Resenha Crítica - Conservação e reuso da Agua PDF

Title Resenha Crítica - Conservação e reuso da Agua
Course Gestão de Tratamento e Resíduos Industriais
Institution Universidade do Vale do Itajaí
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Resumo critico de um artigo cientifico. ...


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CONSERVAÇÃO E REUSO DE ÁGUA LUANA FIESZT Engenharia Química - Escola do Mar, Ciência e Tecnologia - Universidade do Vale do Itajaí Rua Uruguai, Centro, Caixa Postal 88302-901, Itajaí, SC, Brasil Gestão de Tratamentos de Resíduos Industriais – Prof.º Dra. Tania Denise Pedrelli E-mail: [email protected]

RESENHA CRÍTICA A reutilização da água passou por três fases, a primeira sendo motivada por vertentes conservacionistas, a segunda pela necessidade de se conservar e reusar a água em zonas áridas, e a terceira e atual fase, que consiste na urgência de se diminuir significativamente a poluição dos rios e lagos. Qualquer iniciativa de conservação da água necessita ser baseada em princípios de reuso e racionalização, de forma a suprir a demanda populacional e industrial da melhor forma possível. Uma vez que a população tem crescido cada vez mais, que as reservas de água doce do planeta estão se limitando, e que a demanda agrícola e industrial de água tem crescido, se faz necessária a implantação de um planejamento para mitigar os impactos negativos relativos aos efluentes gerados pelas indústrias, assim como para melhor reutilização dos atuais recursos hídricos. O Programa de Conservação e Reuso de Água (PCRA), é composto por um conjunto de ações específicas de racionalização do uso da água na unidade industrial, sendo, que cada indústria deve ter um planejamento próprio adequado ao seu processo produtivo, enfatizando seu consumo e oferta de água, assim como a viabilidade da implantação dos recursos sugeridos. Podendo essas, serem ações que reduzam a quantidade de água extraída das fontes de suprimento, do consumo e desperdício e perda de água, ou ainda que aumentam a eficiência do uso e a reciclagem e reuso da água; assim como aquelas ações que tendem a evitar a poluição. Para se garantir uma relação harmônica entre as atividades humanas e o meio ambiente e permitir um melhor equilíbrio de força entre tantos segmentos sociais e econômicos, foram criadas normas e regulamentações relacionadas à utilização de recursos hídricos, sendo estabelecidos pela Lei n° 9.433/97, a qual cria o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos.

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Ao se implantar um PCRA é de extrema importância que se tenha conhecimento quantitativo e qualitativo do consumo de água em todas as edificações e processos, podendo assim identificar os maiores consumidores, mecanismos de controle e ações tecnológicas passiveis de serem implantadas para a redução do consumo d’água ou para sua reutilização. Sendo o passo inicial a minimização e otimização do consumo da água. É importante ressaltar, que se faz necessária a implantação de um sistema de gestão permanente após a aplicação de um PCRA, para haver a devida manutenção e controle da qualidade da água fornecida; ficando geralmente a cargo de um gestor de água. A implantação do PCRA consiste basicamente em seis etapas: 1ª Etapa – Avaliação técnica preliminar. Essa

primeira

etapa consiste

basicamente

no

levantamento

da

documentação e de quaisquer dados que envolvam o consumo de água na indústria. É necessário se atentar para a abrangência de cada documento, da qualidade e do nível de detalhamento, da clareza das informações assim como o conhecimento técnico e a experiência das pessoas envolvidas, uma vez que esses detalhes forneceram a base para a implantação do PCRA. Após ter a documentação necessária e conhecimento sobre as legislações vigentes, deve se realizar uma pesquisa em cada setor da empresa e coletar assim dados específicos sobre as condições da água utilizada, dos sistemas hidráulicos, perdas fiscais, usos inadequados e usuários envolvidos na ação. Com esses dados, se realiza, então, uma primeira avaliação do uso de água na indústria, avaliando quais são os macros e micros fluxos da água e também o plano de setorização do consumo de água. O macro fluxo se caracteriza desde a fonte abastecedora até o destino final dos efluentes gerados, sem, contudo, se detalhar no uso interno. Já o micro fluxo consiste no detalhamento do fluxo de água por setor, processos, equipamentos e atividades consumidoras de água. Entretanto a parte mais importante dessa primeira etapa é o plano de setorização do consumo de água, que possibilitará o controle e a medição do consumo individualizado por setor de modo a otimizar a gestão de consumo.

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2ª Etapa – Avaliação da demanda de água. Essa etapa do processo permite a identificação das demandas atuais, e intervenções necessárias para a eliminação e/ou redução de perdas, racionalização do consumo e minimização de efluentes. Sendo avaliadas as perdas físicas nas tubulações, conexões e reservatórios, os processos que utilizam água, assim como os sensores de medição. 3ª Etapa – Avaliação da oferta de água. A escolha de qual será o meio para o abastecimento da indústria deve ser embasada em qual será o custo de captação, adução e distribuição, de operação e manutenção, assim como da garantia da qualidade e das eventuais possibilidades de descontinuidades do abastecimento. Sendo que essa água pode ser proveniente da rede pública, fornecida por terceiros (caminhões pipa), captação direta de mananciais (rios, lagos, etc.), águas subterrâneas ou pluviais ou ainda de efluentes tratados. 4ª Etapa – Estudo de viabilidade técnica e econômica. Essa é a etapa do PCRA que deve fornecer os subsídios necessários para que o programa possa ser implantado e possua um retorno atrativo em um curto período de tempo, se possível. Apesar de o principal objetivo do PCRA ser reduzir e racionalizar o consumo de água, consequentemente, trazendo economias para a empresa, a necessidade de um investimento inicial se faz presente, uma vez que é necessária a implantação de novas operações, processos ou de novos meios de captação de água. É importante se levantar custos diretos e indiretos, assim como duvidosos, ou seja, aqueles que podem ou não tornar se reais a longo prazo, levando em conta sempre todas as opções disponíveis e analisando-as uma a uma. 5ª Etapa – Detalhamento e implantação de PCRA. Após todas as etapas anteriormente mencionadas, inicia-se uma fase de implantação desse sistema na indústria, sendo que por vezes esse é um processo gradual, acompanhando o fluxo de caixa disponível para tais mudanças serem realizadas. O detalhamento para a implantação consiste em um cronograma do fluxo de caixa, da especificação dos sistemas de setorização para monitoramento do consumo, do detalhamento de cada intervenção a ser realizada, das especificações dos sistemas, materiais e

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equipamentos a serem instalados, assim como dos manuais de operações dos sistemas e equipamentos em geral. É importante se iniciar a implantação do PCRA somente após se ter todo o detalhamento, uma vez que esse constitui um suporte para se acompanhar o passo a passo da implantação e do posterior monitoramento do consumo de água em cada setor. O primeiro passo para a implantação são as medidas imediatas, como por exemplo, a correção de perdas físicas notadas no processo e a implementação do plano de setorização do consumo. Seguido de ações de conscientizações para que o uso da água seja minimizado. 6ª Etapa – Implantação do sistema de gestão de água. O sistema de gestão do consumo de água consiste no monitoramento e controle dos indicadores obtidos e pré-estabelecidos. Contudo essa gestão não se dá somente ao decorrer da implantação, ao contrário, o continuo controle e monitoramento se faz necessário. Uma adequada gestão possibilitará a implementação da política de conservação da água, a integração do plano de gestão com os demais insumos (possibilitando a avaliação dos impactos gerados), atualização constante de dados e de formas de melhorias, divulgação dos resultados para melhor conscientização, avaliação continua da qualidade e do consumo da água, avaliação do ciclo de vida das opções de conversação da água, capacitação continua dos profissionais envolvidos. Ressalta-se que a adoção de uma política ambiental apropriada, como por exemplo, a preocupação com o consumo de água tem se tornado um diferencial, principalmente entre industrias do mesmo segmento. O que por sua vez é um triste fato, a preocupação com o meio ambiente não deveria ser foco de uma barganha social, fiscal ou de lucratividade. Uma vez que todos moramos no mesmo planeta, necessitamos dos mesmos recursos básicos (como água potável, por exemplo) para sobreviver, qual seria a necessidade de divulgar ações de conscientização, criar planos de gerenciamento ou elaborar treinamentos para conscientizar o desperdício de algo tão primordial a vida? O PCRA é uma forma de se minimizar os danos já causados, não ao meio ambiente, mas ao próprio senso de preservação humano. Quanto mais segmentos se preocuparem com a destinação e com o consumo de água em

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sua empresa, mais conscientização haverá e maior será o aproveitamento da água disponível sem desperdícios, trazendo como consequência (e não por objetivo) retorno financeiro.

REFERÊNCIA CIRRA – Centro internacional de referência em reuso de água; FCTH – fundação centro tecnológico de hidráulica; DTC engenharia. Conservação e reuso de água – manual de orientações para o setor industrial. Ministério do Meio Ambiente, Agência nacional de águas, São Paulo – SP, vol. 1, p. 93, 2004.

Disponível

em:

. Acesso em: 02 dez 2018....


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