Válvulas e bulhas cardíacas PDF

Title Válvulas e bulhas cardíacas
Author Karol Janones
Course Medicina
Institution Universidade Federal de Mato Grosso
Pages 2
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CARDIOLOGIA...


Description

VALVAS E BULHAS CARDÍACAS  A ausculta do coração permite a audição do som descrito como “lub, dub, lub, dub”; o lub está associado ao fechamento das valvas atrioventriculares (início da sístole/ primeira bulha cardíaca), enquanto o dub está associado ao fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar/ final da sístole/ segunda bulha cardíaca);  As bulhas cardíacas são explicadas pela vibração das valvas retesadas imediatamente após o fechamento, junto com a vibração das paredes adjacentes do coração e dos grandes vasos em torno dele;  Na geração da primeira bulha, a contração dos ventrículos causa subido refluxo do sangue contra as valvas tricúspide e mitral, fazendo com que se fechem e se curvem para os átrios até que as cordas tendíneas interrompam de modo abrupto essa protrusão retrógrada;  Define-se sístole como o intervalo entre a primeira e a segunda bulhas cardíacas.  O retesamento das cordas tendíneas e das valvas faz com que o sangue refluído seja lançado novamente para o interior de cada ventrículo, o que faz com que o sangue e as paredes ventriculares, vibrem provocando ondas vibratórias no sangue, que se propagam pelos tecidos adjacentes;  Na geração da segunda bulha, o fechamento súbito das válvulas semilunares é o responsável pelo ruído; quando as válvulas se fecham, curvam-se para trás, em direção aos ventrículos, e seu estiramento repuxa o sangue para as artérias, o que acarreta reverberação do sangue para a frente e para trás entre as paredes arteriais e das valvas; as vibrações ocorrem nas paredes arteriais e são transmitidas ao longo delas, e quando encontram uma “placa ressonante”, como a parede torácica, produzem sons que podem ser auscultados.  A duração de cada uma das bulhas cardíacas é pouco maior que 0,10 segundo – a primeira, cerca de 0,14 segundo, e a segunda, cerca de 0,11 segundo; a segunda bulha cardíaca tem normalmente frequência maior que a primeira, especialmente devido ao retesamento muito menor das valvas semilunares em relação às atrioventriculares;  Terceira bulha cardíaca: acredita-se que a explicação desta (não comprovada) é a oscilação do sangue para frente e para trás entre as paredes dos ventrículos; a frequência desse som é em geral baixa, a ponto de não poder ser escutado;  Bulha cardíaca atrial (quarta bulha cardíaca): ocorre quando os átrios se contraem, sendo causada pelo influxo de sangue nos ventrículos que desencadeiam vibrações;  A hipertrofia ventricular é um fator que pode determinar o aumento do som de B3 e B4.  O ato de escuta os sons do corpo é denominado ausculta; as áreas para ausculta das diferentes bulhas cardíacas não se situam diretamente sobre as próprias valvas;  A área aórtica se situa acima, devido à transmissão do som pela aorta; a área pulmonar também se situa acima, ao longo da artéria pulmonar; a área tricúspide se situa sobre o ventrículo direito; e a área mitral sobre o ventrículo esquerdo.

SOPROS CARDÍACOS DE LESÕES VALVULARES  Os sopros cardíacos resultam de vibrações audíveis causadas por aumento da turbulência do fluxo sanguíneo e são definidos de acordo com o momento em que ocorrem dentro do ciclo cardíaco;  A circulação sanguínea normal é silenciosa, sendo o turbilhonamento o fator de produção do sopro;  Com a respiração, os sopros do lado direito do coração tendem a ser mais intensos na inspiração (aumenta o retorno venoso);  Sopro sistólico da estenose aórtica: o sangue é ejetado do VE através de apenas pequena abertura fibrosa da valva aórtica; devido à resistência à ejeção, a pressão no VE é maior que na aorta; dessa forma, surge um efeito de esguicho durante a sístole, com o sangue jorrando com velocidade enorme pela pequena abertura da valva (provoca grande turbulência do sangue na raiz da aorta);  O som é transmitido para toda a aorta torácica e para artérias do pescoço; na estenose grave pode ser tão alto a ponto de ser ouvido a vários cm de distância do paciente; diminui com a inspiração.  Sopro diastólico da regurgitação aórtica: não é ouvido um som anormal durante a sístole, mas durante a diástole o sangue reflui da aorta sob alta pressão para o VE, produzindo sopro “semelhante ao vento”, ouvido maximamente sobre o ventrículo esquerdo;  Sopro sistólico da regurgitação mitral: o sangue reflui pela valva mitral para o AE durante a sístole, produzindo som sibilante “semelhante ao vento”, similar ao da regurgitação aórtica – mas na sístole; o som é transmitido com mais intensidade para o AE; entretanto, o AE situa-se mais profundamente no tórax, o que dificulta a percepção do som de modo direto; consequentemente, o som desta regurgitação é transmitido para a parede torácica principalmente pelo VE, sendo irradiado para a axila;  Sopro diastólico de estenose mitral: o sangue passa com dificuldade do AE para o VE através da valva mitral estenosada, devido ao fato de que a pressão no AE raramente ultrapassa o valor padrão; consequentemente, os sons anormais, são em geral fracos e de frequência muito baixa, sendo inaudíveis ao ouvido humano; irradia para o pescoço, tendo sua intensidade aumentada quando a pessoa permanece de cócoras;  Após enchimento do VE, ele é distendido em grau suficiente para que o sangue reverbere com aparecimento de sopro baixo e surdo....


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