A legitimidade da experimentação animal PDF

Title A legitimidade da experimentação animal
Course Matemática I
Institution Universidade da Madeira
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Summary

A legitimidade da experimentação animalOs Humanos sempre utilizaram animais para a sua alimentação, vestuário, locomoção, diversão e também utilizaram-nos para realizar aprendizagens e pesquisas nas inúmeras áreas do conhecimento.O que permitiu essa exploração é a ideia de que os animais são seres i...


Description

A legitimidade da experimentação animal Os Humanos sempre utilizaram animais para a sua alimentação, vestuário, locomoção, diversão e também utilizaram-nos para realizar aprendizagens e pesquisas nas inúmeras áreas do conhecimento. O que permitiu essa exploração é a ideia de que os animais são seres inferiores, vistos como seres sem valores morais ou éticos, como tal, podem satisfazer os objetivos e projetos dos Seres Humanos. Desta forma, procuro evidenciar neste trabalho os desafios que se apresentam na problemática dos animais utilizados em experimentações científicas e o seu impacto teórico, moral e ético.

A evolução da experimentação animal A proteção animal é recente, no entanto o uso de animais em experiências científicas para aquisição de resultados tem registo no ano 2000 a.C., quando babilónios e assírios documentaram cirurgias realizadas em animais e pessoas. Já na Grécia antiga destacaram-se pesquisadores como Alcmaeon e Aristóteles, considerado o “criador da biologia” pois classificou 400 animais, tendo dissecado cerca de 50. Os Romanos assim como os gregos, também foram adeptos desta prática, todavia, a vivissecção adquiriu notoriedade e apoio científico após o século XV e foi impulsionada pelas ideias racionalistas de René Descartes. (O termo vivissecção é a dissecação anatómica feita em animais vivos para estudo de alguns fenómenos fisiológicos. Trata-se de um procedimento com o intuito científico utilizado com frequência em cursos voltados para área das ciências biológicas, como por exemplo medicina, biologia, farmácia, odontologia, e outras.) Na atualidade, por causa do avanço da ciência e da tecnologia, as experiências em animais tornam-se cada vez mais frequentes e mais sofisticadas. Temos muitos defensores dos animais, mas isso não irá parar a prática do seu uso em experiencias e se encararmos essa sofisticação como um modo de aumentar ainda mais o sofrimento físico e mental dos "animais de laboratório” (que vivem privados de contacto social e presos em espaços apertados), podemos perceber que estamos diante de um verdadeiro problema ético que precisa ser solucionado.

Teorias O Antropocentrismo é uma teoria filosófica que coloca a figura do Ser Humano como o "centro do mundo", relevando a importância da humanidade em comparação com as outras coisas que fazem parte do Universo. Assim, a visão antropocêntrica defende que o mundo, assim como todas as coisas que nele existem, são de benefício maior dos seres humanos. Assim com a figura Divina, a figura da natureza, esta incluindo todos os animais, são como desprezados moralmente é só são devidamente importantes se garantirem qualidade de vida ao ser humano. Apoiando esta teoria, Descartes tentou divulgar a perspectiva cartesiana de que os animais não dominam nenhuma linguagem e por causa disso não existe pensamento. A perspectiva cartesiana compara o animal a uma máquina, livrando o ser Humano de qualquer preocupação de sofrimento impostos a eles. (GALVÃO, 2010, p. 12) O Biocentrismo é uma concepção, segundo a qual todas as formas de vida são igualmente importantes, não sendo a humanidade o centro da existência. O Biocentrismo foi proposto como um antónimo ao antropocentrismo, que é a concepção de que a humanidade seria o foco da existência. As tendências antropocêntricas defendem a responsabilidade do ser humano para com a natureza, enquanto as biocêntricas, os deveres dele diante da natureza. Em outras palavras, a natureza é a titular de direitos. Paul W. Taylor, defensor da ética biocêntrica, expôs na obra “Respect for Nature”, esta obra refere-se ao estudo dos direitos dos animais submetidos à experimentação. A proposta apresentada no livro é que as decisões e as ações, relativamente ao meio ambiente, sejam fundamentadas em quatro regras obrigatórias: não maleficência, não interferência, fidelidade e justiça restitutiva (TAYLOR, 1986, p. 172).

Outros pontos de vista mais atuais: Peter Singer, é um filósofo e professor universitário que concorda que só é permitido o uso de animais em experiências laboratoriais em casos destinados a tratar ou curar doenças graves. Este filósofo pensa que não conseguimos melhorar o nosso bem-estar sem trazer consequências aos animais não humanos. Há testes que se fazem aos

animais que são indispensáveis, como nos produtos cosméticos, em que os animais por vezes morrem ou ficam num estado de sofrimento grave. Já Tom Regan, professor de filosofia especializado na teoria dos direitos dos animais, na perspetiva dos direitos, rejeita o especismo, defendendo então que os animais não humanos não podem ser mortos ou maltratados para trazer felicidade geral. (Especismo - "O especismo define-se pela discriminação arbitrária daqueles que não pertencem a uma determinada espécie. A maior parte dos humanos são especistas perante os restantes animais, uma vez que os consideram seres inferiores e os colocam num patamar abaixo do seu, não lhes conferindo qualquer tipo de direitos.")

Recursos alternativos que poupam os animais ás experiências laboratoriais  Sistemas biológicos in vitro Cultura de células, tecidos e órgãos utilizados em genética, microbiologia, bioquímica, imunologia, farmacologia, radiação, toxicologia, para produção de vacinas e para pesquisas sobre vírus e cancro.  Simulações computadorizadas Sistemas virtuais que podem ser usados no ensino das ciências biomédicas, substituindo o animal.  Estudos epidemiológicos Permitem desenvolver a medicina preventiva com base comparativos e na própria observação do processo das doenças.

em

dados

Em Portugal A experimentação animal é essencial para o desenvolvimento biomédico e científico. A mesma levanta, contudo, importantes questões éticas que não podem ser ignoradas. Por esta razão, em toda a União Europeia, o uso de animais é apenas permitido se não houver alternativas e se o bem-estar dos animais for assegurado, sendo essa uma das atribuições dos ORBEA. A lei em vigor, exige ainda que nenhum projecto científico possa ser autorizado sem avaliação do impacto nos animais e do benefício esperado dos estudos, cabendo aos investigadores demonstrar o cumprimento dos 3Rs (Replace, Reduce, Refine). Os ORBEA participam nessa avaliação, acompanhando os projectos antes, durante e depois da sua realização, aconselhando e auxiliando os investigadores.

A 2 de Junho de 2018, as principais universidades e laboratórios nacionais, celebraram um Acordo de Transparência, comprometendo-se a informar melhor o público sobre a utilização de animais de laboratório para fins científicos.

Considerações finais Com este trabalho pretendeu-se informar de forma clara a legitimidade da experimentação dos animais. Depois de algumas pesquisas efetuadas ao longo deste trabalho e da leitura de algumas teses, livros e sites, adquiri outra prespetiva sobre este tema. Como foi dito no início do 10º, “Os temas em Filosofia devem ajudar a refletir sobre o mundo” e foi exatamente isso que este trabalho me proporcionou. Tinha uma leve ideia sobre as condições em que os animais são expostos, mas não fazia ideia, que muitos deles são desrespeitados e desconsiderados como seres que sentem dor, pelos Humanos, tanto hoje em dia como ao longo da história. Das teorias apresentadas, identifico-me mais com a teoria biocêntrica, pois ao contrário das outras esta parece estabelecer a devida relação entre humanos e animais (natureza), respeitando ambas as partes. Uma vez que sempre gostei de animais, congratulo-me por existir uma entidade como a ORBEA que regula a utilização de animais para fins científicos, assegurando que o bem-estar dos animais seja mantido durante todo o processo de experimentação.

Ana Beatriz Encarnação Nº1 11ªA...


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