Caso Homem dos ratos PDF

Title Caso Homem dos ratos
Author Débora Darós Ana
Course Teorias e Técnicas Psicoterápicas I
Institution Universidade do Extremo Sul Catarinense
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Summary

Caso Homem dos ratos - interpretação freudiana...


Description

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PSICOLOGIA - 5ª FASE DISCIPLINA: TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS PROFESSORA: CRISTINA ADRIANA RODRIGUES KERN ACADÊMICOS: DÉBORA DARÓS ANA E NATÁLIA RODRIGUES FRANCISCO.

ESTUDO DE CASO: HOMEM DOS RATOS

Os sintomas da neurose do paciente tiveram sua origem na infância, especificamente na fase fálica (envolvendo o complexo de édipo) e envolvendo fixações na fase anal; eles começaram por volta dos 4 anos, período em que ele era cuidado por uma governanta que o deixava vê-la com pouca roupa e tocá-la, assim como outras governantas que vieram depois. Mais ou menos com 6 anos começou a ter ereções pela governanta da época, tendo a crença de que os pais sabiam do que acontecia, supondo que ele mesmo havia dito “sem querer” aos pais sobre esses pensamentos. Ele disse que sentiu que foi nesse ponto que houve o início da doença, e Freud contradiz dizendo que nesse momento a doença já havia se instalado, formulando também que a base da neurose se constituía das lembranças do que foi vivido e fantasiado. A neurose obsessiva do paciente revela que seus desejos libidinais (de ver mulheres nuas) e hostis (de desejar a morte do pai) entraram em conflito com outros aspectos da personalidade, levando à uma defesa patológica do paciente, que por fim era o seu temor obsessivo (acreditando que algo ruim iria acontecer). Ele procurou freud após um acontecimento envolvendo sua carreira militar, onde o comandante mostra a ele um tipo de tortura envolvendo ratos, que se obrigariam a entrar pelo ânus do torturado; isso o levou a ter pensamentos de que o pai ou a amada seriam torturados dessa forma, e para que isso não acontecesse ele teria que fazer algo. O cenário onde isso se desenvolve é no pagamento da dívida de sua encomenda, que mostra-se confuso e enrolado nas ações do paciente, revelando a ambivalência em relação a aqueles que ama (desejo de proteger e machucar). Seus sintomas se intensificaram após essa situação, além da ocorrência da morte de seu pai. O

paciente dizia que a relação com o pai era boa, porém ele desejou diversas vezes a sua morte, como aos 12 anos, para que a menina que gostava sentisse pena dele, e mesmo antes de o pai morrer, pois assim teria dinheiro para se casar com a mulher que realmente gostava, e não sua prima rica. As manifestações clínicas consistiam principalmente em representações obsessivas, causando o temor de que algo terrível aconteça com seu pai (que já estava morto) e com uma dama da qual se relacionava; para evitar isso, ele realiza ações (rituais) para impedir que essa coisa ruim aconteça. Ele diz que isso atrapalhou seu trabalho e sua formação acadêmica (que se deu em 9 anos). É organizado na sua forma de falar e perspicaz no discurso. Além disso, raramente tem relações sexuais (a primeira foi com 26 anos), tem nojo de prostitutas e dificuldades afetivas em relacionamentos. Ele diz que o desejo por outras mulheres o causava um temor depois de certo tempo, levando aos pensamentos obsessivos, o que aconteceu devido à história com as governantas. Os mecanismos de defesa que utilizava eram o de recalque e repressão para manter o conteúdo temido no inconsciente, além da anulação que mostrase claramente em seus rituais de fazer e desfazer ações, o isolamento afetivo que é visto na falsa ligação entre o sentimento de culpa pela morte do pai, que na verdade é pelo desejo da morte do mesmo, a racionalização presente no seu discurso, a formação reativa, que pode ser vista no início do tratamento quando o paciente escondia sua raiva, mostrando-se muito gentil e correto, e também o deslocamento, que revela-se na importância que o paciente dá a fatos comumente banais. O tratamento da neurose do paciente foi feito sob associação livre, com duração de 11 meses, e obteve como resultado a remissão dos sintomas, trazendo a cura completa e recuperação da personalidade. Após os 6 primeiros meses de análise com Freud, houve um período difícil permeado por transferência hostil, que veio das emoções que o paciente sentia pelo pai; o paciente transferiu a figura da prima rica para a filha de Freud, e a figura do pai para Freud. Essa transferência ajudou o homem dos ratos a identificar seus afetos reprimidos, tendo lembranças inclusive de quando o pai bateu nele, e disse que ele seria “um grande homem ou um criminoso” (o que deu origem a sua auto percepção de ser um criminoso). Em um dos sonhos, o paciente

sonha com um rato saindo do túmulo de seu pai, o que revelou finalmente as diversas associações que o animal obteve em sua neurose, que, em última instância, representava o próprio paciente....


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