Title | Assistência TP e puerpério imediato |
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Course | Ginecologia e Obstetrícia |
Institution | Pontificia Universidade Católica do Paraná |
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Jamal Awada - 75
ASSISTÊNCIA TRABALHO DE PARTO E PUERPÉRIO IMEDIATO OBSTETRÍCIA – 28/03/19 Assistência ao trabalho de parto Trabalho de parto + parto = nascimento Diagnóstico de trabalho de parto Nem sempre é fácil Definição mais difundida: presença de contrações uterinas rítmicas + dilatação e o esvaecimento cervical Cuidado: diagnóstico incorreto -> internamento precoce -> término em cesárea desnecessária Se dúvida: melhor observar para difundir quadro clínico. Não adianta mandar a paciente dar uma caminhada -> não modifica o trabalho de parto! Pedir para retornar em + 4 horas AVALIAÇÃO INICIAL DA PARTURIENTE Admissão da parturiente Anamnese Verificar doenças prévias ou diagnosticadas no pré-natal (na carteirinha de pré-natal) Pré natal mal feito = qualidade péssima de resultados (complicações no parto e pós-parto) Exame físico geral: PA, pulso, temperatura e peso Exame obstétrico: 3 parâmetros interferem na evolução do TP: O feto, o canal de parto e dinâmica uterina
Na avaliação vaginal: Avaliar integridade das membranas (se romper, há vazamento de líquido) Sangramento vaginal Se queixa de perda de líquido ou de sangramento -> NUNCA fazer de 1º momento o exame do toque. É SEMPRE o exame especular (verificar e ter certeza de onde está vindo o sangramento). Se rompeu membrana e vou fazer o toque, estarei depositando bactérias dentro da cavidade uterina e aumenta chance de infecção. Colo uterino: dilatação*, esvaecimento* (é o apagamento, afinamento), apresentação* e plano de De Lee (coisa de especialista) Contração de parto: começa nos cornos uterinos e depois desce. Quando há contrações no fundo do útero -> o colo é puxado para cima -> fica fino (esvaecimento) e ao mesmo tempo faz a sua abertura.
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Atualmente nós não internamos mais as pacientes que não tenha pelo menos 2 contrações efetivas (no mínimo 2 contrações com valor acima de 40 unidades de montevidéu) e o colo dilatado em 5 cm. -Se tiver 3 cm, por exemplo, ainda não interna! Pode ir para casa. Se aumentou intensidade, volta ao hospital. Cardiotocografia admissão NÃO é de rotina Sem benefício prognóstico fetal ↑ incidência de operações cesarianas Não prediz alterações durante o TP O melhor é avaliar BCF com Doptone Fetal (ausculta intermitente do BCF) Deixamos a cardiotocografia para alto risco Exames laboratoriais na admissão Tipo sanguíneo ABO/Rh Verificar se realizou HBsAg, Anti-HCV, toxoplasmose Solicitar algum exame se faltou no pré-natal De rotina: teste rápido de sífilis e HIV Enema e tricotomia não são realizados de rotina Ingestão de líquidos a livre demanda Líquido adocicado de preferência – mantem a glicemia (não faz hipoglicemia) Leite não – pode fazer coágulos no estômago e se precisar de cirurgia, complica Acesso venoso: apenas se houver indicação Acompanhantes O apoio contínuo durante o trabalho parto tem benefícios clinicamente significativos para as mulheres e recém-nascidos Toda as mulheres devem ter apoio durante o parto e nascimento Acompanhante De livre escolha Importante para maior conforto e segurança ASSISTÊNCIA AOS DIVERSOS PERÍODOS DO TRABALHO DE PARTO ASSISTÊNCIA PRIMEIRO PERÍODO TP Postura (posições) da paciente Caminhada e posições verticais no primeiro estágio do trabalho de parto reduzem: Tempo de duração de TP Risco de parto por cesariana Necessidade de anestesia Estudos são heterogêneos Alta possibilidade de viés “Ensaios de melhor qualidade ainda são necessários para confirmar com alguma confiança os verdadeiros riscos e benefícios de posições verticais e móveis em comparação com posições reclinadas para toda as mulheres”
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Com base nos resultados atuais, recomenda-se que as mulheres de baixo risco, em TP devem ser informados sobre os benefícios de posições verticais, e encorajadas e assistidas para assumirem qualquer posição que escolherem Posições confortáveis e que podem variar a cada momento
Analgesia no trabalho de parto Métodos não farmacológicos Psicoprofilaxia Uso de várias posições Banhos quentes/banheira (provoca hipotensão -> relaxa musculatura -> ajuda dilatar o colo) Massagens (tem técnicas corretas) Respiração ritmada Contração -> vasos uterinos se fecham -> placenta não recebe sangue -> bebê não recebe sangue momentaneamente durante a contração Quando a contração passa -> enche o leito placentário -> bebê recebe sangue Quando a contração começa a passar -> respiração tem que ser profunda para oxigenar o sangue da mãe e assim o do bebê também Métodos farmacológicos Analgesia peridural Duplo bloqueio (região lombar e perineal) Bloqueio de pudendo Não queremos anestesia!! E sim analgesia. Senão tiramos a contração do útero. Sinais vitais maternos PA, Pulso e temperatura na admissão RUPREME (ruptura prematura de membranas) – temperatura (cuidar com infecção) Síndromes hipertensivas – monitorar sempre a PA Diabéticas – evitar hipoglicemia Alimentação e fluídos intravenosos Alimentos que façam pouco resíduo: Líquidos adocicados, gelatinas, sorvetes, frutas Acesso venoso de rotina – NÃO, somente quando se fizer necessário Assistência obstétrica Partograma – registro gráfico da evolução do trabalho de parto É necessário e recomendado pelo Ministério da Saúde Se aberto na fase de latência aumenta o risco de cesarianas Atualmente não se faz toque vaginal de hora em hora -> fazer toque pelo menos a cada 4h de intervalo (mais precoce que isso, apenas se necessidade) Ocitocina Indicada para a correção de distocia funcional Dose inicial: 2mUI/ml Dose a ser acrescida: 2mUI/ml Intervalo de tempo: 15 minutos até o momento em que eu desejo ter a contratilidade compatível pelo menos com a dilatação da paciente.
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6 cm dilatação -> 3 contrações. No de contrações é a metade da dilatação 8 cm -> 4 contrações efetivas Máximo de dilatação: 10 cm -> 5 contrações efetivas Toques vaginais Avaliação da Cérvix Uterina: Na admissão (para saber se interna ou manda para casa) Durante fase latência, intervalos a cada 4 horas Durante fase ativa trabalho de parto, a cada 2 ou 4 horas Rotura membranas espontânea ou artificial: avaliar (especular) ocorrência de prolapso de cordão Antes da analgesia intraparto para fornecer orientações ao anestesista Caso paciente apresente puxos (esforços expulsivos) Quando verificada anormalidades na frequência cardíaca fetal
Não forçar a abertura do colo. Temos que medir do jeito que ele se apresenta.
Amniotomia Tem indicações precisas A hora que a bolsa encosta no colo do útero as forças de contrações do fundo uterino se refletem diretamente na ponta do colo do útero e as forças se distribuem homogeneamente -> dilatação do colo do útero por igual. Se romper a bolsa precocemente -> onde a cabeça do bebê encostar no colo -> pressiona e dilata (e onde não encostar, não dilata) -> acontece uma distocia cevical (colo dilata em um ponto e não dilata em outro) Se não for preciso -> deixar a bolsa até o final! Cardiotocografia contínua Reduz convulsões Aumenta cesariana e parto instrumentalizado Não mostrou melhora na paralisia cerebral ou na morte neonatal
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Monitorização fetal** Ausculta intermitente dos BCF (para gestantes de baixo risco hipóxia em 2%) Técnica: ausculta dos BCF por 60 segundos, durante e após a contração Fase e latência: a cada 30 min Fase ativa: a cada 15 min Segundo estágio (período expulsivo): a cada 5 min Para gestante de alto risco: cardiotocografia
ASSISTÊNCIA SEGUNDO PERÍODO TP (PREPARAÇÃO PARA O PARTO) Postura (posições) paciente Posições maternas na hora do parto Posição inglesa, mãos-joelho, de quatro apoios ou de Gaskin
Posição sentada em bancos ou semi-sentada em cadeiras de parto
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Posição Laborie-Ducan (mão na coxa e tracionando para trás) Na posição ginecológica, a porção perineal tende a ser menor e fechada. A medida que puxa perna, consegue-se uma amplitude e melhor nascimento do bebê.
Posição de lado
Força expulsiva (puxos) Controle da vitalidade fetal Aqui a ausculta intermitente dos BCF entra no “Segundo estágio (período expulsivo)” -> avaliar a cada 5 minutos Preparação para o parto Proteção da região perineal (para evitar lacerações) e controle do desprendimento Sempre com a mão espalmada, empurrando para baixo Ajuda protegendo essa porção do períneo e ampliando a porção anterior com outros dois dedos Proteção do colo cefálico para descomprimir devagar. Descompressão brusca e rápida arrebenta o períneo da mulher, lacera, gerando distopias.
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EPISIOTOMIA:
O melhor é sempre fazer de USO RESTRITO e não roteineiro Menor truma perineal Menos suturas Menos complicações cicatrização Maior trauma anterior (sempre proteger a porção anterior) Pontos sem diferença em relação ao uso rotineiro: -Trauma vaginal grave, dispareunia, incontinencia urinária
Maior incidência: Posições supinas Posição litotomia Procedimento instrumentados 71% vs 33% PVE Menor incidência: Posição lateralizada Posição verticalizada
Mais comuns: 4 (médio lateral – EMLD) e 1 (mediana – perineotomia) *Cuidado com a mediana: local onde passa o esfíncter anal (↑ risco de laceração anal)
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Indicações de episiotomia Parto fórcipe Distensão do períneo com risco de rotura Distócia biacromial e sofrimento fetal Analgesia regional ou anestesia local Momento correto
Cuidados: Desprendimento polo cefálico Rotação externa da cabeça fetal Desprendimento biacromial e tronco Colocar em contato pele a pele Clampeamento cordão umbilical Em média de 30 segundos a 3 minutos Benefícios de ser tardio: ↑ Quantidade sangue placenta ↓ Risco transfusão fetal Estabilidade circulatória ↓ Hemorragia ventricular ↓ Enterocolite necrozante
Imediatamente ao nascimento colocar o bebê em contato com a pele da mãe antes do clampeamento do cordão Qual a explicação para colocar o bebê em contato com a mãe? Processo de transfusão placentária completa -> evita anemia no futuro Pele a pele: em 3 min, transfusão completa. Ajuda a aquecer. ↓ FC e batimento de asa nasal ...
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ASSISTÊNCIA TERCEIRO PERÍODO TP Após clampeamento Atenção voltada a dequitação placenta Manobra de Jacobs Rotação placenta para total retirada das membranas fetais Pegar uma das pinças que clampeou o cordão, enrolar o cordão em volta da pinça até ficar próximo à região genital da mulher -> quanto mais próximo estiver, menor a chance de arrebentar. Isso é chamado de tração controlada do cordão (apenas o peso da mão fazendo força em direção à região posterior). A placenta vai se descolando e descendo. Quando sair o bolo placentário todo -> não puxar -> segurar no mesmo eixo e fazer movimento rotatório em sentido horário -> isso faz formar um cordão de membranas lá atrás (membranas = âmnion e córion grudados na parede do útero e que vão se descolando) -> se ficar algum pedaço lá dentro, a mulher não para de ter hemorragia pós parto, o útero não contrai. Obs: verificar forma placentária, inserção e comprimento do cordão umbilical e número de vasos
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Reparo lacerações (se houver)
1o grau (pele e mucosa); 2o grau (pele, mucosa, músculo transverso superficial períneo e bulbocavernoso); 3o grau (atinge esfíncter externo ânus) e 4o grau (atinge esfíncter interno ânus e mucosa retal). 3º e 4º grau são os mais graves.
Sutura episiotomia (se realizada)
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ASSISTÊNCIA PUERPÉRIO IMEDIATO (QUARTO PERÍODO) Compreende 1ª hora após parto Importância deste período (hemorragias) A mulher pode fazer uma atonia uterina -> útero não contrai -> aonde a placenta estava aderida, os vasos ficam abertos e sangrando -> hemorragia e choque hipovolêmico Risco de hemorragia Prevenção: Ocitocina 10UI – IM
Tratamento da hemorragia: Ocitocina: 10 a 40UI (solução salina, IV), contínuo Misoprostol: 800 a 1000 ug (via retal), cada 2h Metilergometrina: 0,2 mg (IM), cada 2 a 4h
Estímulo à amamentação logo após o parto Naturalmente libera ocitocina...