O século do ego e psicologia das massas PDF

Title O século do ego e psicologia das massas
Author Dani Nery
Course Psicologia Social I
Institution Universidade do Estado da Bahia
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC/CAMPUS I – PSICOLOGIA PSICOLOGIA SOCIAL I

BEATRIZ MOTTA GONÇALVES DA SILVA CLARA DE OLIVEIRA DANIELA NERI GABRIEL MARINHO MONTEIRO BAHIA MOARA DE PAULA OLIVEIRA RAFAELA RAMOS OLIMPIO DA SILVA VANESSA TEIXEIRA BARRETO

Uma análise do documentário “O século do ego” e da obra de Sigmund Freud “Psicologia de grupo e a análise do ego”

Salvador

2017

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC/CAMPUS I – PSICOLOGIA PSICOLOGIA SOCIAL I

BEATRIZ MOTTA GONÇALVES DA SILVA CLARA DE OLIVEIRA DANIELA NERI GABRIEL MARINHO MONTEIRO BAHIA MOARA DE PAULA OLIVEIRA RAFAELA RAMOS OLIMPIO DA SILVA VANESSA TEIXEIRA BARRETO

Uma análise do documentário “O século do ego” e da obra de Sigmund Freud “Psicologia do grupo e análise do ego” Trabalho realizado como exigência à disciplina Psicologia Social-I, ministrada pela docente Kátia Jane Bernardo, da Universidade do Estado da Bahia.

Salvador

2017

1. INTRODUÇÃO O documentário de Adam Curtis (2002) “O século do Ego” procura explicar como se deu a alta do consumismo na sociedade estadunidense do século XX, e como as teorias de Freud sobre a psicologia das massas, e seu sobrinho Edward Bernays deram a possibilidade do surgimento das Relações Públicas. As teorias de Freud que também estão no texto “Psicologia do grupo e a análise do ego”, procuram entender quais são as dinâmicas que ocorrem nas massas e qual é o papel do inconsciente no indivíduo inserido neste meio. Essas teorias puderam nortear a forma com que as empresas e o governo poderiam controlar as ações dos indivíduos pela propaganda, de forma a manipular os desejos do inconsciente primitivo das massas. Desse modo, o presente trabalho procura analisar o documentário de Adam Curtis (2002) com a obra “Psicologia do grupo e análise do ego”, com a finalidade de buscar entendimento sobre o conceito de psicologia das massas à luz dos conceitos de Sigmund Freud. Assim, compreende-se que as multidões incorporam-se de forma a serem um todo com os mesmos desejos. 2. UMA ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “O SÉCULO DO EGO” E DA OBRA DE SIGMUND FREUD “ PSICOLOGIA DE GRUPO E A ANÁLISE DO EGO”. Na série documental “O Século do Ego”, produzida pela B  ritish Broadcasting Corporation (BBC) em 2002, são tratados temas de grande relação com as teorias freudianas acerca da psicologia das massas. Especialmente no primeiro episódio, “Máquinas da Felicidade”, cuja temática é a forma como a utilização das teorias de Sigmund Freud por seu sobrinho, Edward Bernays, auxiliou na criação das Relações Públicas e afetaram o modo de vida da sociedade estadunidense nas primeiras décadas do século XX. É possível identificar a aplicação prática do pensamento psicanalítico, o qual considera o ser humano como possuidor de desejos e medos irracionais e primitivos em seu subconsciente, sendo possível o controle desses

sentimentos profundos através da publicidade, reformulada por Bernays no contexto da época. Ao longo do documentário, é apresentada a visão de Freud no que tange o papel da sociedade, que para ele é um instrumento de dominação dos então reconhecidos impulsos irracionais, e atua reprimindo-os, caso contrário a espécie não seria capaz de sobreviver. Isso marca a crescente visão pessimista do teórico acerca da natureza do ser humano, tendo se tornado mais forte nos seus últimos anos de vida. Freud postulava que no contexto das massas, assim como em qualquer grupo, seus integrantes libertam alguns dos seus sentimentos mais profundos, guardados em seus subconscientes, assumindo sua irracionalidade inerente e tendo grande capacidade de alterar as estruturas da sociedade, até mesmo levando-a ao colapso. Essa visão foi o marco para a utilização da publicidade e da recém-criada profissão de Relações Públicas por Bernays, no despertar dos desejos reprimidos através de símbolos e imagens contidas de forma subliminar nos produtos, o que acarretou na onda de consumo massivo, responsável por importantes transformações sociais até a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929. Após a morte de Freud, sua filha Anna Freud se tornou a líder do movimento psicanalítico, e seguiu influenciando o modo como as teorias se aplicam no manejo das massas a partir das premissas básicas de controle dos sentimentos primitivos, sendo contribuinte até mesmo na concretização do ódio aos comunistas décadas depois, no período da Guerra Fria. Inclusive foram criados grupos focais responsáveis pela identificação dos sentimentos que as pessoas apresentavam diante de certos produtos, utilizando essas visões a favor das empresas. Somente na década de 60 as críticas ao método psicanalítico, com a crescentes requisições de livre mercado e valorização do poder individual presentes até hoje, reduziram a influência das teorias freudianas em como se organizava a sociedade da época. Em relação a obra de Freud “Psicologia de grupo e análise do eu”, ele também argumenta que um indivíduo tira a segurança de ser parte de um grupo. No entanto, este sentimento de pertencimento leva a uma perda dos indivíduos conscientes. Assim,

quando um fenômeno atinge um indivíduo dentro de um grupo, esse acontecimento influencia o comportamento de todos daquele meio. Os sentimentos que são transferidos para o indivíduo da massa são, então, ampliados e retornados ao grupo. Freud procura examinar em detalhes esse efeito que uma enorme massa de pessoas tende a ter sobre o indivíduo, procurando examinar como os sentimentos e pensamentos de completos estranhos podem acabar tendo um impacto tão significativo sobre o sujeito. Ele então, se refere fortemente ao trabalho de Le Bon, e as duas ideias mais significativas que ele empresta desse autor são que: Em primeiro lugar, o grupo parece trabalhar em harmonia. Consequentemente, um único incidente dentro do grupo reverbera em todo o grupo e influencia a sua ação. No entanto, se o mesmo indivíduo for colocado em isolamento, seu comportamento e maneirismo seria completamente diferente de como ele reage dentro de um grupo. Em segundo lugar, ele também levanta o ponto proposto por Le Bon, onde um grupo é um ser formado para um determinado propósito. Mais tarde, ele continua citando Le Bon em suas teorias sobre hipnose e contágio na psicologia de grupo. Ele descreve esse contágio como o efeito que um indivíduo tem sobre os outros membros que estão no grupo. Ele também está de acordo com a afirmação de Le Bon de que o grupo faz com que o indivíduo expresse seus desejos mais íntimos sem quaisquer inibições, assim sugerindo que o indivíduo quando está nesse meio, é dirigido por instintos primitivos, algo que não acontece quando este está em isolamento. Consequentemente, ele usa isso como uma explicação do porque indivíduos que normalmente são calmos se tornam violentos e incontroláveis em grupos; é porque a psicologia de grupo desenha o ser Primal neles. Freud então volta a atenção de Le bon para as massas. Ele argumenta que esta é altamente influenciada por imagens e altamente incontrolável. Além disso, ele argumenta que o grupo como um ser é impulsivo e muito intolerante e, que a única maneira de controlá-lo, é através de extremos. No entanto, ele observa que Le Bon não explora muito a questão da liderança dentro do grupo. Freud fica impactado com a descrição dele sobre o líder ter uma influência hipnótica em cima da massa.

Vemos então que o desaparecimento da personalidade consciente, a predominância da personalidade inconsciente, a modificação por meio da sugestão e contágio de idéias numa direção idêntica (...) são as características principais de um indivíduo que faz parte de um grupo (...)” ( LE BON apud FREUD, 1969,p.48).

Freud aprofunda ainda mais a questão da liderança que ele considera que Le Bon não destaca adequadamente. Isso porque ele quer encontrar o que é que mantém o grupo em conjunto. Ele postula que os relacionamentos baseados principalmente na emoção do amor são a chave para colar os indivíduos juntos ao grupo, afirmando que estes são capazes de causar efeitos nas pessoas, tornando possível a revelação dos sentimentos mais íntimos. Ele sugere que, para que o indivíduo se misture no grupo, ele tem que desistir de alguma coisa. Consequentemente, o indivíduo abandona seus gostos e inibições individuais que compõem sua personalidade, desta forma sendo capaz de lidar com as demandas do grupo. De acordo com o documentário de Curtis (2002), Edward Bernays, o sobrinho de Freud, utilizou-se das ideias do tio para controlar as massas. Ele acreditava que as multidões eram facilmente coagidas a consumir, caso as propagandas incitasse os desejos do inconsciente dessa população. Bernays exemplificou a teoria das massas e mostrou esse conceito na vida real, que serviu para incrementar o consumismo nos EUA de forma massiva na década de 20. Ele observa que igrejas e exércitos representam grupos de longo prazo. No entanto, ele afirma que há outro grupo que é de curta duração e destinado a um determinado propósito. Ele acrescenta que ambos ainda são os mesmos e as dinâmicas do grupo são todas bastante semelhantes. Para que um indivíduo supere seu próprio narcisismo e se torne parte de um grupo, aprofunda a discussão sobre identificação. Ele argumenta que todos os indivíduos se identificam entre si no grupo e, neste, volta à sua natureza primitiva. Este período ele argumenta que a Horda Primal foi mantida no lugar por um sentimento de unidade, não ouve pensamento individual e todos os indivíduos fluíram como uma Onda.

Freud argumenta que durante esse agrupamento primitivo, a figura paterna forçou seus filhos a um grupo, negando-lhes os privilégios de acasalamento. Consequentemente, esses filhos se aglomeraram e mataram o pai por esse direito. No entanto, com o pai morto, um indivíduo teve de dominar a coragem e libertar do grupo. Ao fazê-lo ele assumiu o manto da liderança da tribo. 3. CONCLUSÃO

A obra de Freud “Psicologia de grupo e a análise do ego” contou com a colaboração de várias idéias de teóricos sociais importantes como Le Bon, Trotter e Mcdougall, fazendo uma releitura dos seus conceitos sobre o olhar da teoria psicanalítica. Esses conceitos auxiliaram Freud a construir sua importante contribuição sobre a psicologia de grupo, a incrementar suas discussões sobre o id, ego e superego, e a definir como funcionam essas estruturas no meio social. Por fim, ao analisar as idéias trazidas pelo documentário “O século do ego” e o texto “Psicologia de grupo e a análise do ego”, pode-se concluir que as idéias psicanalíticas sobre o inconsciente do grupo, foram de enorme importância para entender os mecanismos de funcionamento da nossa sociedade, assim como para a formação desta como a conhecemos hoje, pois o controle que foi exercido sobre as massas através da mídia, pode explicar o comportamento exacerbadamente consumista que começou no século XX na sociedade estadunidense, e se prolonga até os dias atuais. A análise da psicologia de grupo também foi importante para compreender como funcionam as dinâmicas das massas, qual é a importância do papel do líder nos diversos cenários sociais, atravessando toda a história da humanidade, desde os primórdios até os tempos hodiernos e a força que o sentimento de amor igualitário exerce sobre os membros de um grupo como mecanismo de coesão inconsciente, impelindo todos os sujeitos a lutarem pelos mesmos objetivos. De maneira prática e recorrendo à expressões do senso comum, costumamos ouvir que “a

união faz a força”, que traz uma fala coletiva que vem a corroborar com os estudos que se fez nesse trabalho, sobre o movimento das massas e a psicologia do ego.

REFERÊNCIAS FREUD, Sigmund. Psicologia de grupo e análise do ego: Obras completas. Vol.18. Edição Standard. Rio de Janeiro. Imago:1969. O século do ego. Direção: Adam Curtis. Roteiro: Adam Curtis. BBC TWO, 2002. Youtube ( 240 min). Título original: The century of the self....


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