Análise Teórica do filme o homem bicentenário em ligação prática com a atualidade contextualizando os conceitos de existência, essência, sentido, sofrimento e morte. PDF

Title Análise Teórica do filme o homem bicentenário em ligação prática com a atualidade contextualizando os conceitos de existência, essência, sentido, sofrimento e morte.
Course Psicologia - Bioética
Institution Grupo Multivix
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Análise Teórica do filme o homem bicentenário em ligação prática com a atualidade contextualizando os conceitos de existência, essência, sentido, sofrimento e morte. Aluna: Laryssa Freires 1.0 Introdução ‘’O homem bicentenário” é um filme produzido em 1999, mas que se passa num tempo mais à frente do nosso, onde a existência de robôs se faz comum em meio aos seres humanos, sendo que eles funcionariam como um “ajudante” nas atividades domésticas dentro das casas de cada família. A história começa quando Andrew, o robô, chega embalado como uma encomenda, na residência da família Martin, e surpreende a todos com toda sua singularidade, uma falha mecânica em que o permite ter opiniões e sentimentos. Este filme faz uma analogia com a abordagem fenomenológica da existência, essência, tomada de consciência, sentido, liberdade, sofrimento e morte a partir das interações sociais e experiências com o meio. Relacionando o filme à Psicologia Existencialista e as teorias de Jean paul Sartre e Viktor Frankl. De acordo com Sartre “O homem na concepção do existencialismo, não é definível, é, inicialmente nada. Será alguma coisa posteriormente e será aquilo que se tornar” sartre, 2016 p 19

2. Desenvolvimento

2.1 Existência e Essência Nos seus primeiros contatos, Andrew é totalmente robotizado, obedece por comandos é extremamente literal e não entende alguns significados simples, de falas do dia a dia. Considerado apenas um objeto pela família, porém a medida em que a família percebe que Andrew teria características intrinsicamente humanas devidas a um problema nas coordenadas resolvem encará-lo como um ser e trata-lo como humano. De acordo com Sartre “A existência precede a essência nascemos ninguém e vamos nos tornando alguém a medida que o corpo e a consciência se unificam em direção a um futuro, mediado pela interação e a construção da personalidade’’ os atos nos definem. O homem surge no mundo e então se define. “Tomar algo como objeto da consciência é abstraí-lo da continuidade do mundo. A consciência não altera o objeto, ela o abstrai, destaca-o do fundo, e o demarca.” E assim ia acontecendo com Andrew, mediado por sua singularidade uma das principais características do existencialismo foi se descobrindo mais humano que robô. Andrew desenvolve a empatia e se demonstra curioso, logo após quebrar o cavalo de cristal de Amanda ele encontra outra alternativa e aprende sozinho a fazer um cavalo de madeira. Ele é sociável tem opiniões, sentimentos e a construção de preferencias como um gosto musical, construindo sua personalidade.

Richard então decide dar aulas para Andrew ensinando-o a fazer relógios, ensina-o piadas, humor. Andrew vai lendo livros e assim a partir dessas interações com o ambiente e este contato com os objetos que o robô vai adquirindo uma consciência, características pessoais como ser levemente desajeitado e criando ambições, porém seus valores e principais regras de fábrica continuam sendo seus pilares para a existência sendo estes servir seu mestre, protege-lo e não machucar humanos. O que o torna um ser é o que ele faz e como ele faz e não o que ele já foi um dia.

2.2 Sentido e liberdade Andrew começa a aspirar pela sua liberdade, ele não quer ser considerado propriedade de alguém ele gostaria de ser visto como membro da família pois afinal ele tem sentimentos e toma as suas próprias decisões. Não quer continuar naquela posição servil, experenciando seu mundo através daqueles sentimentos. Ao estudar vários livros da história humana ele percebe que os seres humanos já lutaram e tiveram muitas guerras para alcançar a liberdade e quem sabe descobrir o sentido da vida. Com a liberdade viriam as responsabilidades e Andrew adquiri isto através da sua conta bancária, com os relógios que fabricava. Porém as consequências da liberdade seriam sair da casa de Richard e parar de servir seu amo totalmente, porém ele não se importava em servir o amo pois nutria por ele um sentimento de gratidão. De acordo com o existencialismo a responsabilidade envolve a humanidade como um todo. “O homem que se engaja e que se dá conta de que ele não é apenas o que escolhe ser, mas é também um legislador que escolhe ao mesmo tempo o que será a humanidade inteira, não poderia furtar-se do sentimento de sua total e profunda responsabilidade.” Para o existencialismo de Sartre o homem não é definível pois vai se construindo a medida do tempo, então a vida não tem um sentido a priori, o sentido vai mudando a medida em que a vida ocorre, Andrew percebe isso ao se dar conta que nunca achou um robô com as mesmas condições humanas que ele mesmo após de 10 anos e encontra um novo sentido para vida. O sentido não é moldado pela mente, mas a mente pelo sentido. Em vez de criar um sentido, a mente tem de submeter-se a ele, uma vez encontrado. Segundo Frankl, o sentido da vida é uma realidade ontológica e não uma criação cultural. O sentido da vida simplesmente existe: trata-se apenas de encontrá-lo. O homem é um projeto que se vive enquanto sujeito, tudo é a manifestação de uma escolha que criamos em nossa consciência.

2.3 Sofrimento e Morte Quando Amanda (filha mais nova de Richard morre) Andrew se encontra questionando o sofrimento e a imortalidade em sua condição de robô. “Será que todas as pessoas que amo vão partir? Gostaria de ter lágrimas para expressar a dor que estou sentindo no momento”. “Para frankl o sofrimento e inerente ao ser humano e trás sentido a vida em diferentes graus de intensidade ao longo da existência e o desafio se constitui em que fazer diante deste sofrimento”. Precisamos deste sofrimento para nos impulsionar é a partir da consciência de finitude da vida que encontramos nela uma motivação. Conviver com o fardo de que todas as pessoas que você ama um dia irão partir trás para Andrew a força que precisava para se reinventar, constrói próteses iguais ao sistema nervoso em que humanos poderão usar também, órgãos que o permitam experienciar novas reações fisiológicas a seus sentimentos como sentir prazer, dor e chorar. Um grande marco para a humanidade, porém é no amor e em sua amada Portia que Andrew encontra uma nova motivação e sentido de vida, não ser mais considerado robô e sim inteiramente humano.

3. Conclusão e relação com a realidade Andrew tem uma conversa com Portia sobre o percurso da vida e ela o diz que partir é o percurso natural da vida e que para ela fazia sentido. A partir do momento em que Portia decide continuar na sua condição de mortal, Andrew volta a se questionar o vazio existencial da sua imortalidade e percebe então que para se tornar intrinsicamente humano precisa morrer e decide então morrer, depois de ter conquistado seu objetivo final de vida, se tornar inteiramente humano. A obra cinematográfica nos faz refletir inúmeros questionamentos que a tempos perduram a humanidade como quem somos, quais são os sentidos da vida e principalmente quais são as a características que nos fazem tornar mais humanos? A empatia? A curiosidade? A motivação? Vivemos em uma realidade em que robôs estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia como machine learning uma tecnologia o qual o computador aprende por meio de padrões e generalizações. Porém se a máquina faz novas conexões, guarda dados e informações temos que considerar a ética da sociedade. ‘’Em suas obras, o famoso escritor e estudioso Isaac Asimov desenvolveu as “Três Leis da Robótica”, com o objetivo de tornar possível a coexistência de humanos e robôs inteligentes: 1ª Lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª Lei: um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 3ª Lei: um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis. Asimov acrescentou mais tarde a “Lei Zero”, que está acima das outras e define que um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.’’ Levando em consideração que a inteligência das maquinas se equipará com a inteligência humana até 2050 e que já existem robôs capazes de replicar nossas ações precisamos ter ética ao trabalhar com inteligências artificiais e delimitar limites e ponderar o certo e errado para um uso consciente desta inteligência artificial.

Referencias: A vontade de sentido na obra de Viktor Frankl Logoterapia e o sentido do sofrimento: convergências nas dimensões espiritual e religiosa Desafios Éticos e Morais da Inteligência Artificial Slide aula: Perspectivas fenomenológicas existenciais e humanistas...


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