Mosca, Pareto e Michels PDF

Title Mosca, Pareto e Michels
Author Bianca Ojczenasz Schmidt
Course Teoria Política A
Institution Universidade Federal de Santa Maria
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Summary

Resumo dos textos "A Classe Dirigente" de Gaetano Mosca; "Elites e o uso da força" de Vilfredo Pareto e "A Lei do Ferro e da Oligarquia" de Robert Michaels ...


Description

Sociologia Política – Mosca, Pareto e Michels

“A Classe dirigente” – Gaetano Mosca  Classe dirigente pode ser chamada de classe política.  Em toda e qualquer sociedade é possível visualizar duas classes de pessoas: uma classe que dirige e a outra que é dirigida.  A classe dirigente é menos numerosa e detém do poder político, monopolizando o poder e usufruindo de tudo o que o poder pode trazer.  Já a classe dirigida é mais numerosa e é controlada pela primeira, de maneira as vezes legal ou não e de forma violenta as vezes ou não.  Na prática todos nós reconhecemos a existência de uma classe dirigente.  Sabemos que em qualquer país os interesses políticos estão nas mãos de uma minoria de pessoas influentes, das quais a maioria se submete.  Fatos políticos:  Primeiro = é que em todo organismo político existe um individuo que é o chefe entre os lideres da sua classe dirigente e que se situa, como dizemos, à testa do Estado.  Segundo = qualquer que seja o tipo de organização política, as pressões procedentes do descontentamento das massas governadas ou das paixões pelas quais são dominadas exercem certa influencia na política da classe dirigente, da classe política.  Por outro lado, se por ventura o descontentamento das massas conseguir depor uma classe dirigente, inevitavelmente será necessária outra minoria organizada no meio das massas para executar as funções de uma classe dirigente.  A classe dirigente tem importância na determinação do tipo político e do estágio de civilização dos diferentes povos.  O poder de qualquer minoria é irresistível ao se dirigir contra cada um dos membros da maioria tomado isoladamente, o qual se vê sozinho diante da totalidade da minoria organizada.  Ao mesmo tempo, a minoria é organizada exatamente por ser uma minoria.  Portanto, quanto maior for a comunidade política, menor será o tamanho da minoria em relação à maioria governada, e tanto mais será para a maioria organizar-se contra a minoria.

 Essas minorias são construídas de tal maneira que os indivíduos são distinguidos da massa por suas qualidades que conferem certa superioridade material, intelectual e moral. Ou então são herdeiros de quem tinha essas qualidades.

As Elites e o uso da força na sociedade – Vilfredo Pareto  A sociedade é heterogênea e esse é o fator de analise para se chegar a estudos que determinam o equilíbrio social.  O fato é que a sociedade humana não é homogênea, que os indivíduos são física, moral e intelectualmente diferentes.  No entanto, as classes sociais não são inteiramente distintas, mesmo em países de castas ou países livres.  Ao reunirmos uma classe de pessoas que possuam os mais altos índices em seus ramos de atividade e chamemos essa classe de elite.  É de grande utilidade dividirmos esta classe social em outras duas: uma elite governante, compreendendo os indivíduos que direta ou indiretamente participam do governo, e a outra uma elite não-governante, compreendendo os demais.  Temos então, dois estratos da população: 1) um estrato inferior, a não-elite, que não possuiu influencia no governo; 2) um estrato superior, a elite que é dividida em dois: a) elite governante; b) a elite não governante.  A elite governante contém indivíduos que usam rótulos apropriados para cargos políticos de certa relevância – ministros, senadores, deputados, juízes, generais, coronéis e assim por diante.  Devem-se observar também as exceções, que são pessoas que alcançam cargos políticos sem nenhuma das caracterizas anteriores.  E essas exceções nos levam a desvios, que esses são considerados para se encontrar o equilíbrio social.  A essa mistura, entre a elite e a não elite, damos o nome de “circulação das elites”.  O estado de fato é que tem influência no equilíbrio social.  O estrato superior da sociedade, a elite, contém nominalmente certos grupos de pessoas, nem sempre bem definidos, que são chamados aristocracias.  As aristocracias não perduram por muito tempo. Quaisquer que sejam as causas é um fato incontestável que depois de certo tempo elas morrem. A história é um cemitério de aristocracias.

 A classe dominante é revigorada não só em números, mas também em qualidades.  Uma forte perturbação do equilíbrio é a acumulação de elementos inferiores nas classes superiores, e, inversamente, de elementos superiores em classes inferiores.  Em virtude da circulação de classes, a elite governante está sempre num estado de lenta e continua transformação.  Quando a classe dominada contém um numero de indivíduos dispostos a suar a força e lideres capazes para guiá-los, a classe governante é, muitas vezes, derrubada e outra toma o seu lugar.  É muito mais difícil derrubar uma classe governante que é perita no uso da trapaça, da fraude, da corrupção.  Assim, deixada sem liderança, sem talento, desorganizada, a classe dominada é quase impotente para reagir contra qualquer regime estável.

A lei de ferro da Oligarquia – Robert Michels. Sociologia dos partidos políticos – As tendências oligárquicas da organização. BASE CONSERVADORA DA ORGANIZAÇÃO  A organização política conduz ao poder. Mas o poder é conservador o tempo todo.  Ora, à medida que a organização cresce a luta pelos grandes princípios se torna possível.  O que é na verdade, o partido político moderno? Uma organização metódica das massas eleitorais.  O partido dotou-se de uma burocracia, que pela consciência dos seus deveres, pelo seu zelo e sua submissão à hierarquia, rivaliza com a do próprio Estado.  A organização deixa assim, de ser um meio, para tornar-se um fim.  Às instituições e às qualidades que no início eram destinadas simplesmente a assegurar o funcionamento da máquina do partido – subordinação, cooperação harmoniosa dos membros individuais, relações hierárquicas, discrição, correção – acabam atribuindo mais importância que o grau de rendimento da máquina.  O partido revolucionário rivaliza com os partidos burgueses pela conquista do poder.  A existência de chefes é um fenômeno inerente a todas as formas da vida social.  A organização é a fonte de onde nasce a dominação dos eleitos sobre os eleitores, dos mandatários sobre os mandantes, dos delegados sobre os delegam.

 Quem diz organização, diz oligarquia.  A massa nunca será soberana a não ser de uma forma abstrata.  Qualquer regime e qualquer civilização trazem uma marca aristocrática.  É da própria natureza da massa, que, mesmo organizada, está afligida por uma incompetência incurável de resolver todos os vários problemas que se apresentam, e isso porque a massa é em si amorfa e precisa de divisão do trabalho, de especialização e de direção.  Segundo Proudhon, “A espécie humana quer ser governada, ela o será. Eu me envergonho da minha espécie.”  O homem individual está pela própria natureza consagrado a ser guiado, e quanto mais as funções da vida se dividem e se subdividem mais ele o será.  E isso é ainda mais verdadeiro no grupo social....


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