Compreender os meios de comunicação extensões do homem pdf PDF

Title Compreender os meios de comunicação extensões do homem pdf
Author Bruna Figueiredo
Course Teoria dos Media
Institution Universidade Lusófona de Humanidades e Technologias
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Recensão critica teoria dos media...


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Compreender os Meios de Comunicação -Extensões do Homem Disciplina de Teoria dos Media Professor: José Gomes Pinto

DÍSCENTE: BRUNA FIGUEIREDO

5 de junho de 2017

Compreender os Meios de Comunicação

-Extensões do Homem | 05/06/2017

Compreender os Meios de Comu Comunicação nicação -Extensões do Homem

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Compreender os Meios de Comunicação- Extensões do Homem é uma das obras mais influentes do pensamento do século XX, considerada um ponto de mudança na história das ideias. Corinne McLuhan (1911/1980) é o autor desta obra da Relógio D’Água Editores, que apresenta uma interpretação radical da história, com os meios de comunicação como atores principais. McLuhan deu origem a conceitos como “O meio é a mensagem”; “Meios de comunicação quentes e frios” e “A inversão de um meio sobreaquecido”. Segundo McLuhan os meios de comunicação são tanto locais de refúgio como de destruição, assim estudar os seus padrões poderia ajudar a planear uma estratégia de fuga e inteligência. Os media, como uma força oculta que molda o homem e a sociedade, são habitualmente ignorados. A sua «mensagem» é a maneira como influenciam a ordem social existente tendo como objetivo fazer-nos compreender/conhecer/saber/captar/aprender/esclarecer. A ignorância dos media, isto é, a nossa tendência para nos esquecermos deles e sermos, mesmo, cegos por eles, é uma falha da «cultura do livro» ou da perceção ocidental em geral, que se deve reorganizar num meio ambiente eletrónico novo. A partir do primeiro capítulo, «O Meio é a Mensagem», McLuhan convida-nos a afastar hábitos de pensamento antigos e a adotar novos critérios de perceção e conhecimento. Neste primeiro capítulo McLuhan faz evidenciar que o meio não é neutro e afeta de uma grande forma as pessoas, pois o meio é a mensagem, isto é, qualquer extensão de nós próprios através de qualquer uma tecnologia. Assim as novas tecnologias aparecem com consequências pessoais e sociais como: tendem a eliminar postos de trabalho visto que funcionam também em alguns casos como “robôs” parecidos com humanos capazes de fazer as mesmas coisas do que estes e consequentemente a maior velocidade, sendo esta uma das partes negativas das tecnologias. Porém também tem a parte positiva, que é a existência de um envolvimento no centro do trabalho e nas relações humanas. Aqui não se trata apenas da máquina em si, mas sim do que fazemos com ela. Assim surgem novos padrões e novos comportamentos, criando novos papéis de desempenho na sociedade. Surge neste capítulo o exemplo da luz elétrica que é informação pura, ou seja, um meio sem mensagem a menos que seja utilizada para difundir por exemplo um anúncio publicitário, sendo o conteúdo sempre outro pois neste momento aquilo em que se repara não é na luz, mas sim no conteúdo. Neste primeiro capítulo faz-se também comparação com algumas obras de autores conhecidos com o desenvolvimento dos meios associados: faz-se uma relação entre a obra de Shakespeare com as extensões do homem em que Shakespeare podia provavelmente referir-se à televisão nos versos de Romeu e Julieta: “Mas, espera! Que luz irrompe por aquela janela? Ela fala, e, contudo, não diz nada.” Também em Otelo podemos ler os versos que revelam a intuição de Shakespeare em relação ao poder revolucionário dos novos media; em Troilus e Cressida faz-se a antecipação das consequências da inovação. O mesmo tipo de consciência total, configuracional, que releva porque é que socialmente o meio é a mensagem comparece nas mais recentes e radicais teorias clínicas. Assim a maior de todas as revoluções foi a revolução criada pela

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eletricidade, que fez com que tudo ocorre-se instantaneamente. Com a velocidade instantânea, as causas das coisas assomaram de novo à consciência, algo que não ocorria quando tudo se apresentava em sequência. Em vez de perguntarmos o que apareceu primeiro, se a galinha ou o ovo, começámos de súbito a achar que a galinha foi ideia do ovo para bater mais ovos. Nunca também a mecanização foi tão vividamente fragmentária ou sequencial como no nascimento do cinema, onde se deu o crescimento das inter-relações orgânicas. O filme aparecia assim como um mundo dos sonhos tal como ilusões que o dinheiro podia comprar. No II capítulo “Meios de Comunicação Quentes e Frios” McLuhan refere que há uma regra básica para distinguir os meios quentes dos frios. Meio quente é o cinema, a rádio, a fotografia, jornais, escrita alfabética e um meio frio é o telefone ou a televisão. Um meio quente é aquele que prolonga um único dos nossos sentidos em alta definição, fornecendo o maior número de dados de forma explícita e intensa. Este tipo de meio permite pouca ou mesmo nenhuma interação com o público requerendo uma baixa participação. Já os meios frios exigem uma elevada participação ou completamento por parte do público envolvendo vários sentidos em simultâneo. É o caso de meios como do telefone, da televisão, do cartoon que nos fornecem pouca informação quer seja em termos auditivos ou visuais porque o ouvido recebe apenas uma pequena quantidade de informação e o cartoon dá-nos pouca informação visual exigindo a intervenção do expectador para interpretar e completar livremente os vazios deixados pelos media. E a fala é um meio frio e de baixa definição porque nos dá pouco, exigindo da parte do ouvinte um processo de preenchimento. Assim dizendo: os meios quentes requerem uma baixa participação, e pelo contrário os meios frios necessitam de uma grande participação e completamento por parte do público. Daí que um meio quente como o rádio tenha, naturalmente, efeitos sobre o seu utilizador diferentes dos de um meio frio como o telefone. Ao tentar introduzir novos meios numa sociedade já construída é necessário saber se tal cultura é quente ou fria para que a aplicação de meios diversos não tenha impactos negativos tal como estar em consonância com a realidade da humanidade para que o equilíbrio geral não seja perturbado. A interação a que McLuhan se referia seria no sentido de complementação das informações na mente da audiência, sem a ligação física entre as partes. Assim sendo McLuhan diz que enquanto a interação promovida por um meio frio faz com que as pessoas reflitam mais, a falta de interação que o meio quente oferece faz com que o homem fique cada vez mais isolado do mundo. Faz-se também a divisão entre sociedades/ países em desenvolvimento como sendo meios frios e sociedades/países desenvolvidas como meios quentes. Por exemplo o rádio que é considerado um meio quente quando integrado em culturas frias ou não letradas provoca um efeito violento, contrariamente ao que acontece, por exemplo, na Inglaterra e na América, onde o rádio é considerado um divertimento. No capítulo III surge logo de inicio uma notícia com o comunicado de um estabelecimento entre uma linha de comunicação direta entre Washington e Moscovo (a hotline) que seria uma grande inovação pois teria a concessão de circuitos comercias, um por cabo e outro sem fios, usando um equipamento teleimpressor. Ora quando se opta por usar um meio quente ao invés de um meio frio pode se estar perante consequências negativas em todos os sentidos. Podemos dar como exemplo aqui o caso de utilizar o meio impresso em vez do telefone que foi decisão do Ocidente em favor do meio impresso, considerado mais impessoal do que o telefone. Assim sendo a forma impressa tem implicações muito diferentes em Washington e Moscovo. O mesmo se passa com o telefone que seria o amor dos

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russos, associado a uma típica conversa “frente a frente”. Tanto um meio como o outro meio são um convite a monstruosos mal-entendidos visto que geram implicações entre as diferentes sociedades. Assim podemos associar tal decisão ao impedimento/diminuição da participação das pessoas, uma vez que o novo meio é completo e não deixa espaço para que seja preenchido. Em lugar de poupar trabalho, os eletrodomésticos permitem que cada um faça o seu próprio trabalho. O que o século XIX delegara aos criados e ás empregadas domésticas, agora são realizados por nós próprios. Através das constantes transformações, os bens de consumo assumem passado o tempo cada vez mais conteúdo de informação. Isso incluí que os bens de consumo mais usados na comunicação social sejam também os maiores responsáveis pela manutenção dos meios de comunicação em geral. O presente capítulo tem o objetivo presente de evidenciar que em qualquer meio existe o limite de rutura, no qual o sistema subitamente se transforma em outro ou atravessa um ponto irreversível no seu processo dinâmico. Esse limite é feito pelo cruzamento de dois meios como é o caso da interação do cinema antigo com a rádio, dando origem ao cinema falado ou com a tipografia e a máquina a vapor. Aqui neste capítulo fala-se também da evolução das estradas e dos transportes que foram causadores da reversão da antiga estrutura sendo que as cidades se tornam centros de trabalho e os campos passam a ser pontos de lazer e recreação. Podemos concluir que o mundo foi tomado por constantes evoluções e por grandes descobertas onde as extensões tomaram proporções jamais vistas anteriormente. Assim todos os indivíduos são influenciados diretamente pelas extensões tecnológicas, ficando alguns com uma certa relação de dependência com estas. O indivíduo encontra-se assim ligado ao mundo sendo responsável por ele e pelos outros também. As tecnologias são vistas como forças independentes, autocontroláveis, autodetermináveis e autoexpansíveis que nos ajudam assim a estendermo-nos ao mundo. Referências: McLuhan, C. (1988). Compreender os meios de comunicação-extensões do homem. Lisboa: Relógio d’agua editores....


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