Contagem de carboidratos + insulinoterapia em DM1 PDF

Title Contagem de carboidratos + insulinoterapia em DM1
Course Clinica Médica IV
Institution Universidade Norte do Paraná
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Contagem de carboidratos - propedêutica de diabetes melitus.
Insulinoterapia - propedêutica de diabetes melitus.

Metodologia: resumos de livros e aulas....


Description

CONTAGEM DE CARBOIDRATOS PARA PESSOAS COM DIABETES

estratégia nutricional que visa encontrar o equilíbrio entre glicemia, quantidade de carboidratos ingerida e quantidade de insulina necessária, que dá ao diabético uma maior flexibilidade em sua alimentação de acordo com seu estilo de vida. Todo paciente com diabetes pode e deve adotar essa estratégia, mas é necessário disciplina, motivação, compromisso e trabalho em equipe.

CONTAGEM DE CAR BOIDRATO S:

O carboidrato é um nutriente saudável, mas tem efeito direto na glicemia visto que 100% do carboidrato ingerido se transforma em glicose. São fontes de carboidrato: pães, biscoitos, cereais, arroz, massas, batatas e grãos, vegetais, sucos e frutas, leites, iogurte, açúcar, mel, etc. Na DM, o açúcar pode ser consumido, desde que o total de carboidratos por ele fornecido seja contabilizado dentro de uma alimentação saudável (até 10% do total das calorias diárias). As proteínas fornecem ao nosso corpo aminoácidos essenciais para o crescimento e para a reparação e manutenção dos tecidos, portanto, devem corresponder a 15-20% das calorias diárias. As gorduras fornecem energia e são importantes condutores das vitaminas lipossolúveis, além de possuir ácidos graxos importantes. Recomenda-se que correspondam a até 30% das calorias diárias. A glicemia deve, ainda, ser monitorada, considerando que cada alimento provocará uma resposta específica sobre o índice glicêmico para cada pessoa.

Na diabetes tipo 2, devido ao seu método de tratamento, a contagem de carboidratos é definida como nível primário. Já na DM1, a contagem nível secundário ou avançado pode ser utilizada em conjunto com a terapia de múltiplas doses de insulina e na terapia de bomba de insulina.

A ingestão de bebidas alcoólicas, principalmente de estômago vazio, pode causar hipoglicemia em quem usa insulina ou hipoglicemiantes orais, de forma que deve ser evitada. As porções máximas recomendadas são de 02 porções por dia para os homens e 01 porção por dia para as mulheres. Nos pacientes com DM2 com controle apenas com atividade física e dieta ou antidiabéticos orais, deve-se conhecer a quantidade de carboidratos que deve ser ingerida em cada refeição, que será definida pelo nutricionista, e manter ela sempre. Neste caso, os alimentos podem ser substituídos desde que a conta final seja a mesma. Na DM1, em esquema insulínico tradicional, deve-se também conhecer a quantidade a ser ingerida e mantê-la constante. Essa quantidade será definida pelo nutricionista, baseado no estilo de vida, atividade física, peso e medicação. Como a insulina intermediária e a rápida são utilizadas e tem picos de ação, é importante ter horários para comer e sempre as mesmas quantidades, diminuindo, assim, o risco de hipoglicemia. Quando for utilizada a insulina ultra rápida, o paciente pode alterar seus horários de refeição e a quantidade de alimento que deseja ingerir, desde que a quantidade de insulina aplicada seja proporcional.

No início da implementação da contagem de carboidratos, podem ocorrer alguns episódios de hipoglicemia. Caso ocorra, faz-se necessário rever doses de insulina e/ou alimentação, sempre se atentando para não pular de uma glicemia de 50 para 300 de uma só vez. ● Glicemias de 50-70: ingerir 15g de carboidratos ○ 15g de Cho: 150ml de refrigerante comum ou 1 cds de açúcar ou 1 gel de glicose ou 3 balas.

Obs: caso a glicemia estiver abaixo de 50, deve-se duplicar essa dose. Aguarda-se 15 min, mede-se novamente a glicemia; se ainda estiver em estado hipoglicêmico, repetir a operação. Para fazer a contagem de carboidratos, é necessário consultar a tabela de alimentos, que se encontra no documento original. INSULINOTERAPIA EM DM1

DM1 é caracterizado pela destruição parcial ou total das células beta das ilhotas de Langerhans pancreáticas, resultando na redução da capacidade do indivíduo de produzir insulina. Os sinais e sintomas mais característicos são polidipsia, poliúria, polifagia, astenia e perda de peso, e só se manifestam após a destruição de cerca de 80% das células. Inúmeros fatores genéticos e ambientais contribuem para a ativação imunológica que desencadeia esse processo. A confirmação do diagnóstico é feita através de exames que constam insulina de jejum > 125mg ou glicemia casual >200mg. O uso de insulina no tratamento de DM1 faz-se imprescindível. A dose diária de insulina preconizada em indivíduos com DM1 varia entre 0,5 a 1U/kg/dia, sendo possível utilizar doses maiores para recuperação do equilíbrio metabólico. Para definir essa dose diária, são utilizados diversos fatores, como peso, idade, estilo de vida, atividade física, fase da doença, dieta, entre outros. Recomenda-se que a dose de insulina basal varie entre 40 e 60% da dose diária para tentar mimetizar a secreção endógena diária, e o restante da dose seja administrado em forma de bolus de correção e refeição. O objetivo do tratamento da DM é manter as glicemias ao longo do dia entre os limites da normalidade, evitando ao máximo a ampla variedade glicêmica. O tratamento intensivo utiliza duas doses de NPH (antes do café da manhã e antes de dormir) e três doses de insulina regular (antes das refeições). Entretanto, com o surgimento dos análogos de insulina (insulina ultra rápida), existem alguns benefícios no tratamento que as incorpora, inclusive no que diz respeito aos episódios hipoglicêmicos graves e noturnos. Além disso, se associados a contagem de carboidratos, é possível que o paciente faça a aplicação após as refeições. A lispro apresenta absorção mais rápida devido a inversão da posição dos aminoácidos lisina e prolina. Na insulina asparte, a sua rápida absorção se deve a substituição de um aminoácido prolina por ácido aspártico carregado negativamente, produzindo repulsão elétrica entre as moléculas de insulina e reduzindo a sua tendência a auto associação. Além disso, asparte apresenta melhor controle glicêmico, sem aumento de risco de hipoglicemia e com maior flexibilidade quanto a aplicação. A glusina também tem rápida absorção, devido a troca de asparginase por por lisina na posição 3 da cadeia beta e de lisina por ácido glutâmico na posição 29 da mesma cadeia. Esses análogos da insulina são indicados para pacientes com tendência a eventos hipoglicêmicos nos períodos pós-prandiais tardios e noturnos.

Ao utilizar a insulina regular, deve-se considerar seu tempo de ação de 30 minutos. Como muitos pacientes costumam aplicá-la na hora da refeição, aumentam-se os riscos de hiperglicemia pós prandial e hipoglicemia nos períodos entre as refeições, pois a insulina atingiria seu pico no momento em que a refeição já foi metabolizada. A insulina de ação ultra rápida, por sua vez, pode ser aplicada após as refeições, o que é muito benéfico no caso de crianças que não ingerem a quantidade adequada de carboidratos nas refeições. Os análogos de insulina de ação prolongada, glargina e detemir, também foram criados a partir da técnica de DNA recombinante. Esses análogos apresentaram menor risco de hipoglicemia se comparados a NPH, que seria explicado pela ausência de pico de ação dessas insulinas. É recomendado que utilize-se a insulina glargina após os seis anos de idade em uma dose única, sem muita preocupação com o horário, em caso de hipoglicemia frequente, desejo de mudar ou vontade de diminuir o número de aplicações de NPH. A glargina pode ser utilizada em crianças a partir de 2 anos de idade. A insulina detemir tem período de ação de 20 horas, com declínio de seu efeito 10-12 horas após sua aplicação. Dessa forma, é recomendado que se faça a aplicação de detemir duas vezes ao dia, obtendo bom controle da glicemia em adultos com DM1. A insulina detemir apresenta, ainda, menor risco global de hipoglicemia tardia ou noturna. A dose de NPH ao deitar é reajustada de acordo com a glicemia de jejum inicialmente e as demais doses segundo as glicemias pré prandiais, podendo ser ajustada a cada 3 ou 4 dias. Os ajustes dos análogos glargina e detemir devem ser feitos mediante resultado da glicemia de jejum a cada 5 ou 7 dias. Já os ajustes das insulinas de ação ultra rápida são feitos através do resultado da glicemia 2 horas pós prandiais, considerando o fator sensibilidade individual e contagem de carboidratos. O tratamento intensivo também pode ser feito através da utilização de insulina bifásica, mas seu uso apresenta algumas desvantagens para pacientes com DM1, principalmente pela falta de flexibilidade e maior risco de hipoglicemia. Entretanto, esse tratamento apresenta benefícios para pacientes com dificuldades motoras e visuais, que podem encontrar dificuldade em misturar insulinas de diferentes ações. O sistema de infusão contínua de insulina parece ser o padrão ouro para tratamento, mas necessita de acompanhamento por equipe capacitada. A bomba infunde microdoses de insulina de um reservatório por um cateter inserido por meio de uma pequena agulha no subcutâneo. Recentemente, foram descobertos benefícios no uso de insulina ultra rápida nesse tratamento, como menor tempo de ação, pico de ação mais precoce, absorção mais previsível e menor risco de obstrução do cateter. Os resultados do controle glicêmico no sistema contínuo se mostraram melhores do que aqueles em que são feitas várias doses de insulina ao longo do dia. Os candidatos ideais a essa terapia são pacientes com DM1 com educação e conhecimento adequados ao suporte e manejo do diabetes que já estejam em

tratamento intensivo de insulina em esquema basal-bolus com múltiplas doses, que saibam ajustar a dose de insulina de acordo com os resultados glicêmicos, contagem de carboidratos e prática de atividade física. São necessários, no mínimo, 5 mensuração da glicemia no dia. HIPOGLICEM IA

A hipoglicemia, definida como índice glicemico...


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