A legitimação da Educação Física PDF

Title A legitimação da Educação Física
Author Ana Luiza Honorato
Course Pratica interdisciplinar
Institution Grupo Multivix
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Summary

A legitimação...


Description

FACULDADE BRASILEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ADRIANY AZEREDO GODINHO ANA LUIZA SCHULTZ HONORATO BIANCA SANTOS DO ROSARIO

PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO IV- A legitimação da Educação Física

VITÓRIA – ES 2021

ADRIANY AZEREDO GODINHO ANA LUIZA SCHULTZ HONORATO BIANCA SANTOS DO ROSARIO

PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO IV- A legitimação da Educação Física

Trabalhado apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade Brasileira – Multivix, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de PRÁTICA DE INTEGRAÇÃO IV. Professor: Eliane Gonçalves.

VITÓRIA – ES 2021

O presente trabalho reflete sobre os desafios da Educação Física em sua trajetória, considerando seu estatuto de disciplina no contexto de uma sociedade democrática e republicana. O entendimento de que cabe à Educação Física tematiza as diferentes manifestações da cultura corporal de movimento,

articulando-se

com

o

desenvolvimento

curricular,

sem

desconsiderar o contexto no qual se desenvolve e os sujeitos que com ela estão envolvidos afirmar que elas necessitam ser produzidas levando em conta as expectativas da sociedade, a especificidade da escola e a responsabilidade curricular da Educação Física enquanto disciplina. A finalidade deste trabalho é propor uma reflexão quanto ao processo histórico de busca de legitimação da educação física no campo da saúde e, em particular, no campo da saúde, entendemos legitimidade no sentido proposto como "diz respeito à condição real, válida e aceita, de governantes, instituições, movimentos políticos e sistemas de domínio, decorrentes da conformidade de tais governantes, instituições, movimentos e sistemas de autoridade com alguma lei, princípio, ou fonte de autorização" Legitimidade envolve tanto direitos como obrigações, por esse motivo envolve "jogo de poder, lutas e disputas por espaço social"

Ao analisar a problemática da legitimidade da Educação Física, notamos haver uma divisão com relação à sua função no interior da escola. Se por um lado, tem-se claro que a prática regular de atividades físicas, adequadamente dirigidas e orientadas, como as proporcionadas pelas aulas de Educação Física Escolar, contribui significativamente para uma melhor qualidade de vida do cidadão, por outro lado, não se consegue identificar, pelo menos não com fundamentada justificativa, qual seria a importância e/ou utilidade dessa mesma Educação Física, enquanto componente curricular obrigatório para a formação do aluno. Quando nós afundamos no propósito de buscar uma maior legitimidade para a Educação Física escolar nos deparamos com algumas questões importantes, questões que se apresentam como elementos desafiadores, pois com certeza, é somente buscando respostas obvias para tais questões que estaremos caminhando ao encontro de uma identidade para a Educação Física como componente curricular.

A educação Física Profissional no Brasil, ontem e hoje Analisar o histórico da Educação Profissional é muito útil para que se possamos refletir sobre a legitimidade da Educação Física presente atualmente nas Escolas A história da educação profissional, segundo Kuenzer (1992) teve inicio em 1909, quando foram criadas 19 escolas de aprendizes artífices, distribuídas em diferentes regiões e mantidas pelo próprio estado, marcando assim a implantação do ensino. Essa forma de ensino se dava de forma paralela ao sistema de ensino regular, essas instituições eram voltadas basicamente para o ensino industrial. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) 9.394 4, trouxe alguns avanços para a área da educação física. Inseriu-a como disciplina obrigatória nas grades curriculares das escolas brasileiras, reconhecendo-a como componente curricular e também como área de estudo relevante na formação global dos indivíduos. Considerando as mudanças ocorridas em relação à educação física na escola, a educação física vem deixando de ser exclusivamente prática, trazendo para as aulas o desafio de pensar e debater assuntos do cotidiano que estejam direta ou indiretamente relacionados às práticas desportivas a educação física deve se desvincular dos rótulos tecnicistas indo além do saber fazer, possibilitando ao indivíduo saber pensar o que fazer, demonstrando assim que a área tem o que ensinar. A educação física, ao longo da história tem sido uma disciplina que no interior da escola se responsabiliza pela sistematização de um conteúdo específico, tematizando saberes relacionados às práticas corporais, mais diretamente associadas às manifestações ligadas às aptidões físicas como jogos, esporte, ginástica e luta. A educação física nas escolas não pode estar a serviço do esporte de rendimento, em busca de selecionar os melhores em detrimento dos menos habilidosos, provocando a exclusão. Esse papel ficaria aos clubes que têm como foco principal o sucesso desportivo. Não deve também se ater somente a projetos mantenedores da saúde física e mental dos alunos, embora isso possa ser uma consequência do trabalho desenvolvido. Enfim, a educação física deve se livrar de velhos dogmas e assumir o seu papel diante do ambiente escolar, protagonizando o processo educativo e não mais como coadjuvante.

Como aponta Castellani filho em relação ao que espera da área, Educação física tinha que romper a sua relação paradigmática com a aptidão física e tinha que se aproximar de uma outra relação paradigmática de natureza histórico-social. Então tinha que chamar para ela elementos presentes nas Ciências Humanas, nas Ciências Sociais, portanto na Sociologia, na Antropologia, na História, na Filosofia, e a partir daí orientar o processo de sua inserção na educação brasileira (p.188).

Nos últimos anos tem-se levantado um questionamento em torno do papel da educação física dentro da escola, diante de uma perspectiva crítica que se contrapõe à tradicional, essencialmente técnica, que valoriza os desportos em detrimento da formação global. Já se percebe uma intencionalidade de mudança na educação física escolar. Mas para que a área se posicione como produtora de conhecimento, dois pontos devem ser observados: "não pode ser dogmática acreditando que tudo pode, nem cética, levando a educação física à imobilidade (p.110). Importante destacar a necessidade do diálogo entre as diversas áreas, apontando o isolamento como uma atitude contrária às pretensões da educação física. Segundo Góes e Mendes, a educação física deveria ter mais prestígio no currículo; Escolar, em especial, por se tratar de uma disciplina que tem a possibilidade de ser desenvolvida fora e dentro de sala; também por tratar de temas que estimulam o pensar, refletir, questionar sobre os problemas

educacionais,

sociais

e

culturais

enfrentados

pela

sociedade, bem como, interferir com propostas inovadoras para solução de tais problemas. A área de educação física hoje deve assumir o papel que lhe é conferido por diferentes documentos (PCN, LDB etc.), quanto à sua relevância dentro da estrutura escolar, promovendo "o desenvolvimento de diferentes capacidades cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal"

O INTERESSE PELO COMODISMO DE UMA EDUCAÇÃO FÍSICA SEM RELEVÂNCIA Essa tendência de comodismo que se caracteriza pelo desinteresse de alguns professores pela busca da legitimidade da Educação Física, através da não

implementação de novas propostas pedagógicas ou de metodologias inovadoras, que possam dar um maior significado às suas aulas, contribuindo, assim, de uma forma mais relevante para a formação do aluno, vem crescendo a cada dia no cotidiano escolar. Na verdade, esse comodismo que hoje se instaura como um entrave para a legitimação da Educação Física, nada mais é do que um fruto desencadeado de sua própria falta de legitimidade. A partir do momento que a Educação Física, em comparação com as demais disciplinas, não consegue ter um mesmo grau de importância no contexto escolar, ela passa a perder um espaço significativo nesse contexto. Como conseqüência disso, desencadeia-se uma série de fatores que acabam por influenciar negativamente o seu cotidiano, atuando nocivamente para o seu próprio fortalecimento como componente curricular. Alguns fatores impedem que essas novas tendências educacionais e abordagens de conteúdos sejam colocadas em prática dentro da escola: falta de preparo que têm os professores para o enfrentamento de novas estratégias metodológicas, a falta de interesse em vivenciar novas abordagens metodológicas, comodismo, a condição de refratário do conhecimento que os docentes assumem no ensino, o medo da instabilidade frente a novos conteúdos e estratégias metodológicas, pois seria um risco assumir a dúvida frente ao aluno, quando o entendimento tradicional o professor tem de saber e o aluno apenas aprender (OLIVEIRA, 1997, p. 22).

Mesmo diante de todo esse quadro convidativo ao comodismo, a culpa pelo imobilismo da Educação Física escolar não pode ser atribuída somente aos professores. O que se verifica é um conjunto de fatores que regem todo o cotidiano escolar e condicionam a sua prática, no qual estão inseridos, os professores, os alunos, as hierarquias presentes na estrutura escolar, a tradição que a área seguiu ao longo do tempo....


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