Tricuríase - Ciclo, morfologia, tratamento, profilaxia, etc. PDF

Title Tricuríase - Ciclo, morfologia, tratamento, profilaxia, etc.
Author Gabriela Muryel Lambiazzi
Course Parasitologia Humana
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Summary

Ciclo, morfologia, tratamento, profilaxia, etc....


Description

TRICURÍASE – Trichuris trichiura Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Epidemiologia Distribuição mundial e relatos arqueológicos de ovos no intestino de múmias. Prevalência em clima quente e úmido e precárias condições sanitárias. A segunda parasitose intestinal mais comum (devido a forma de transmissão, grande número de ovos e resistência dos ovos). A prevalência de acordo com a idade é entre 5 – 15 anos. No brasil, essa faixa etária representa cerca de 35 a 39%. A carga parasitária é sempre maior em crianças com cerca de 10 anos. No Brasil, é mais presente nas regiões Norte, Nordeste e faixa litorânea. O homem é o principal reservatório e a disseminação é pela contaminação do solo por fezes. • •

ventral. O testículo é único e apresenta espícula como órgão acessório da cópula. Fêmea: Chega até 5cm e apresenta extremidade posterior retilínea. O útero e ovário são únicos e a vulva está próxima a junção esôfago-intestino. Pode eliminar 20 mil ovos por dia. Ovos: Formato elíptico com poros salientes e transparentes contendo material lipídico, são local de saída da larva na eclosão. Seu revestimento possui três camadas (Lipídica externa para evitar ressecamento, quitinosa que confere resistência e proteção ao embrião e vitelínica interna que visa a nutrição do embrião). Apresenta coloração marrom.

Grande sobrevivência dos ovos Elevada contaminação ambiental

Corpo Aspecto de chicote. A parte afunilada é anterior, onde está presente a boca simples e o esôfago (2/3 do comprimento total). Na extremidade posterior estão localizados os órgãos reprodutores e digestórios. A espécie é dioica na fase adulta e costumam medir de 3 – 5cm. Sua musculatura é pouco desenvolvida.

Habitat Os vermes adultos parasitam o intestino grosso de humanos. Geralmente, quando restritos ao ceco e cólon ascendente, configuram infecções leves e moderadas. As infecções maciças, por sua vez, colonizam o íleo, ceco, colón e reto. São considerados parasito tissulares pois parte anterior (região esofagiana) do verme se encontra dentro da mucosa intestinal do hospedeiro. Se alimentam de enterócitos lisados (Liberação de enzimas proteolíticas pelas glândulas esofagianas/esticócitos). A porção posterior exposta no lúmen intestinal facilita a fecundação e eliminação de ovos.

Macho: Menor que a fêmea (3 – 4,5cm) com extremidade posterior curvada na direção

Ciclo

Gabriela Muryel Lambiazzi – TXXII Med UERN

TRICURÍASE – Trichuris trichiura água, vento, poeira, insetos. Geogafia e alimentar-se com as mãos sujas são as principais fontes de infecção para crianças Patogenia O processo patogênico depende da carga parasitária, extensão da infecção, estado nutricional e idade do hospedeiro e da retenção das lesões no intestino.

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Monoxêmico Período de embriogênese: 13 a 21 dias a depender da temperatura e umidade do ambiente Ovos sensíveis a dessecação, com viabilidade de até 1 ano no ambiente. Os sucos gástrico e pancreático favorecem a eclosão larval que se dá pelo poro no intestino delgado. A larva percorre até o intestino grosso, onde parasita fixado na mucosa pelo esqueleto bucal. Ovo com L1 é infectante A larva penetra em várias porções do intestino, delgado e grosso. Após os 4 estágios larvais, desenvolvem-se em vermes adultos e rompem as células epiteliais do intestino para conseguirem se alojar adequadamente. Ingestão média de 0,005ml de sangue/dia/verme Período pré-patente: infecção pelos ovos até a postura de novos ovos (60-90 dias) O adulto geralmente sobrevive de 1 a 2 anos no intestino do hospedeiro Ciclo oral-fecal (fezes com ovos não embrionados contaminam o solo) A formação de L1 no ovo depende de temperatura, umidade e sombreamento ideais Ingestão de ovos L1: Diretamente do solo contaminado (geohelmintíase), disseminados pela

O mecanismo irritativo sobre as terminações nervosas da parede intestinal pode alterar a motilidade e as funções do intestino grosso (reabsorção de líquidos). A hipersensibilidade aos metabólitos do helminto também contribui com a inflamação da mucosa intestinal. O edema acentuado da mucosa intestinal pode resultar em prolapso retal (mais frequente em crianças de baixa idade). Sintomatologia 1. Infecções leves (menos de 5000 ovos/g fezes): Inflamação discreta e localizada que não interfere significativamente nos processos fisiológicos. Geralmente assintomática. 2. Infecções moderadas: Reação inflamatória moderada, área de descamação e infiltração de células mononucleares. Eosinofilia em graus variados e maior produção de muco. 3. Infecções severas (+10000 ovos/ g fezes): O parasita se distribui por todo o intestino grosso, podendo provocar edemas, sangramentos e ulcerações. Podem ocorrer perfurações intestinais e peritonites. Em crianças ocorre com frequência a síndrome disentérica crônica. Sintomas locais: Dor abdominal, diarreia intermitente, abundância de muco e sangue, edema, sangramento, prolapso retal e aumento do reflexo de defecação.

Gabriela Muryel Lambiazzi – TXXII Med UERN

TRICURÍASE – Trichuris trichiura Sintomas sistêmicos: em infecções graves, perda de apetite, retardo do crescimento, anemia, eosinofilia, vômitos, desnutrição e comprometimento cognitivo. Diagnóstico •

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Clínico inespecífico: Semelhante a outras parasitoses. Necessário exame parasitológico de fezes Clínico específico: Presença de prolapso retal com vermes Exame parasitológico de fezes: Técnicas de concentração (qualitativo), Kato-Katz Exame de imagem: Colonoscopia ou anoscopia que detecta a presença do verme na mucosa Hemograma: Anemia e eosinofilia

Tratamento: Repetir o exame nos 7º, 14º e 21º dias após o tratamento 1. Mebendazol – 100mg, 2x/dia por 3 dias ou dose única 2. Albendazol - 400mg 1x/dia por 3 dias ou dose única 3. Ivermectina - 200mcg/kg, 3 dias 4. Nitazoxanida – 500mg 2x/dia por 3 dias Profilaxia • • • • •

Saneamento básico Educação sanitária Instalações adequadas para eliminação de fezes Higiene individual e dos alimentos Tratamento dos parasitados.

Gabriela Muryel Lambiazzi – TXXII Med UERN...


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