino-aprendizagem para o desenvolvimento da criança, se faz necessário um olhar e intervenção frente a educação especial. Para Junior (2012, p. 4) o profissional de Psicopedagogia “[...] é de extrema relevância na educação especial, por auxiliar a criança com necessidades educacionais especiais em sua adaptação no ambiente escolar, beneficiando-a com que a escola possa lhe oferecer.”. Com isso, a escola “[...] precisa rever sua postura, como também a de seus profissionais ofertando à criança com necessidades educacionais especiais o direito à educação e, o respeito por sua diversidade estudantil.” (JUNIOR, 2012, p. 4). Com essa perspectiva, cabe compreender se a escola está preparada para atender pessoas com necessidades educacionais ou com deficiência. Para Cardozo (2011, p. 31) “[...] a escola Ideal é aquela que sabe conjugar duas forças complementares: as características temperamentais, psicológicas e físicas da

criança com o ideal de educação que a família pretende dar à criança.”. Além disso, o autor ressalta que a escola ideal deve saber “[...] conjugar ensino-lúdico com exigência, buscando cada vez mais a individualização no ensino-aprendizagem, isto é, buscar a riqueza e a individualidade do aluno.” (p. 31). Desta forma, a escola inclusiva “[...] aproxima -se desse parâmetro por proporcionar o encontro com a Diversidade, levando tanto o professor quanto o aluno a “abrirem os olhos” para as diferenças.” (CARDOZO, 2011, p. 31). Tendo esse preceito como base, segundo Junior (2012): O modelo educacional carece necessariamente do olhar do psicopedagogo sobre a prática pedagógica no ambiente educacional inclusivo, haja vista que a psicopedagogia não se ocupa em estudar somente às dificuldades que o aluno apresenta no processo de ensino-aprendizagem, mas sim sua relação com o social, em meio à construção do conhecimento coletivo, bem como às influências que podem ser constituídas mediante essa relação. (p. 4).

Considerando isso, para Assis (2007) mesmo que a Psicopedagogia tenha surgido como uma disciplina extra da medicina e da psicologia, devido as necessidades de atendimentos a alunos com dificuldades de aprendizagem, recentemente essa área passou a se preocupar não somente com o aluno e sua família, mas também com todo o contexto que o forma, como a escola, a comunidade, os professores, além dos profissionais administrativos das instituições de ensino, e com isso, direciona o foco da Psicopedagogia para a instituição e não somente para o contexto clinico. Nessa mesma perspectiva, segundo Cardozo (2011, p. 31):

Com o advento da Inclusão faz-se necessária uma “visão” mais aguçada mediante as necessidades educativas dos alunos, pois agora a escola não é somente daqueles que se enquadram num determinado padrão, a escola precisa ser de todos, crianças com e sem deficiências, com dificuldades ou facilidades, com desempenho cognitivo baixo, na média ou superior. Assim, o psicopedagogo institucional vai trabalhar na escola para dar assistência e orientações aos professores, prevenir as dificuldades de aprendizagem, desenvolver um trabalho de cunho psicopedagógico educacional (não clínico) com os estudantes, dessa forma contribuindo com a melhoria das condições do processo de ensino aprendizagem.

Considerando a amplitude que a escola passa a ter, o professor passa também a ter um papel um papel muito importante para com a inclusão escolar “[...]

pois é o primeiro a observar as dificuldades, as necessidades que cada aluno apresenta” (SANTOS; OLIVEIRA; SOUZA, 2015, p. 11). E assim “[...] poderá passar essas informações adiante e dentro desse contexto de observações poderá buscar meios que possam dar o suporte adequado para que assim possa vir a ocorrer um melhoramento na unidade escolar, na sala de aula, no professor, na equipe escolar como também no aluno.” (SANTOS; OLIVEIRA; SOUZA, 2015, p. 11). O professor, precisa estar preparado para os novos desafios educacionais, em vista de desenvolver posturas reflexivas e críticas, mediante a busca e o aprendizado constante de conhecimentos. E, para que isso ocorra o profissional precisa conhecer, como também buscar entender o porquê de seguir esta ou aquela tendência educacional, avaliando até que ponto ela se faz relevante quanto sua perspectiva educacional. Assim, é notório considerar que a práxis pedagógica do educador da educação especial, bem como do psicopedagogo poderá vir estar fundamentada sob o paradigma crítico-materialista. (JUNIOR, 2012, p. 5).

O professor passa a ter um papel de avaliador primário, no qual irá no cotidiano escolar “[...] avaliar como está o desenvolvimento de cada aluno, e para que essa avaliação possa vir acontecer, o primeiro passo é a observação individualmente de cada atividade, do comportamento, do envolvimento de cada educando.” (SANTOS; OLIVEIRA; SOUZA, 2015, p. 11). Além de considerar a importância do professor nesse processo é preciso refletir sobre o a importância do trabalho realizado pelo profissional de psicopedagogia no contexto de uma escola inclusiva, já que existe a “[...] necessidade do mesmo conduzir à criança com necessidades educacionais especiais a uma formação sóciointeracionista entre o aprender e o compreender [...]” (JUNIOR, 2012, p. 4). Ou seja, é necessário ter uma compreensão sobre o que é mais relevante naquele momento para a criança “[...] seja tal representado por meio de valores, sonhos ou fantasias, levando em consideração a comunidade que faz parte do convívio social deste ser.” (JUNIOR, 2012, p. 5). Por isso, “[...] o trabalho psicopedagógico na educação especial é indispensável ao fundamentar-se em pressupostos epistemológicos cujo seus enfoques garantem a contextualização dos organismos/sistemas que compõem a vida social da criança com necessidades educacionais especiais.” (JUNIOR, 2012, p. 5).

Considerando o cenário atual “As discussões sobre o termo psicopedagogia,

atualmente

perpassam/produzem

na

sociedade

científica

sucessivos estudos em decorrência do que vem a ser o presente.” (JUNIOR, 2012, p. 5). Atribuindo assim, sua ocupação em torno da “[...] aprendizagem humana, o que acaba por representar e extrapolar os limites da Psicologia e da Pedagogia.” (JUNIOR, 2012, p. 5). Além disso, busca estudar “[...] algumas características desta aprendizagem, tais sejam: como se aprende, como se processa esse aprendizado, que fatores produzem a aprendizagem ou por que não estar aprendendo.” (JUNIOR, 2012, p. 5). Com esse panorama é lançado ao profissional de Psicopedagogia três questões consideradas fundamentais para compreender as dificuldades que os alunos apresentam, a saber: Como reconhecer a dificuldade? Como tratar a dificuldade? Como prevenir a dificuldade?. Considerando isso, compreende-se que “[...] o contingente educacional é multicultural, assim a aprendizagem é um resultado da estimulação ambiental sobre o indivíduo e suas relações.” (JUNIOR, 2012, p. 5). Para o autor “Essa relação dialética deverá acontecer a partir do momento em que é garantido o acesso à educação de crianças com necessidades educacionais especiais.” (JUNIOR, 2012, p. 5). E assim, compreende -se que a “[...] educação

contemporânea

prima

pela

diversidade

humana,

propondo

o

redirecionamento dos valores profissionais, contemplados através de uma prática pedagógica

diferenciada

ao

privilegiar

as

subjetividades

da

criança

com

necessidades educacionais especiais.” (JUNIOR, 2012, p. 5). O trabalho do psicopedagogo nos seus primórdios foi pautado pelas dificuldades de aprendizagem que as crianças apresentavam, e tempos depois ocorreu uma ampliação da atuação desses profissionais, se envolvendo não somente com o ambiente escolar ou com a questão clinica, mas desenvolvendo-se em trabalhos multidisciplinares (OLIVEIRA, 2008).

Considerando o que foi abordado até o presente momento sobre a Psicopedagogia e a inclusão, Masini (2003) trás algumas contribuições e posicionamentos que o psicopedagogo deve ter para o processo de inclusão do aluno na educação. Segundo ele o psicopedagogo pode contribuir, oferecendo condições à participação no meio social em que o aluno vive, partindo de questões

que o aluno dispõe e atender suas necessidades, avaliar as dificuldades e possibilidades do aluno, entender o que o aluno compreende ou não, verificar as habilidades e como o aluno maneja as áreas do conhecimento, verificar os recursos que as organizações possuem para auxiliar na aprendizagem, além disso, entender quais os recursos podem ser usados para desenvolver habilidades e operações, ter claro para si qual necessidades e ensinar a partir do que o aluno conhece e tem possibilidades, oferecer condições para o aluno elaborar e decidir, avaliar de forma continua o aluno, propiciando a ele oportunidades de refazer atividades e compreender o que e onde errou. No entanto o psicopedagogo deve se colocar contra, a pseudo-escolarização, a ausência de avaliação, que elimina o elaborar, o aprender, o pensar, a promoção automática, que desrespeita o ser humano e desacredita em seu potencial. Além do que foi trazido anteriormente, segundo Junior (2012) a postura do psicopedagogo no ambiente de escola inclusiva está pautada no uso de “[...] alternativas metodológicas e procedimentos didáticos que viabilizará a inclusão e, sobretudo a educação de crianças com necessidades educacionais especiais, através de atendimentos multidisciplinares, incluindo o trabalho psicopedagógico.” (JUNIOR, 2012, p. 6). O autor salienta ainda que “Esses atendimentos são de extrema importância ao serem realizados no ambiente educacional,” (JUNIOR, 2012, p. 6). Considerando que é através da atuação de outros profissionais que estudam as dificuldades de aprendizagem das crianças “[...] permitirá maior propriedade em examinar os fatores orgânicos e psicológicos que desencadeiam tais, com a contribuição de uma discussão satisfatória entre a equipe, sobre a realidade estudada.” (JUNIOR, 2012, p. 7). REFERÊNCIAS ASSIS, A. L. A. Influências da psicanálise na educação: uma prática psicopedagógica. 2. ed. rev. Curitiba, 2007. CARDOZO, Aline Souza Moraes Schroeder. A atuação do psicopedagogo na escola inclusiva. 49 f. Monografia (Especialização) - Curso de Psicopedagogia, Universidade Candido Mendes, Niterói - Rj, 2011. JÚNIOR, Claudovil Barroso De Almeida,. O psicopedagogo na Educação Especial. Estação Científica (UNIFAP). 2012. Disponível em:

. Acesso em: 12 de junho de 2018. MASINI, Elcie F. Salzano (org.) Psicopedagogia na escola: buscando condições para a aprendizagem significativa. Sao Paulo. Unimarco, 1994. MASINI, Elcie F. Salzano. Psicopedagogia & inclusão - o papel do profissional e da escola. Rev. Psicopedagogia, 20(61):2-6 - Ponto de Vista. 2003. OLIVEIRA, M. A. C. Psicopedagogia institucional: a instituição em foco. Curitiba, 2008. OLIVEIRA, M. K. Vigotsky : aprendizado e desenvolvimento um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 1993....


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