Rebeliões nativistas e separatistas PDF

Title Rebeliões nativistas e separatistas
Course História Regional
Institution Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
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Resumo completo e impecável da aula...


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AS REBELIÕES NATIVISTAS E SEPARATISTAS AS REBELIÕES NATIVISTAS Contexto: o arrocho tributário e administrativo de Portugal sobre o Brasil. Fatores Econômicos -Retração econômica da Metrópole e da Colônia. -Aumento da carga tributária, ocasionando a redução do lucro obtido pela elite colonial brasileira. Fator Político: redução da autonomia política exercida pela elite colonial brasileira. Conseqüências -Agrava o relacionamento entre a elite colonial brasileira e a Metrópole. -Têm início as rebeliões nativistas. Características das Rebeliões Nativistas -Lideradas pela elite colonial brasileira. -Ausência de projetos emancipacionistas. -Lutas isoladas, principalmente contra o domínio econômico dos portugueses. Observações -A elite procurava proteger seus bens e lucros contra a opressão tributária da Coroa. -Foi uma tentativa de resolver um problema local ou regional com o Estado Luso. -As revoltas nativistas já apontavam para o nascimento de uma natividade (estranhamento com a Metrópole). -O primeiro passo no processo de formação de identidade nacional estava na idéia de não pertencimento, isto é, “não somos portugueses”. A Rebelião de Beckman (MA – 1684): movimento liderado pelos irmãos Manoel e Thomas Beckman. Objetivos do Movimento: -O fechamento da Companhia de Comércio do Maranhão (1685). -Expulsão dos jesuítas da região. Observações -Objetivando sufocar a rebelião, a Coroa buscou apoio dos Jesuítas. -Em 1759, os Jesuítas foram expulsos da região. A Guerra dos Emboabas (MG: 1708 – 1709): conflito entre paulistas e os “estrangeiros” pelo controle da região mineradora.

Observações -Em 1709, a região foi pacificada e foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. -A Coroa resolveu perdoar parte dos revoltosos ( temia uma queda na produção aurífera). -Em 1720, foi criada a Capitania de Minas Gerais, separando-a de São Paulo (enfraquecer São Paulo). A Guerra dos Mascates (PE: 1710 – 1714): conflito entre a elite colonial (Olinda) e os comerciantes portugueses (Recife). Observações -Os senhores de engenho se endividaram junto aos comerciantes portugueses. -Em 1709, Recife foi elevada à condição de vila, tornando-se independente de Olinda (eclode o conflito). -Em 1714, Recife foi confirmada como cidade e, também como capital de Pernambuco. A Revolta de Vila Rica (MG: 1720): movimento liderado por Filipe dos Santos contra a instalação das Casas de Fundição. A CRISE DO ANTIGO REGIME E AS REBELIÕES SEPARATISTAS A CRISE DO ANTIGO REGIME Contexto: A crise do Sistema Colonial. Panorama externo Iluminismo (XVIII): defendia a liberdade individual e condenava qualquer tipo de tirania política, religiosa e militar. A Independência dos Estados Unidos (1776): pela primeira vez uma colônia americana conquistava a sua independência (propagação do pensamento liberal, republicanismo, federalismo e presidencialismo). A Revolução Industrial (1780): destruiu as bases econômicas do Antigo Regime ( mercado consumidor). A Revolução Francesa (1789): destruiu as bases políticas do Antigo Regime (Político, Econômico e Social). Panorama interno (Brasil) Campo Político: “restrição” e impossibilidade de participação na administração (somente portugueses nos cargos administrativos). Campo Econômico: -O exclusivismo metropolitano (Pacto Colonial). -Os altos impostos e o aumento do contrabando. Campo Cultural: proibição de estabelecer uma imprensa e de criar universidades.

Campo Social: -Aumento demográfico e expansão da classe intermediária (pensamento liberal). -Aumento da presença de comerciantes estrangeiros no Brasil ( especialmente ingleses ) Observação: os fatores externos e internos contribuíram para a eclosão das Revoltas Emancipacionistas. AS REBELIÕES SEPARATISTAS A Inconfidência Mineira (1789) “As Minas eram um país, como não havia outro, que tinham toda as riquezas em si” (Tiradentes). Líderes: mineradores, padres, funcionários públicos, advogados, criadores de gado, etc. (grupo heterogêneo). Causas Ideológica: influência das ideias iluministas. Política: crescente insatisfação com a postura centralizadora da Metrópole. Econômica: Esgotamento das jazidas e a decretação da Derrama.

Propostas Emancipação política de Minas Gerais. Implantação de uma República, incentivar a industrialização e criar uma Universidade em Minas Gerais. Suspender a derrama, perdão da dívida e defesa da liberdade de comércio. Estopim Derrama

do

conflito:

a

aplicação

da

A charge mostra o desconhecimento da população com relação às ordens que chegavam de Portugal, porém evidencia o total descontentamento com relação aos lusos. Além disso, derrama significa a cobrança forçada dos impostos atrasados.

Os limites do movimento -Não passou da fase conspirativa, isto é, não teve derramamento de sangue (Devassa aos participantes). -Era um movimento elitista (as principais lideranças eram proprietários de escravos). Observações: -O movimento foi influenciado pela independência dos Estados Unidos e pelo Iluminismo (Ideologia Burguesa). -Para alguns historiadores, a Inconfidência Mineira é o início do processo de independência do Estado brasileiro e, sem exagero, o “nascimento do Brasil”. A figura de Tiradentes permitia ligar vários temas: -A criação da República (herói da República). -A luta pela independência do Brasil e abolição da escravatura (reverenciado por monarquistas e por abolicionistas). -No governo Vargas (Estado Novo: 1937-1945), como exemplo de trabalhador.

Acusado, Joaquim José da Silva Xavier, tornou-se simplesmente Tiradentes para a Coroa (uma forma de desqualificar e ridicularizar o Levante). Foi preso (assumiu toda a culpa, isto é, não traiu a causa nem os amigos), julgado, condenado, executado e esquartejado. Na cadeia, “ficou sob a tutela espiritual” dos frades franciscanos, onde o seu ardor patriótico teria sido substituído pelo fervor religioso. “Prenderam um patriota; executaram um frade / o Cristo da multidão”

Tiradentes havia se rebelado contra a dominação da Coroa portuguesa, foi preso e condenado à morte, recebeu punição bárbara de esquartejamento. A representação de Tiradentes apresenta características religiosas, uma vez que ele recebeu uma aparência similar à consagrada a Jesus Cristo em uma tradição iconográfica cristã (semelhança ao sofrimento de Cristo na cruz). Além disso, o corpo esquartejado de Tiradentes remete ao martírio e forma o mapa do Brasil. Observação: O pintor Pedro Américo estava inserido no momento político republicano, no qual a problemática principal era estabelecer heróis para a história do país.

A Conjuração Baiana / Alfaiates / Búzios (1798): Contexto Político: decadência política após a transferência da capital da Colônia para o Rio de Janeiro (1763). Contexto Social: a cidade de Salvador passou a ser habitada por uma grande massa de miseráveis. Contexto Econômico: renascimento agrícola açucareiro e o elevado custo dos produtos alimentícios. Líderes: alfaiates, pedreiros, soldados, médicos, advogados, etc. (mestiços, negros livres e homens brancos). Estopim do movimento: a miséria e as dificuldades econômicas da Bahia. Propostas Implantação de uma república democrática e liberdade comercial. Aumento de salário, igualdade jurídica, abolicionismo e o fim do preconceito racial. Lema dos conjurados: “Surge nec mergitur”, quer dizer: ” Apareça, não se esconda”.

Observações: -O movimento foi influenciado pelo Iluminismo (Ideologia Burguesa), pela Revolução Francesa (Fase da República Jacobina) e pela revolução haitiana. -Os conjurados admitiam abertamente que eram distinguíveis e, ainda mais, identificáveis sem esforço pelo uso de ornamentos que, que de um modo tácito, transmitissem e reafirmassem seus princípios políticos (a identidade do grupo era fixada por adornos e vestuários). -Foi um movimento anticlerical (o clero dava sustentação ao Regime Absolutista).

A obra recria a execução dos líderes da Conjuração Baiana (1798). Ao mesmo tempo que rememora a violência sofrida pelos insurgentes baianos. A imagem utiliza do simbolismo de Tiradentes e procura ampliar a presença de negros como sujeitos sociais nas lutas coloniais e antiescravistas. Essa obra também pode ser interpretada como uma alusão à vulnerabilidade social à qual a população negra está submetida no Brasil contemporâneo.

Os limites do movimento

Não passou da fase conspirativa (prisões, degredos, enforcamento e esquartejamento). Não havia unidade política dos grupos participantes....


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