Relatório - Contra a violência e o preconceito: arte e poesia na periferia PDF

Title Relatório - Contra a violência e o preconceito: arte e poesia na periferia
Author Luane Fernandes
Course Agência Experimental em Jornalismo
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Pages 3
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Summary

Relatório com justificativa e técnicas da reportagem Contra a violência e o preconceito: arte e poesia na periferia....


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ANEXO 2: Formulário de inscrição/relatório A) Dados do(a) aluno(a): 01. Nome do(a) aluno(a)-líder: Luane Fernandes Costa 02. Curso: Comunicação Social - Jornalismo 03. Email: [email protected] 04: Celular: 84987054998 05. CPF: 11397331410 B) Dados do trabalho: 06. Categoria: Jornalismo 07. Modalidade: JO07 Produção Laboratorial em Jornalismo Digital (Avulso) 08. Trabalho produzido em: (x) disciplina ( ) projeto de extensão ( ) agência de comunicação 09. Orientador(es) do trabalho: Esdra Sales Marchezan 10. Título do trabalho: Contra a violência e o preconceito: arte e poesia na periferia C) Relatório do produto (cada item deve ser respondido com 400 a 4.000 toques): 11. Descrição do objeto de estudo (histórico, objetivo, problema, contexto) Esta reportagem foi escrita durante a disciplina de Agência Experimental em Jornalismo, do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no período de dezembro de 2019. A disciplina em questão tem um caráter extremamente prático, pois é ministrada no final do curso e tem o objetivo de nos preparar para o mercado de trabalho. Sendo assim, escolhi o exercício de contar essa história através do gênero reportagem. Além disso, por ser uma mulher negra potiguar e estar ciente da importância do conceito de lugar de fala (RIBEIRO, 2017) decidi abordar o racismo e a violência que assolam a juventude negra na cidade de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte, considerado em 2019 como o pior estado para um jovem morar no Brasil pela BBC Brasil. Segundo o Atlas da Violência, o Rio Grande do Norte se tornou o Estado mais violento do país em 2017, principalmente para os pretos e pardos, com baixa escolaridade e de bairros periféricos. Os dados mostram que a violência tem alvo, endereço, cor e está diretamente atrelada a opressão do racismo. Vale ressaltar também os inúmeros casos de homicídio direcionado aos jovens negros, que levam a diversos intelectuais negros acreditarem que há um verdadeiro genocídio da juventude negra brasileira em curso pelo Estado. Diante disso, três sujeitos mossoroenses, negros e periféricos foram entrevistados para compor a reportagem. Mas, muito além de abordar o racismo e a violência, buscou-se abordar a arte e a poesia, formas de luta e resistência que esses jovens encontraram para sobreviver em meio ao preconceito. São eles: Geovanna Coelho, estudante de história, professora e poetisa; Lucas Rafael (Barroco), estudante de Letras e slammer; e Laci Freitas, assistente administrativo da Uninassau. Infelizmente, a realidade brasileira fez com que cada um desses jovens tivesse um relato diferente de racismo para contar, mas eles também mostraram a força e a potência que possuem para enfrentar o racismo e fugir das estatísticas de violência. 12. Descrição das pesquisas realizadas (metodologias e técnicas de pesquisa)

As pesquisas foram feitas principalmente na leitura de matérias de agências que tem como foco as pautas raciais, como o Alma Preta Jornalismo, no qual esta reportagem chegou a ser publicada em um formato de série, o que trouxe bastante visibilidade para a mesma, já que a página do Instagram da Alma Preta Jornalismo conta com mais de duzentos mil seguidores. Além disso, também foram analisados os dados do Observatório de Violência do RN (OBVIO), do 12° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (IPEA) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública para mostrar a realidade da violência no estado e no país e o quanto ela afeta principalmente os jovens negros. Para a metodologia e as técnicas de pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica com autores negros brasileiros que abordassem a temática racial, como o autor Silvio Almeida em seu livro Racismo Estrutural. Nele, Almeida conceitua três tipos diferentes de racismo e explica como eles se manifestam na sociedade: racismo individual, institucional e estrutural. De acordo com Silvio "o racismo é definido por seu caráter sistêmico. Não se trata, portanto, de apenas um ato discriminatório ou mesmo de um conjunto de atos, mas de um processo em que condições de subalternidade e de privilégio que se distribuem entre grupos raciais se reproduzem nos âmbitos da política, economia e das relações cotidianas. O racismo articula-se com a segregação racial, ou seja, a divisão espacial de raças em localidades específicas e/ou à definição de estabelecimentos comerciais e serviços públicos como de frequência exclusiva para membros de determinados grupos raciais". (ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. 2020, p. 34) Os episódios de racismo explicitados pelos jovens nesta matéria demonstraram bem a segregação racial e a divisão espacial de raças que Silvio aborda. Conforme os relatos das entrevistas, os espaços marginalizados e periféricos são reservados às pessoas negras, e os espaços mais comuns as elites e até mesmo os espaços públicos, como neste caso shoppings e bancos, muitas vezes lhes são negados. Para o desenvolvimento desta matéria, também se fez importante pesquisar o conceito contemporâneo de lugar de fala, segundo Djamila Ribeiro: "Lugar de fala nos faz refutar uma visão universal de mulher e de negritude, e outras identidades, assim como faz com que homens brancos, que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como metáfora do poder, como nos ensina Kilomba. Com isso, pretende-se também refutar uma pretensa universalidade. Ao promover uma multiplicidade de vozes o que se quer, acima de tudo, é quebrar com o discurso autorizado e único, que se pretende universal. Busca-se aqui, sobretudo, lutar para romper com o regime de autorização discursiva". (RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? 2017, p. 39) A partir disso, esta matéria também tem o objetivo de exercitar o rompimento com as reportagens que abordam a violência na mídia hegemônica, sempre sob o ponto de vista de homens brancos, que dificilmente relacionam a violência ao racismo e muitas vezes também reproduzem essa opressão. Por esse motivo é comum observamos nas grandes mídias pessoas negras e brancas sendo descritas de formas distintas, o branco que mora em local de privilégio é o "estudante", "delivery de drogas", "empresário", enquanto o negro e periférico é descrito como marginal, traficante. Em contraponto a isso, buscou-se trazer não somente dados de violência, mas os caminhos positivos alternativos ao preconceito, como a manifestação de cultura e arte nos espaços da cidade pelos jovens entrevistados. 13. Descrição da produção (métodos, técnicas e recursos utilizados para concepção do produto)

Para a concepção deste produto foram utilizados os seguintes recursos: um notebook Acer core i5, pertencente a aluna líder, para transcrever os áudios e desenvolver toda a parte escrita. Um smartphone Motorola G 5s Plus, um aplicativo para gravar os relatos das pessoas entrevistadas, e uma câmera Nikon D-70 disponibilizada pelo professor da disciplina e orientador deste trabalho. As entrevistas com os estudantes Geovanna e Lucas aconteceram dentro da própria UERN, na Padoca LabCom, um laboratório urbano de comunicação que envolve pesquisa, extensão e intervenção urbana, no qual também foram realizadas as fotografias, em meio às diversas pichações feitas pela comunidade acadêmica e externa da UERN, que celebram a negritude e importantes figuras históricas negras brasileiras como Marielle Franco. Com relação a entrevista com Laci Freitas, foi feita na praça de alimentação de um shopping da cidade, devido a disponibilidade do entrevistado. A reportagem contava como uma das avaliações da disciplina em Agência Experimental em Jornalismo, mas também chegou a ser publicada na página do medium do projeto de extensão HiperLab da UERN ( https://medium.com/hiperlab), um laboratório de narrativa hipermídia, e no portal Alma Preta Jornalismo (https://almapreta.com/), como mencionado anteriormente.

Mossoró-RN, 8 de agosto de 2020.

____________________________________ ____________________________________ Assinatura do(a) aluno(a)-líder Assinatura do(a) orientador(a)...


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