Farmacologia anti-helmintos PDF

Title Farmacologia anti-helmintos
Author Ana Beatriz
Course Farmacologia Veterinária
Institution Centro Universitário Filadélfia
Pages 10
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Summary

Anotações da aula de antiparasitários, da Professora Carla Barros...


Description

FARMACOLOGIA DOS ANTI-HELMINTICOS

As helmintoses constituem um grave problema sócioeconômico, pela alta prevalência entre os animais domésticos e silvestres e por algumas serem classificadas como zoonoses. O controle dos helmintos baseia-se na utilização dos antihelmínticos. A finalidade do tratamento é eliminar a eliminação de ovos e larvas nas fezes e, consequentemente, reduzir o número de estágios infectantes no meio onde vivem os hospedeiros.

Classificação Os principais helmintos de interesse veterinário podem ser divididos em dois filos, de acordo com sua etiologia  Filo Nemathelminthes: compreende os nematódeos, parasitas de corpo cilíndrico, alongado e não segmentado. Ex: Ascaris, Haemunchus, Ancylostoma.  Filo Plathyhelminthes: compreende os cestódeos e trematódeos. Os cestódeos parasitas de corpo achatado e segmentado, com aspecto semelhante a uma fita. Ex: Dipylidium, Taenia.  Os trematódeos são parasitas de corpo achatado, não segmentado e apresenta aspecto de folha. Ex: Fasciola.

PROPRIEDADES DOS ANTI-HELMÍNTICOS Um medicamento anti-helmintico ideal caracteriza-se por: -Composição química estável -Ação sobre estágios imaturos

-Ação sobre diversas espécies de helmintos -Eficácia contra cepas resistentes ao anti-helmíntico comum -Não interferir no estabelecimento da imunidade do animal -Fácil administração para grande número de animais -Uso em dose única ou esquemas curtos de duração -Boa tolerabilidade pelo hospedeiro -Alta margem de segurança -Boa palatilidade -Baixo custo Classificação dos Anti-helmínticos Compostos Inorgânicos: à base de sais de metais: arseniato de chumbo. Compostos Orgânicos Naturais: arecolina. Compostos Orgânicos Sintéticos: substitutos fenólicos, salicilanilidas, pirimidinas, benzimidazóis, imidazotiazóis, avermectinas, milbemicinas.

Fatores relacionados aos parasitos: •espécies e estágios do parasito; •carga parasitária; Fatores relacionados aos medicamentos: •tamanho e solubilidade; •biotransformação;

•dose; •via de administração; •formulação;

Fatores relacionados ao hospedeiro: •espécie animal; •condições fisiológicas; •tipo e qualidade do alimento; Modo de ação dos anti-helmínticos As bases farmacológicas empregadas no tratamento dos helmintos interferem na produção de energia, coordenação neuromuscular, causando a destruição dos parasitos por inanição, quando são esgotadas suas reservas de energia ou a sua expulsão, decorrente da paralisia. Os helmintos obtêm energia por processos de fermentação anaeróbica dos carboidratos e a diminuição da absorção da glicose, resulta na redução dos níveis de ATP e glicogênio, causando a morte do parasito. A interferência na coordenação neuromuscular ocorre quando o anti-helmíntico inibe a ação de acetilcolina ou inibitórios (GABA), o que resulta na paralisia espástica e flácida do parasito, respectivamente. A sobrevivência dos parasitos pode também ser comprometida quando um medicamento produz alterações das funções celulares básicas como bloqueio na polimerização da tubulina, proteína estrutural, interferindo na dinâmica microtubular; Resistência dos parasitos ao anti-helmínticos:

O tratamento das helmintoses é prejudicado pelo desenvolvimento da resistência dos helmintos aos medicamentos: uso de medicamento em grande escala dose inadequada do medicamento. Nas populações resistentes, os medicamentos falham devido a: Alterações no sítio de ação, redução da taxa de absorção e aumento do metabolismo. -Benzimidazóis: mutação nos genes para a b-tubulina, causando perda de receptores de ligação de alta afinidade para os benzimidazóis. -Levamizole: ocorrem alterações no número ou na sensibilidade de receptores colinérgicos em nematóides resistentes. -Lactonas macrocíclicas: ocorre alterações no receptor do canal de cloro e aumento da glicoproteína-P. A evolução da resistência pode ser retardada pelo desenvolvimento de programas estratégicos que permitam o uso racional dos anti-helmínticos e o rodízio lento de medicamentos com diferentes modos de ação. Agentes anticestódeos e antitrematódeos Os medicamentos anticestódeos e antitrematódeos são utilizados para o controle de platelmintos de animais domésticos; Substitutos Fenólicos niclofolan, nitroscanato, nitroxil

Espectro de ação Eficácia sobre as famílias Taeniidae e Dilepididae, Anoplocephalidae, Davainidae, Fasciolidae;

Mecanismo de ação Interferem no metabolismo respiratório do helmintos, bloqueando a produção de energia por inibição da fosforilação oxidativa mitocondrial, impedindo o aproveitamento de reações de oxirredução para a produção de ATP. Após o esgotamento de suas reservas energéticas, os parasitas morrem por inanição. Farmacocinética Associam-se às proteínas plasmáticas, favorecendo a distribuição aos tecidos e eliminação lenta no organismo. A biotransformação ocorre no trato gastrointestinal e no fígado, sendo eliminados nas fezes. A alta afinidade dos substitutos fenólicos às proteínas, resulta no longo período de carência para o consumo de carne e leite. Efeitos colaterais Por não apresentarem alta margem de segurança, podem ocorrer episódios de perda de apetite e diarréia e em doses muito elevadas, hiperventilação, hipertermia, convulsão e taquicardia. Administração: via oral: suspensão; via parenteral: SC. e IM. Salicilanilidas Clioxanida, Closantel, Niclosamida, Resorantel. Espectro de ação Atuam no controle dos trematódeos e cestódeos e alguns nematódeos hematófagos. Mecanismo de ação Desacopladores da fosforilação oxidativa mitocondrial, interferindo na biotransformação energética do parasito. Farmacocinética Associam-se às proteínas plasmáticas e sua atividade antihelmíntica depende do tempo de permanência no plasma.

A biotransformação ocorre no fígado e no trato gastrointetinal, sendo eliminados nas fezes; Efeitos tóxicos: podem ocorrer episódios de perda de apetite e diarréia e em doses muito elevadas, hiperventilação, hipertermia, convulsão e taquicardia; Administração: via oral: suspensão; comprimidos; grânulo via parenteral: SC. e IM.

Pirazinoisoquinolonas Praziquantel Espectro de ação: Taeniidae; Dilepididae; Anoplocephalidae; Davaineidae; Schistosoma; Mecanismo de ação Atuam sobre o potencial de membrana das células musculares promovendo a entrada do íon cálcio para o interior da célula, o que resulta na contração muscular, na vacuolização e desintegração do tegumento do helminto. Também pode agir como inibidor do metabolismo de carboidrato, causando sua morte por inanição;

-Farmacinética: é solúvel em água, sendo 80% do medicamento absorvível no TGI, é biotransformado no fígado e eliminado 6 horas depois pelas fezes e urina. -Efeitos colaterais: não devem ser administrados em gatos e cães com menos de 6 semanas de idade. -Administração : comprimidos e tabletes para administração oral e suspensão. Benzimidazóis Triclabendazole, Albendazole, Mebendazole;

Espectro de ação Alta eficácia sobre os estágios adultos e imaturos de parasitos. Mecanismo de ação Promovem a desorganização estrutural no tegumento dos cestódeos e trematódeos, causando sua destruição. Os benzimidázois ligam-se à beta-tubulina livre, inibindo a sua polimerização e, assim, interferem na captação de glicose dependente de microtúbulos. -Farmacocinética: é absorvido no TGI, biotransformado no fígado em sulfóxido, que é o metabólito responsável pela atividade terapêutica. Excreção biliar. Efeitos colaterais: Incoordenação, fraqueza no trem posterior, anorexia. Não deve ser administrado em fêmeas em lactação. Administração: suspensão. Agentes Antinematódeos A maioria das doenças causadas por helmintos está associada ao nematódeos, por sua ampla distribuição geográfica e efeitos patogênicos em diversas espécies animais; Os medicamentos antinematódeos constituem um grupo de compostos utilizados com fins curativo e preventivo desta classe de parasitos, que se localizam em diversos órgãos dos hospedeiros, principalmente no TGI; Organofosforados Foram introduzidos na década de 1950 como ectoparasiticidas e posteriormente empregados como anti-helmínticos; Ex: Diclorvos,Triclorfom, Coumafós. Espectro de ação

Possui atividade sobre os nematódeos das famílias Ascaridae; Ancylostomatidae; Trichuridae; Oxyuridae;

-Mecanismo de ação: bloqueiam a ação da acetilcolinesterase sobre a acetilcolina, evitando a hidrólise do neurotransmissor. Os anticolinesterásicos interagem com o sítio da enzima, impedindo que esta exerça sua função na neurotransmissão, resultando em paralisia espástica e eliminação do parasito; -Farmacoconética: são absorvidos no TGI e pela pele. São rapidamente oxidados e inativados no fígado, sendo eliminados pela a urina. -Efeitos tóxicos: o índice de segurança é geralmente pequeno e por esse motivo, maior atenção deve ser dada ao uso correto da dose. Letargia, anorexia, diarréia, vômitos, salivação e tremores musculares. Não devem ser administrados em animais desnutridos ou expostos a outros anticolinesterásicos como o levamisol morantel e pirantel; -Administração: via oral na forma de pasta, solução, bollus e pellets. Via SC aplicado no dorso. Imidazotiazóis Levamisole,Tetramisole. – Espectro de ação: apresenta atividade sobre estágios adultos e imaturos em desenvolvimento de nematódeos gastrointestinais e pulmonares. Não é ovocida, possui baixa eficácia para Trichuris e não tem ação sobre cestódeos e trematódeos.

-Mecanismo de ação: os imidazotiazóis são agonistas colinérgicos, penetram no parasito através da cutícula e estimulam os receptores

para o neurotransmissor acetilcolina, produzindo sua ativação, o que resulta no acúmulo de acetilcolina na fenda sináptica, causando hiperexcitabilidade e paralisia espástica dos parasitos. Efeitos colaterais: são semelhantes aos organosforados e aparecem 60 a 120 minutos após sua ingestão. Administração: por via oral, está disponível em suspensão e solução; pour-on.

MEDICAMENTOS EMPREGADOS NO CONTROLE DE ECTOPARASITOS Os parasitos externos ocupam lugar de destaque entre as parasitoses dos animais domésticos. Estes ectoparasitos podem ser controlados com o uso de substâncias genericamente chamadas de praguicidas ou defensivos agrícolas; Assim, tem-se os inseticidas, carrapaticidas, pulicidas e piolhicidas. Organofosforados: Ex: Diazinom, Diclorvos, Fentiom, Triclorfom. Carbamatos: Ex: Carbaril, Propoxur.

Mecanismo de ação Os organofosforados e os carbamatos são inibidores irrreversíveis e reversíveis da colinesterase, respctivamente. Causam a hiperexcitatividade e hiperatividade do parasito, seguidas de incoordenação motora, convulsão e morte; Famacocinética: formulações para uso tópico, sendo absorvidos pela pele. São biotransformados no fígado, sendo excretados pela a urina. Piretróides:

Princípio ativo extraído do crisântemo. Ex: Piretrina, Cipermetrina, Deltametrina.

-Mecanismo de ação: possuem propriedades lipofílicas que facilitam sua penetração nos artrópodes através de sua cutícula rica em lipídeos, causando despolarização da membrana nervosa sem descargas repetitivas e reduzindo a amplitude do potencial de ação.

-Farmacocinética: são pouco absorvidos pele e intensamente absorvidos pelas mucosas, principalmente, trato digestório e respiratório.

-Efeitos tóxicos: sialorréia, vômito, diarréia, tremores, depressão. Formamidinas: o amitraz possui amplo espectro, sendo utilizado como carrapaticida, pulicida, sarnicida, piolhicida.

Famacocinética: formulações para uso tópico, sendo absorvidos pela pele; são biotransformados no fígado, sendo excretados pela a urina.

Mecanismo de ação: inibem a MAO, resultando no aumento dos níveis de adrenalina. Efeitos tóxicos Os principais sinais clínicos de intoxicação são: ataxia, depressão e hipotermia....


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