Resumo - A Revolução Industrial no séc. XVIII - Mantoux PDF

Title Resumo - A Revolução Industrial no séc. XVIII - Mantoux
Author Thiago Carvalho
Course História Moderna II
Institution Universidade do Estado do Pará
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Resumo do texto: “A revolução Industrial no Século XVIII” de Paul Mantoux. Utilizado como método de avaliação da disciplina História Moderna II....


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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO – CCSE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA MODERNA II DOCENTE: MARCOS CARVALHO DISCENTES: GABRIEL VAZ MENDES GABRIEL GADELHA DE SOUZA GIOVANA GABRIELA DOS REIS LIMA LUCIANA DE SOUSA MARTINS SAMILLE SOARES DE OLIVEIRA THIAGO SOCRAM DOS REIS CARVALHO

Resumo do texto: “A revolução Industrial no Século XVIII” de Paul Mantoux.

São Miguel do Guamá – Pará Outubro de 2018.

GABRIEL VAZ MENDES GABRIEL GADELHA DE SOUZA GIOVANA GABRIELA DOS REIS LIMA LUCIANA DE SOUSA MARTINS SAMILLE SOARES DE OLIVEIRA THIAGO SOCRAM DOS REIS CARVALHO

Resumo do texto: “A revolução Industrial no Século XVIII” de Paul Mantoux. Trabalho avaliativo da disciplina de História Moderna

II,

apresentado

ao

curso

de

Licenciatura Plena em História do Centro de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Pará. Prof. Marcos Carvalho.

São Miguel do Guamá – Pará Outubro de 2018.

Segundo Mantoux, o surgimento das grande indústria no século XVIII, e por assim dizer, da Revolução Industrial, trouxe consigo implicações que ainda hoje vivem. Como por exemplo a fábrica com sua produção exacerbada de mercadorias, na qual o intuito principal é o consumo e por consequência o lucro, que é a ferramenta que move as grandes indústrias. As indústrias instalaram máquinas no meio de trabalho, substituindo a força humana, para aumentar o rendimento e acelerar as suas produções. Porém ainda era preciso de mão de obra operarias, que incluem crianças e mulheres, no qual cada qual tem sua tarefa específica e disciplinada. Dentro dessa indústria existe uma ordem social, que consiste na divisão de duas classes: o que vende sua força de trabalho para seus sustento, e os detentores do capital. Em consequência do crescimento das indústrias é notório que nas regiões onde instalam-se há grande desenvolvimento e crescimento populacional. Mantoux dá como exemplos desse crescimento a cidade de Manchester, que passou de 30.000 habitantes em 1773, para 1.000.000 em 1623. Uma das consequências desses desenvolvimento das cidades manufatureiras é a emigração. Mantoux cita os estudos de Germain Martin sobre a manufatura do século XVII que se assemelhavam muito ao que hoje nos é apresentado como fábricas, e de acordo com ele a evolução industrial se deve ao estado e patrocínio da coroa francesa. Nesta época podia-se dividir os estabelecimentos industriais em três classes, sendo a primeira: o Estado que estava na mão do rei, que tinha o capital e tinha os produtos destinados para o próprio rei. A segunda: manufaturas reis, que destinava-se para o público, que detinha de grandes privilégios e proteção. E o terceiro:

manufaturas

privilegiadas,

que

possuíam

monopólio

absoluto

e

exclusividade de fabricação de alguns produtos e tinham ainda mais privilégios e proteção. Citando Marx, Mantoux retifica para a descoberta do Novo Mundo no renascimento a partir da expansão marítima do comércio e o acúmulo de riqueza que notoriamente redesenham a vida econômica no ocidente, que designou a propulsão do capitalismo moderno. Especificamente salientando a manufatura como peça importante neste redesenho, implicando a divisão entre trabalho e o capital, ao passo que neste momento a forma em que é elaborada abrangendo não unicamente toda a atividade em um único ofício particular, mas que também este

ofício subdivide-se em várias outras ramificações de tal maneira que a maioria constitui tantos outros ofícios particulares. Salienta-se ainda para a precisão e a rapidez paulatinamente desenvolvidas pelos operários especializados e o seu reflexo sobre a produção, percebidos desde a origem das primeiras manufaturas. No que difere da grande indústria, a qual tem como característica principal o uso das máquinas, o maquinismo é o crucial fator material da evolução capitalista, cuja complexidade e a quantidade das máquinas utilizadas no transporte e fabricação das mercadorias caracteriza o desenvolvimento da indústria moderna. Outro ponto da grande indústria está suscitado no Factory System, no qual uma fábrica ( Factory) no que concerne à indústria têxtil define-se por um local onde se desenvolve o trabalho a partir de máquinas à vapor, movidas pela força da água e qualquer outro agente mecânico capaz de preparar, manufaturar ou transformar o algodão, lã a seda, dentre outros produtos. No caso da indústria têxtil, tem seu feito mais decisivo no progresso a partir da invenção das máquinas de fiar, e já a indústria metalúrgica o acontecimento capitalizador está na utilização da hulha na fundição do minério de ferro. Tais especificações são deveras garantida e aprimoradas no ímpeto das relações interpessoais e automatizadas, como a troca e a divisão do trabalho. Esta última, elevada pelo progresso técnico, possibilita tantas atividades especializadas as quais estão mutuamente compelidas e cada vez mais ampliadas, na qual o mundo todo está por se associar. A antiga indústria e sua evolução na Inglaterra mostram os avanços que tiveram na época as fábricas situadas em grandes províncias e o monopólio da produção de lã, junto com a mão de obra exercida pelos moradores dessas regiões. A indústria de lã na Inglaterra teve sua difusão por toda a província, mas antes de ter essa considerável ascensão, a Inglaterra vendia a lã aos estrangeiros "[...] era trocada pelos vinhos da França meridional e alimentava os teares dos tecelões nas atarefadas cidades da Flandres." (MANTOUX, 1994. p. 24) assim, os " [...] os artesão flamengos, atravessando o estreito, ensinaram os ingleses a aproveitarem, pessoalmente, essa fonte de riqueza." (MANTOUX, 1994. p. 24), portanto, com a estimulação dos estrangeiros ao novo modo de produção a lã começa a se expandir em várias regiões da Inglaterra, proliferando nos burgos e aldeias, esse novo sistema será a principal e importante fonte de renda das pessoas.

A indústria permanece em distritos limitados, onde tem a aglomeração e força produtiva, pois, se tem produtos como o algodão que vão ser produzidos em determinada região, mas em outras não, através desse novo processo de evolução várias outras técnicas vão ser apresentadas para o melhor aproveitamento do produto. A concentração industrial está ligada a diversos fatores, uma característica dessas mudanças é a divisão do trabalho que vai ser acentuada pelo maquinismo, onde todos processos de produção estão inteiramente interligados. Contanto, essa condensação pela indústria vai se dá um espaço limitado onde este possui estruturas capazes de não apenas produzir mas circular essa mercadoria para o exterior. Mas é notório que essa concentração é variável conforme as regiões e as diferenças administrativas. Os lugares onde essa indústria tinha uma menor aglomeração é importante frisar a total dependência dos processos de fabricação, desde seu primeiro momento de montagem ao período de venda e exportação. A estrutura dessa produção de tecidos nesses locais, em um primeiro estágio dessa era voltado a uma divisão familiar de tarefas, no qual cada um exercia uma função. Com isso, o tecelão, como senhor desse processo, sua casa vai assumir dois papeis o de moradia e o de trabalho. Esses pequenos fabricantes iam para as ruas para vender seu produto, onde os mercadores compravam esses tecidos e com suas redes de comunicação exportavam esses produtos. Essa estrutura dos tecelões em que ao mesmo tempo em que produzia os tecidos, mas também não se abstinha de atividades como: agricultura e a criação de gados, cavalos para facilitar a busca pela matéria prima. Toda essa rede de produção vai ser denominada de “sistema doméstico”, então esse complexo vai proporcionar o aumento gradual da extensão do mercado. Com o decorrer do tempo essa “indústria doméstica” vai ultrapassar as necessidades de consumo na região, então o fabricante vai precisar ampliar o seu mercado com alianças com os comerciantes que vão revender os produtos para outras localidades nacionais e estrangeiras. Portanto, é possível enxergar esse processo de capitalização desse pequeno fabricante com a intermediação do “mercador manufatureiro” onde começam a surgir pequenas indústrias nesse “sistema doméstico”.

A pequena indústria não subsistiu, mas mesmo onde o produtor perdera sua independência, as antigas formas da indústria a domicilio não desapareceram e, com processos técnicos quase imutáveis, mantinham a ilusão de que nada mudara. O artesão, no campo ou na pequena cidade, levava uma vida mais simples e mais saudável do que em nossas grandes aglomerações modernas. A indústria doméstica propriamente dita, àquela cujo tipo mais perfeito encontramos na região de Halifax. O máster monufacturer do Yorkshire, ao mesmo tempo operário e patrão, pequeno industrial e pequeno proprietário gozava, com efeito, de relativo bem-estar. Portanto, seu gênero de vida era bastante confortável em sua simplicidade, e não é de admirar que a ele fosse muito apegado. Os operários que ele empregava formavam uma classe bem pouca diferente da sua. Amiúde, o operário vivia na casa do mestre, onde era alimentado e alojado: recebia além disso, um soldo anual como criado de granja. Ele ficava quase que indefinidamente a serviço do mesmo patrão. Mas um tal estado de coisas só era possível onde a pequena produção doméstica subsistia com suas características essenciais. Assim que a separação entre o capital e o trabalho se manifestou, a situação mudou, em detrimento do produtor. Não sendo mais do que um assalariado, sua condição dependia do nível de seu salário. O trabalho de fiação, geralmente executado por mulheres e crianças, era o mais mal pago. Somente alguns operários cuja tarefa especial exigia maior habilidade profissional- como os penteadores de lã e os tosadores eram mais pagos e podiam defender mais facilmente seus salários. A maioria dos operários trabalhava a domicilio, em pequenas oficinas. É uma ilusão comum e bastante natural representar o trabalho a domicilio como menos penoso, mais saudável, sobretudo mais livre do que o trabalho na fábrica, sob o olhar do contramestre, ao ritmo ofegante do vapor. Foi em certas indústrias domésticas que se perpetuaram, em nossos dias, os processos de exploração mais impiedosos. A lei que pôs fim a esta sobrevivência bárbara só teve pleno efeito nos últimos anos do século XVIII. A história dos conflitos entre o capital e o trabalho é o que melhor faz compreender a evolução econômica anterior ao advento da grande indústria. Esses conflitos não esperaram o maquinismo e as fábricas, nem mesmo

as manufaturas, para se produzirem frequentemente e com violência. O domínio dos mercadores manufatureiros, sobretudo no sudoeste, provou, desde o princípio, a resistência dos operários. Os mercadores manufatureiros de Tiverton queriam importar lã penteada da Irlanda, para a fabricação de sarjas: os penteadores, cujos interesses estavam diretamente ameaçados tentaram impedir pela força esta importação que os arruinariam. Um dos móveis de disputa mais frequentes era a questão dos aprendizes: os patrões

empregavam-nos

em

grande

número,

recrutados

entre

crianças

abandonadas das paróquias, o que reduzia tanto o trabalho quanto salário dos operários adultos. De 1763 a 1773, os tecelões de seda, no leste de Londres, estiveram constantemente em luta com seus patrões, assim também os mineiros e carvoeiros de Newcastle, no século XVII, lutavam contra os proprietários de minas. Todos os fatos discutidos aqui atestaram, até então, a transformação gradual da antiga indústria. Pelo fato de a história econômica inglesa do século XVII e XVIII ser alvo frequente de estudos, pode-se afirmar que, ocasionalmente, ocorrem falas precipitadas acerca da mesma. Um exemplo tomado por Mantoux, foi o comentário de Toynbee, em que afirmara: “A essência da revolução industrial é a substituição, pela livre concorrência das regulamentações que desde a Idade Média eram impostas à produção” (Toynbee, 1884, p. 85 Apud Mantoux, 1994, p. 63). No entanto, vê-se que, pelo contrário, Toynbee tomou o efeito pela causa. As regulamentações a qual Toynbee se refere, tem suas origens ainda na Idade Média, na França. Era uma ideia medieval que buscava garantir ao produtor ou ao consumidor, um nível razoável de remuneração de lucro e, por outro lado, a boa qualidade de produtos. O sistema mercantilista que vigorava, de certa forma, na época, reduzia-se à dois preceitos: vender sempre e nunca comprar, diminuir ao máximo a quantidade de exportações. O maior alvo de toda a regulamentação que buscava melhorar a qualidade de arrecadação e de produção dos produtos eram as indústrias de lã, onde as dimensões, dobras, empacotamentos, ingredientes, até mesmo o tingimento pelas cores, eram determinados por lei. Enquanto ocorria a decadência dessa legislação no decorrer do século XVIII, o sistema mercantilista, entrara em pleno vigor. Era esse regime de proteção extremada que opunha o maior obstáculo a qualquer melhoria dos processos tradicionais da indústria lanífera.

É preciso, também, ter cuidado ao atribuir um sentido exatamente descritivo àquilo quem em seu espírito, tinha sobretudo um valor explicativo. Seria um engano, por exemplo, acreditar que a manufatura foi o fenômeno característico e predominante do período que precedeu o da grande indústria. Se ela, foi logicamente, o antecedente necessário do sistema fabril, não é verdade que fosse generalizada a ponto de deixar sua marca na indústria. Seu aparecimento na Renascença foi um acontecimento importante, no entanto, continuou secundário nos anos seguintes. O movimento de revolução na Inglaterra dizia respeito à organização de sua produção, não ao material. A nova indústria nasceria do comércio e do espírito comercial.

REFERÊNCIA MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no Século XVIII. Trad. Sonia Rangel. São Paulo: Editora Hucitec,1994....


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