Resumo Psicogênese da Língua Escrita PDF

Title Resumo Psicogênese da Língua Escrita
Author Camila Canário
Course Alfabetização e Letramento
Institution Pontifícia Universidade Católica de Goiás
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Summary

Resumo da introdução do livro psicogênese da língua escrita....


Description

Psicogênese da Língua Escrita O objetivo do estudo é explicar e descrever qual é o caminho que a criança percorre até de fato aprender a ler e escrever, visando apresentar a interpretação do processo a partir do ponto de vista do sujeito da aprendizagem.

O foco do estudo delimita-se a um território,

sendo ele a América Latina, portanto desenvolvem uma avaliação dos modos tradicionais de alfabetizar aproximando-o com os resultados do fracasso escolar da alfabetização. Um dos primeiros pontos abordados pelas autoras é o de que a lectoescrita (habilidade de ler e escrever) é uma condição da educação básica para o sucesso escolar.

Buscando alguns dados de base

para justificar a situação de aprendizagem da América Latina, segundo a Unesco, em 1976, haviam 800 milhões de analfabetos no mundo, neste mesmo contexto as cifras oficias da Unesco demonstram que neste período da população entre 7 e 12 anos, 20% encontravam-se fora do sistema educacional. Atualmente, os dados de 2011 da Unesco apontam que 758 milhões de adultos não sabem nem ler e nem escrever frases simples. Os índices de alfabetização apresentados demonstram que a lectoescrita, quando não se desenvolve, ocasiona casos de fracasso escolar, mas quais são as causas deste fracasso? Os casos de desistência escolar ocorrem com mais frequência em áreas marginalizadas devido a questões econômicas, sociais, e até mesmo climáticas, portanto, “trata-se mais de um problema de dimensões sociais do que da consequência de vontades individuais” (p. 20, 1999). Tradicionalmente, o problema da aprendizagem da leitura e da escrita é considerado uma questão de métodos, portanto, as autoras classificam os métodos e os enquadram como tradicionais porque o propósito é a seguir apresentar as pesquisas que indicaram como o sujeito da aprendizagem interage cognitivamente com o objeto de conhecimento a produção da representação escrita. Os métodos apresentados são: Método analítico: parte das palavras ou unidades maiores, como frases. Deve-se começar com unidades significativas para a criança (ideovisual), pois a mesma deve fazer o reconhecimento global de palavras e orações. Percebe a leitura como um ato global, fundamental e visual.

Método sintético (auditivo): estabelece uma correspondência entre o oral e a escrita, o som e a grafia. Parte de elementos menores do que a palavra, os elementos mínimos da escrita são as letras, portanto, ensina-se a pronunciar as letras. Método alfabético: o método está em desuso, parte da teoria associacionista, trata a questão da leitura e escrita como algo mecânico e técnico, uma vez que ler equivale a decodificar o escrito em som, estabelecendo uma correspondência entre o som e a letra. Evita criar confusões auditivas, tornando o processo de aprendizagem uma associação entre resposta sonora e estímulo gráfico. a) a pronúncia deve estar sempre correta; b) deve-se ensinar uma relação fonema-grafema por vez. A psicolinguística contemporânea, contudo, altera nossa maneira de compreender os processos de aprendizagem da leitura e da escrita. Portanto, as autoras apontam algumas avaliações acerca de alguns procedimentos de ensino e suas comparações quanto aos resultados na aprendizagem.

Por exemplo, métodos tradicionais de

associação não são suficientes para ensinar regras sintáticas, pois um conjunto de palavras não constitui em si uma linguagem. Neste modelo, a criança imita os sons dos adultos, e quando recebe estímulos positivos para balbucios que se parecem de fato com palavras do nosso cotidiano, reforçam o uso daquela palavra.

Atualmente, a visão do processo

ocorre de maneira diferente, nesta perspectiva, a criança é ativa e procura compreender a natureza linguística em que está inserida, logo, os seus balbucios infantis são uma criação totalmente original. No desenvolvimento da fala é que os valores se redefinem, o sujeito-criança já possui grande conhecimento acerca de sua língua materna e é afetado por ela. Ao partir do princípio psicolinguístico de que não se pode ignorar o que a criança já sabe sobre sua língua materna, é impossível atuar no processo de aprendizagem como se as linhas escritas constituíssem exclusivamente uma transcrição fonética da língua oral.

Neste

sentido, é necessário compreender a pertinência da teoria de Piaget para compreender os processos de aquisição da leitura e da escrita. Pois, nesta teoria o sujeito busca ativamente compreender o mundo que o rodeia, ele

encontra-se no centro de seu processo de aprendizagem. A teoria de Piaget é considerada uma teoria geral dos processos de aquisição do conhecimento, por exemplo, acredita que é a partir de noções numéricas elementares que a criança constrói seu pensamento lógico. Partem da noção de que existe diferença entre método e aprendizagem, portanto os êxitos da aprendizagem não podem ser atribuídos a um método e sim ao sujeito que aprende. Por se tratar de uma teoria geral, pode ser aplicada também na aprendizagem da leitura e da escrita, “a teoria de Piaget nos permite introduzir a escrita enquanto objeto de conhecimento, e o sujeito da aprendizagem, enquanto sujeito cognoscente” (p. 31, 1999). Ademais, admite a noção de que os erros são construtivos parte do processo de aprendizagem, pois quando o sujeito compreende o mecanismo de produção de conhecimento, torna-se um criador do mesmo. O objetivo das autoras é demonstrar a pertinência da teoria psicogenética de Piaget e dos conceitos da psicolinguística contemporânea dentro do processo de aquisição de conhecimento sobre a língua escrita. Todo enfoque teórico depende de uma concepção sobre a natureza do conhecimento, o enfoque adotado pelas autoras visava descobrir como era o processo de construção da escrita ao criar situações experimentais para que a criança demonstrasse a escrita tal como ela compreende. Um novo enfoque exige novos métodos. A maturidade para a aprendizagem caracterizada pela ênfase nas funções especificas como pré-requisito exclusivo é um conceito revisto já que a “maturidade” se evidencia em aspectos de como se instaura o conhecimento. O conhecimento não é avaliado em certo ou errado, busca-se entender a razão do engano do sujeito da aprendizagem A população infantil escolhida para realizar a pesquisa foi a de baixa renda, contudo, deve-se sempre levar em consideração que as crianças possuem conhecimentos anteriores que precisam ser reconhecidos pelos educadores. A escolha se dá pelo fato do grande número de fracassos escolares que acontecem com essa parcela da população. Foram entrevistados 108 sujeitos no total, e as escolas envolvidas foram 6, o foco é a idade pré-escolar....


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