Alfabetização e Letramento Unidade - 3 PDF

Title Alfabetização e Letramento Unidade - 3
Author RC Miranda Corrêa
Course Alfabetização e Letramento
Institution Universidade de Santo Amaro
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Alfabetização e Letramento - Apostilas...


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O QUE É LETRAMENTO?

Caro(a) aluno(a), no capítulo 4, abordaremos a diferença entre letramento e alfabetização, na tentativa de esclarecer bem esses conceitos para que você saiba reconhecer em suas ações pedagógicas quais são as que favorecem a aquisição do código escrito, a alfabetização, e quais propiciam a ampliação do nível de letramento dos alunos. Existe uma palavra nova que vem sendo muito utilizada no vocabulário da Pedagogia e das Ciências Linguísticas: letramento. No Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, encontramos como um vocábulo ‘ant’; isto é, antigo, antiquado, e este lhe atribui o significado de ‘escrita’, palavra vinda do verbo ‘letrar’. Hoje em dia, ao termo ‘letramento’, atribuem-se outros significados, porque recentemente passamos a vivenciar um novo momento social, no qual não basta apenas ler e escrever, e sim saber fazê-los em todas as situações cotidianas em que se fizerem necessários. Precisamos responder às exigências sociais do ler e escrever. Dessa forma, surge o termo ‘letramento’ em detrimento do termo ‘alfabetismo’. O novo significado de letramento (palavra traduzida, ao pé da letra, vinda do inglês literacy: letra – do latim littera, e o sufixo – mento) resulta da ação de ensinar ou aprender a ler e a escrever. Consideramos letrada uma pessoa que aprende a ler e a escrever e usa a leitura e a escrita no seu dia a dia. Concluímos que letramento resulta do processo de aquisição da leitura e da escrita, bem como da apropriação de suas práticas sociais.

por exemplo, ditar uma carta para outra pessoa escrever conhecendo a linguagem utilizada do discurso, ou seja, o gênero apropriado, bem como sua estrutura e características. O inverso também ocorre. Uma pessoa lê e escreve, porém não se utiliza de práticas sociais de leitura e escrita em seu cotidiano. Essas pessoas são conhecidas como analfabetos funcionais, porque conhecem o código escrito, decifram palavras, frases, mas não compreendem a mensagem trazida pelo texto e, portanto, não são capazes de executar tarefas por meio da leitura ou escrita. Segundo Soares (1998), atualmente, é muito comum encontrarmos países que avaliam o uso da escrita e leitura de sua população e o quanto se apropriam das práticas sociais letradas. Sendo assim, é importante compreender que esses países não estão levantando índices de analfabetos, como pensávamos anteriormente, e sim os níveis de letramento de sua população. Nós, brasileiros, ainda estamos preocupados com os índices de analfabetismo, isto é, com a aquisição do código da escrita. Aqui, trouxemos, como curiosidade, um poema que procura definir o conceito de letramento.

É importante saber que existem níveis de letramento. Uma pessoa pode não estar alfabetizada, porém conseguir fazer uso das práticas sociais com a ajuda de outros alfabetizados, como, Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

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Saiba mais Letramento definido em um poema: O que é Letramento? Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado, não é treinamento repetitivo de uma habilidade, nem um martelo quebrando blocos de gramática. Letramento é diversão é leitura à luz de vela ou lá fora, à luz do sol. São notícias sobre o presidente, o tempo, os artistas da T V e mesmo Mônica e Cebolinha nos jornais de domingo. É uma receita de biscoito uma lista de compras, recados colados na geladeira, um bilhete de amor; telegramas de parabéns e cartas de velhos amigos. É viajar para países desconhecidos, sem deixar sua cama, é rir e chorar com personagens, heróis e grandes amigos. É um Atlas do mundo, sinais de trânsito, caças ao tesouro, manuais, instruções, guias, e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido. Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser. Kate M. Chong (apud SOARES, 1998).

4.1 A Distinção entre Escrita, Alfabetização e Letramento

Neste momento, é importante fazermos uma distinção entre os seguintes conceitos: alfabetização, letramento e escrita. A primeira pergunta que nos ocorre é: “Alfabetização, letramento e escrita podem ser entendidos separadamente?”.

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No nosso enfoque, não. A alfabetização trata da aquisição de habilidades de leitura e de escrita por uma pessoa ou por um grupo de pessoas.

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O letramento evidencia os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. Descreve os fatos e analisa o que ocorre na sociedade quando utiliza um sistema de escrita de maneira restrita, estuda quais práticas psicossociais substituem as práticas “letradas” em sociedades ágrafas. Desse modo, o letramento investiga tanto quem é alfabetizado como quem não é alfabetizado, visando ao social em vez de centrar-se no individual.

Dicionário Psicossociais: pl. (psico- + social) adj. 2 g. Relativo à psicologia individual e à vida social.

4.2 Escrita

Caro(a) aluno(a), neste item, queremos propor-lhe uma reflexão: o que é a Escrita? Ela é o produto cultural de uma determinada sociedade. Exige consciência, reflexão, poder de decisão, historicidade, construção e transformação da natureza. A propagação dos sistemas de escrita foi lenta e sujeita à política. Alertamos que a escrita não é neutra; ela traz consigo as relações de poder e de dominação que existem em toda sociedade. A partir do exposto, podemos refletir acerca das seguintes questões: a) Qual a finalidade da escrita? b) A escrita serve para difundir as ideias ou ocultá-las? c) O propósito da escrita é garantir o poder de alguns que têm acesso a ela? Ressaltamos, aqui, a importância de sabermos que, atualmente, em alguns casos, a escrita contém as ideias das classes ou dos grupos dominantes de forma a ocultar suas intenções.

fucionistas). Com efeito, tanto a quantidade elevada quanto o grau de sofisticação dos ideogramas são barreiras que impedem que as pessoas do povo possam aprender a ler e escrever. Kathleen Gough (1968, p. 68), falando sobre a questão, relata que ‘apesar de a escrita alfabética ser conhecida dos chineses desde o século II d.C., eles se recusaram a aceitá-la até a época atual [...] provavelmente porque seu código mais desajeitado [...] havia, há séculos, se tornado o meio de expressão de uma vasta produção literária, além de estar inexplicavelmente ligado às instituições religiosas e de ser aceito como marca distinta das classes educadas. (TFOUNI, 1995, p. 11-12).

Aqui, podemos observar que a escrita não representa apenas os interesses dos dominantes, dos excluídos e poderosos; também pode estar associada ao desenvolvimento social, cognitivo e cultural dos povos, promovendo mudanças nos seus hábitos comunicativos.

Na China temos outro exemplo dessa não-neutralidade, agora relativo ao tipo de código escrito adotado: o sistema ideográfico da escrita chinesa funcionou durante séculos como forma de garantir o poder aos burocratas e religiosos (con-

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Saiba mais “No Ocidente, a escrita alfabética (sistema fonográfico, em que sinais gráficos representam sons de fala) foi introduzida na Grécia e Jônia por volta do século VIII a.C.

Inicialmente, contudo, não ocorreram mudanças decorrentes na cultura de tradição oral daquela sociedade, visto que o processo de difusão de um sistema escrito é demorado, levando, muitas vezes, séculos. Por esse motivo é que somente nos séculos V e VI a.C. foi possível reconhecer a sociedade grega como generalizadamente ‘letrada’. Não é por coincidência que esse seja o momento histórico em que a sociedade grega passou por um processo de radicais transformações culturais e político-sociais. O aparecimento, entre outras coisas, do pensamento lógico-empírico e filosófico, a formalização da história e da lógica enquanto disciplinas intelectuais, e a própria democracia grega tem íntima relação com a expansão e a solidificação fonética na Grécia e Jônia.” (TFOUNI, 1995, p. 13-14).

Enfim, o aparecimento das civilizações modernas, bem como o seu desenvolvimento científico, tecnológico e psicossocial, desenvolveram-se como consequência da escrita.

4.3 Alfabetização

Caro(a) aluno(a), neste item, definiremos o que é alfabetização. A compreensão desse conceito é necessária para que um professor torne-se mestre na arte de alfabetizar. Prosseguindo: Segundo Tfouni (1995), a alfabetização pode ser entendida de duas formas: a) processo de aquisição individual de habilidades requeridas para a leitura e escrita. Aqui há a necessidade de uma especial atenção no que tange à interpretação que pode ser dada, uma vez que a alfabetização não deve ser reduzida à aquisição de objetivos instrucionais, mas como um processo que se caracteriza pela incompletude. A descrição dos objetivos a serem alcançados deve-se à necessidade de controle mais da escolarização do que da alfabetização, ou seja, a alfabetização está ligada à instrução formal e às práticas escolares. A alfabetização vista sob a luz do sociointeracionismo, enquanto processo individual, não se completa nunca, considerando que a sociedade está em permanente processo de transfor-

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mação, e a atualização individual para acompanhar as mudanças é constante; b) processo de representação de objetos diversos, de naturezas diferentes. Nessa perspectiva, Emilia Ferreiro evidencia que a alfabetização não é apenas codificação e decodificação de sinais gráficos, mas um processo de simbolização. [...], o processo de representação que o indivíduo deve aprender a dominar durante a alfabetização não é linear (som-grafema); é antes um processo complexo, que acompanha o desenvolvimento, e que passa por estágios que vão desde a microdimensão (por exemplo, representar o som |s| com os grafemas ss (osso), c (cena), sc (asceta), xc (exceto), etc.) até um nível mais complexo (representar o interlocutor ausente durante a produção de uma carta, por exemplo). (apud TFOUNI,1995, p. 19).

Dicionário Microdimensão: 1 Extensão pequena em qualquer sentido; tamanho, medida, volume.

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Alfabetização e Letramento

Multimídia Prezado(a) aluno(a), assista a este vídeo: Escrita pelo aluno para aprender a escrever. Você aprenderá mais um pouco sobre a alfabetização. Link: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/escrever-aprender-431517.shtml

4.4 Letramento

Continuando nossas reflexões, convido-o(a), agora, a pensar sobre o letramento. Os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade são objetivos do letramento. Para investigar esse fenômeno, os pesquisadores do letramento estudam as pessoas não alfabetizadas e as alfabetizadas. Estudam as consequências da ausência da escrita em nível individual, mas sempre visando ao social. A escrita, ou a ausência desta, traz causas e consequências de transformações sociais, culturais e psicológicas na sociedade. O letramento, como já mencionamos, causa transformações históricas, como o aparecimento da imprensa, da sociedade industrial, da máquina a vapor, e é tido como um produto do desenvolvimento do comércio e da diversificação dos meios de produção. Segundo Vygotsky (1984), os processos mentais superiores são maneiras mais sofisticadas de uso do comportamento humano, e o letramento é uma elaboração inserida nesses comportamentos, como: memória ativa, resolução de problemas, raciocínio abstrato etc. Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvol-

vimento mental. Segundo o psicólogo, a criança nasce dotada apenas de FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES, como os reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos. Com o aprendizado cultural, no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, como a consciência, o planejamento e a deliberação, características exclusivas do homem. Essa evolução acontece pela elaboração das informações recebidas do meio. (PELLEGRINI, 2001, p. 2).

Saiba mais Lev S. Vygotsky (1896-1934), professor e pesquisador, foi contemporâneo de Piaget e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrússia, em 17 de novembro de 1896.Viveu na Rússia; quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

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4.5 Letramento em Todas as Áreas do Conhecimento

Dando continuidade a nossa conversa, queremos lembrar que temos oportunidades de letramento a todo momento nas diferentes instâncias da vida social, porque vivemos em uma sociedade letrada. É função da escola ensinar a ler e a escrever e ampliar o uso da leitura e da escrita. De que letramento estamos falando? De acordo com Street, citado por Soares (1998), letramento é um termo síntese para resumir as práticas sociais e as concepções de leitura e escrita e tem significado ideológico do qual não pode ser separado. Atenção “Letramento pode ser visto de dois ângulos: de um lado, tem a ver com as práticas sociais que integram a produção e a leitura de materiais escritos, por outro lado tem a ver com conceitos, valores, normas socioculturais subjacentes ao que é considerado um desempenho letrado numa dada situação.” (SÃO PAULO, 2003, p. 8).

Assim, podemos concluir que as práticas sociais de letramento possibilitam ao indivíduo olhar o mundo de forma diferente; desse modo, cada área de conhecimento torna-se uma janela a ser aberta. Abrir essas janelas para a leitura crítica de mundo requer, antes de qualquer coisa, que a escola reflita sobre o papel do Ensino Fundamental. Que conhecimentos, habilidades, valores, atitudes pretende-se que as crianças e jovens desenvolvam e como desenvolvê-los? É essencial perceber que o currículo é o instrumento privilegiado para essa finalidade já exposta. A seleção de conteúdos a serem ensinados e o modo de ensiná-los são decisões dos professores que devem levar em conta as experiências vividas pelos alunos na escola e fora dela. É fundamental que os professores escolham entre os diversos saberes os conhecimentos que precisam ser ensinados em sua área, conteúdos de relevância social, de forma que auxiliem jovens e crianças a ampliar os conhecimentos acerca do lugar onde residem, tornando-se conhecedores da sua reali-

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dade e podendo, assim, transformá-la, visto que um sujeito letrado pode modificar sua condição em vários aspectos, como sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, linguísticos e econômicos. Já o sujeito iletrado é aquele que não consegue exercer todos os seus direitos de cidadão, pois é excluído socialmente devido a sua falta de conhecimentos referente aos usos diários da língua. Não é esse o quadro que precisamos reverter? Não existe outra saída, só mesmo por meio da educação. É importante lembrar também que alguns professores já contribuem com a aprendizagem de seus alunos nesse sentido, pois passaram a organizar conteúdos com uma metodologia de ensino capaz de trazer para o interior das escolas o uso de práticas sociais cotidianas. Estão preocupados em ensinar seus alunos a ler e a produzir textos em diversos gêneros e linguagens – textos que circulam em nosso meio social em Português, Arte, Matemática, Educação Física, Ciências, História e Geografia, tais como: mapas, gráficos, fórmulas matemáticas, representação do movimento humano, música, teatro, dança, desenho, esculturas, filmes, fotografias, pintura, contos, fábulas, notícias, propagandas, poemas, situações-problema, relatos históricos etc., importantes para a formação de um cidadão, rompendo com ações pedagógicas tradicionais e empiristas, reprodutoras do contexto social que desejamos transformar. Atenção “A escola encontra-se desafiada a deslocar o foco do conteúdo para o sujeito humano e reconhece que só alcançará esse objetivo através de uma nova relação com o conhecimento. Nesse sentido é que a valorização dos espaços mediadores de leitura como eixo onde se estrutura o conhecimento nos parece o caminho para que esses sujeitos se desenvolvam plenamente, na alegria constante da descoberta, na troca e no partilhamento de dúvidas, de certezas, de constatações, de buscas individuais e coletivas.” (SÃO PAULO, 2003, p. 10).

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Alfabetização e Letramento

4.6 Resumo do Capítulo

No capítulo 4, concluímos que:  A alfabetização trata da aquisição de habilidades de leitura e de escrita por uma pessoa ou grupo de pessoas. Trata-se do conhecimento e da apropriação do código escrito e suas regras de funcionamento.  O letramento evidencia os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita, investigando tanto quem é alfabetizado como quem não é alfabetizado, visando ao social em vez de centrar-se no individual. Também resulta do processo de aquisição da leitura e da escrita, bem como da apropriação de suas práticas sociais.  A escrita é o produto cultural de uma determinada sociedade. Exige consciência, reflexão, poder de decisão, historicidade, construção e transformação da natureza.  Temos oportunidades de letramento a todo momento nas diferentes instâncias da vida social, porque vivemos em uma sociedade letrada. É função da escola ensinar a ler e a escrever e ampliar o uso da leitura e da escrita.

4.7 Atividades Propostas

Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo. Assim, responda às seguintes perguntas: 1. Analise o excerto abaixo e elabore uma reflexão a partir da leitura deste capítulo. “A relação entre alfabetização e cidadania pode ser analisada sob duas perspectivas, aparentemente contraditórias: de um lado, é preciso negar, de outro, é preciso afirmar a vinculação entre o exercício da cidadania e o acesso à leitura e à escrita. Comecemos pela negação: a alfabetização – O acesso à leitura e à escrita não é imprescindível ao exercício da cidadania, nem mesmo à conquista da cidadania – declaração com certeza inesperada e surpreendente, mas necessária, para que possamos desenvolver uma reflexão que nos salve de sermos ingênuos, utópicos ou simplistas. [...] Por outro lado – e voltamo-nos agora para a segunda parte da negação – a ênfase excessiva posta na alfabetização como fator essencial à construção da cidadania ignora que não o acesso à leitura e à escrita mais que isso, não é nem mesmo a educação, a escola, de uma maneira mais ampla que conduzirá o povo à conquista da cidadania; essa conquista se faz, fundamentalmente, por intermédio da prática social e política, dos movimentos de reação e reivindicação das organizações populares, expressões de uma cidadania em construção, pois evidenciam o povo participando, lutando por seus direitos sociais, civis, políticos, agindo corno sujeito histórico, fazendo-se cidadão.” (SOARES, 2003, p. 56).

2. Por que é importante trabalhar com os diversos gêneros e linguagens?

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