Fichas de trabalho - Educação literária PDF

Title Fichas de trabalho - Educação literária
Author Alexandre Ribeiro
Course Português
Institution Ensino Secundário (Portugal)
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Summary

Grupo ILê o excerto do Sermão de Santo António aos Peixes que se segue.51015[...] Falando dos peixes Aristóteles, diz que só eles entre todos os animais se não domam, nem domesticam. Dos animais terrestres o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão serviçal, o bugio 1 tão amigo, ou tão l...


Description

Ficha de trabalho 1 Educação literária e Gramática

Grupo I Lê o excerto do Sermão de Santo António aos Peixes que se segue.

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[…] Falando dos peixes Aristóteles, diz que só eles entre todos os animais se não domam, nem domesticam. Dos animais terrestres o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão serviçal, o bugio1 tão amigo, ou tão lisonjeiro, e até os leões, e os tigres com arte, e benefícios se amansam. Dos animais do ar afora aquelas aves, que se criam, e vivem connosco, o papagaio nos fala, o rouxinol nos canta, o açor nos ajuda, e nos recreia; e até as grandes aves de rapina encolhendo as unhas reconhecem a mão de quem recebem o sustento. Os peixes pelo contrário lá se vivem nos seus mares, e rios, lá se mergulham nos seus pegos 2, lá se escondem nas suas grutas, e não há nenhum tão grande, que se fie do homem, nem tão pequeno, que não fuja dele. […] Peixes, quanto mais longe dos homens, tanto melhor: trato, e familiaridade com eles, Deus vos livre. Se os animais da terra, e do ar querem ser seus familiares, façam-no muito embora, que com suas pensões o fazem. Cante-lhes aos homens o rouxinol, mas na sua gaiola; diga-lhes ditos o papagaio, mas na sua cadeia; vá com eles à caça o açor, mas nas suas piozes3; faça-lhes bufonarias 4 o bugio, mas no seu cepo; contente-se o cão de lhes roer um osso, mas levado onde não quer pela trela; preze-se o boi de lhe chamarem formoso, ou fidalgo, mas com o jugo5 sobre a cerviz6, puxando pelo arado, e pelo carro; glorie-se o cavalo de mastigar freios dourados, mas debaixo da vara, e da espora; e se os tigres, e os leões lhes comem a ração da carne, que não caçaram no bosque, sejam presos, e encerrados com grades de ferro. E entretanto, vós, peixes, longe dos homens, e fora dessas cortesanias vivereis só convosco, sim, mas como peixe na água. De casa, e das portas adentro tendes o exemplo de toda esta verdade, o qual vos quero lembrar, porque há Filósofos que dizem que não tendes memória. Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, cap. II, Lisboa, Círculo de Leitores, 2013. 1

Bugio: macaco. Pegos: sítios mais fundos, num rio, onde não se tem pé. 3 Piozes: correia que certas aves de voo trazem nos pés para serem reconhecidas. 4 Bufonarias: fanfarrices. 5 Jugo: peça de madeira que serve para apor o boi ao carro ou ao arado. 6 Cerviz: cachaço. 2

1. Refere a intenção do autor ao citar o filósofo grego Aristóteles neste excerto do cap. II. 2. Indica o tipo de relação que se estabeleceu entre os homens e os animais da terra e do ar. 3. Explicita o conselho que Vieira pretende relembrar aos Peixes. 4. Refere os dois valores que surgem, em antítese, neste excerto, relacionando-os com o objetivo do Sermão. 5. Das afirmações que se seguem, apenas uma não está de acordo com o conteúdo do texto. Indica qual. a) Existe uma gradação na enumeração dos animais que vivem presos perto dos homens. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 11.o ano

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b) Para os peixes, a melhor solução será a de conviverem com os homens «de casa, e das portas adentro». (ll. 17-18) c) Os animais que se aproximaram dos homens foram «castigados», pois perderam a sua liberdade. d) O advérbio «lá» (l. 6) reforça a diferença existente entre os peixes e os outros animais.

Grupo II 1. Para responderes aos itens de 1.1 a 1.4 seleciona a única opção correta. 1.1 Na frase «diga-lhes ditos o papagaio» (l. 11), as palavras sublinhadas correspondem, respetivamente, a (A) predicativo do sujeito e complemento direto. (B) complemento direto e complemento indireto. (C) complemento indireto e complemento direto. (D) complemento indireto e complemento oblíquo. 1.2 Na frase «Aristóteles, diz que só eles [...] se não domam» (l. 1) estão presentes, respetivamente, orações (A) subordinante e subordinada adverbial condicional. (B) subordinante e subordinada substantiva relativa. (C) subordinante e subordinada adjetiva explicativa. (D) subordinante e subordinada substantiva completiva. 1.3 Os vocábulos sublinhados na frase «o papagaio nos fala, o rouxinol nos canta, o açor nos ajuda e nos recreia» (ll. 4-5) contribuem para a coesão (A) lexical (por sinonímia). (B) lexical (por reiteração). (C) lexical (por antonímia). (D) lexical (por hiperonímia). 1.4 Os vocábulos sublinhados na frase «o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão serviçal, o bugio tão amigo» (ll. 2-3), no contexto em que ocorrem, contribuem para a coesão (A) lexical (por sinonímia). (B) lexical (por reiteração). (C) lexical (por antonímia). (D) lexical (por hiperonímia). 2. Explica a incoerência de cada uma das frases que segue. 2.1 Os três elementos do grupo entregaram o trabalho que ambos se tinham empenhado em concluir dentro do prazo. 2.2 Hoje de manhã perdi o autocarro porque cheguei atrasado à primeira aula. 2.3 O Padre António Vieira nasceu em Lisboa e morreu 89 anos antes na Baía, Brasil. 2.4 Alguns dos 13 volumes dos Sermões de Vieira foram publicados postumamente, meses antes da sua morte. 3. Estabelece a relação correta entre os elementos das duas colunas. 112

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a) Cante-lhe o rouxinol, mas faça-o na sua gaiola.

1. Coesão lexical – substituição

b) «vós, peixes, [...] vivereis só convosco»

(hiperónimo / hipónimo)

c) Os animais terrestres vivem privados de liberdade: o cão, o cavalo, o boi foram domesticados.

2. Coesão lexical – substituição (sinónimos)

d) O Padre António Vieira defendeu os índios com os seus sermões; o missionário é ainda hoje reconhecido como um orador excecional.

3. Coesão gramatical – frásica 4. Coesão gramatical – interfrásica

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Ficha de trabalho Educação literária e Gramática

Grupo I Lê o excerto do Sermão de Santo António aos Peixes que se segue. Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão Polvo, contra o qual têm suas queixas, e grandes, não menos que São Basílio, e Santo Ambrósio. O Polvo com aquele seu capelo na cabeça parece um Monge, com aqueles seus raios estendidos, parece uma Estrela, com aquele não ter osso, nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandes Doutores da Igreja Latina, e Grega, que o dito Polvo é o maior traidor do mar. Consiste esta traição do Polvo primeiramente em se vestir, ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores, a que está pegado. As cores, que no Camaleão são gala, no Polvo são malícia; as figuras, que em Proteu são fábula, no Polvo são verdade, e artifício. Se está nos limos, faz-se verde; se está na areia, faz-se branco; se está no lodo, faz-se pardo; e se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma pedra. E daqui que sucede? Sucede que outro peixe inocente da traição vai passando desacautelado, e o salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente, e fá-lo prisioneiro. Fizera mais Judas? Não fizera mais; porque não fez tanto. Judas abraçou a Cristo, mas outros O prenderam: o Polvo é o que abraça, e mais o que prende. Judas com os braços fez o sinal, e o Polvo dos próprios braços faz as cordas. Judas é verdade que foi traidor, mas com lanternas diante: traçou a traição às escuras, mas executou-a muito às claras. O Polvo escurecendo-se a si tira a vista aos outros, e a primeira traição, e roubo, que faz, é à luz, para que não distinga as cores. Vê, Peixe aleivoso1, e vil2, qual é a tua maldade, pois Judas em tua comparação já é menos traidor.

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Padre António Vieira, Sermão de Santo António aos Peixes, cap. V, Lisboa, Círculo de Leitores, 2013. 1 2

Aleivoso: desleal. Vil: desprezível.

1. Insere o excerto transcrito na estrutura interna do Sermão. 2. Explica o motivo que levou o autor a nomear duas antigas autoridades da igreja. 3. Caracteriza o Polvo, tendo em conta a sua aparência e a sua verdadeira essência. 3.1 Retira do texto uma frase que confirme a diferença, no Polvo, entre o «ser» e o «parecer». 4. Identifica o recurso expressivo utilizado em cada uma das alíneas. a) «Vê, Peixe aleivoso, e vil, qual é a tua maldade [...]» (l. 18) b) «Fizera mais Judas? Não fizera mais; porque não fez tanto.» (l. 13) c) «O Polvo com aquele seu capelo na cabeça parece um Monge [...]» (ll. 2-3) d) «[...] o dito Polvo é o maior traidor do mar.» (l. 6)

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5. Pode dizer-se que, na parte final deste excerto, o autor faz uma amplificação do seu raciocínio. Explica de que modo isso acontece.

Grupo II 1. Identifica as classes (e subclasses) a que pertencem as palavras destacadas no texto e indica os respetivos referentes. 1.1 «lá» (l. 1) 1.3 «O» (l. 14) 1.2 «lhe» (l. 13)

1.4 «a» (l. 16)

2. Identifica a função sintática desempenhada por cada uma das expressões destacadas. 2.1 «[...] o dito Polvo é o maior traidor do mar.» (l. 6) 2.2 «O Polvo escurecendo-se a si tira a vista aos outros [...]» (ll. 16-17) 2.3 «[...] contra o qual têm suas queixas [...] São Basílio e Santo Ambrósio.» (ll. 1-2) 3. Indica o valor dos articuladores de discurso destacados. 3.1 «Consiste esta traição do Polvo primeiramente em se vestir, ou pintar das mesmas cores...» (ll. 6-7) 3.2 «[...] já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão polvo [...]» (l. 1) 3.3 «[Judas] traçou a traição às escuras, mas executou-a muito às claras.» (l. 16) 4. Assinala a opção correta em cada um dos itens seguintes. 4.1 Na frase «Se está nos limos, faz-se verde» (l.9), o sujeito é (A) simples. (B) composto. (C) subentendido. (D) indeterminado. 4.2 Na frase «se está na areia, faz-se branco» (ll. 9-10), as orações são, respetivamente, (A) subordinante e subordinada adverbial condicional. (B) subordinada adverbial condicional e subordinante. (C) subordinada adverbial causal e subordinante. (D) subordinada substantiva completiva e subordinante. 4.3 Em «Judas com os braços fez o sinal, e o Polvo dos próprios braços faz as cordas» (l. 15) estamos perante duas orações (A) coordenada e coordenada copulativa, respetivamente. (B) coordenadas copulativas. (B) coordenadas adversativas. (C) subordinadas adverbiais concessivas. 4.4 A oração destacada em «o salteador, que está de emboscada dentro do seu próprio engano, lança-lhe os braços de repente» (ll. 12-13) é uma Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 11.o ano

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(A) oração subordinada substantiva relativa. (B) oração subordinada adjetiva relativa restritiva. (C) oração subordinada adjetiva relativa explicativa. (D) oração subordinada substantiva completiva.

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Ficha de trabalho Educação literária e Gramática

Grupo I 1. Classifica como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que se seguem. a) O Romantismo espalhou-se pela Europa, por oposição ao Classicismo, desde os finais do século XVIII. b) A paisagem romântica é alegre, luminosa e frequentemente apelidada de locus amoenus. c) Almeida Garrett é oriundo de uma família burguesa e culta, o que lhe permitiu ter a escrita como única ocupação ao longo da sua vida. d) Frei Luís de Sousa é o nome conventual de Manuel de Sousa Coutinho, um influente elemento da nobreza portuguesa na época da ocupação filipina. e) As fontes indicadas de Frei Luís de Sousa são um romance, uma biografia, um poema, um rimance e um drama. f) Garrett escreveu a primeira versão de Frei Luís de Sousa em cerca de dois meses. g) Na «Memória ao Conservatório Real», o autor assume que Frei Luís de Sousa «é um verdadeiro drama». h) A estrutura externa da obra permite-nos dividir a obra em três momentos distintos: exposição, conflito e desenlace. 1.1 Corrige as afirmações falsas. 2. De acordo com os teus conhecimentos de Frei Luís de Sousa, completa as afirmações que se seguem, de modo a obteres enunciados corretos e verdadeiros. a) No monólogo reflexivo de D. Madalena (cena I, ato I) surgem, em forma de antítese, a sua... b) Ao longo de todo o texto são vários os indícios trágicos que vão surgindo, por exemplo... c) O clímax da tragédia é atingido quando... d) A Morte de Maria de Noronha, a separação do casal e «morte» para o mundo constituem o momento da… e) Frei Luís de Sousa é uma tragédia portuguesa sebastianista porque... 3. Identifica os recursos expressivos presentes nos excertos que se seguem. a) «Oh! Que amor, que felicidade… que desgraça a minha!» (Madalena, cena I, ato I) b) «Ilumino a minha casa para receber os muito poderosos e excelentes senhores governadores destes reinos.» (Manuel de Sousa Coutinho, cena XII, ato I) c) «Este amor – que hoje está santificado e bendito no Céu». (Madalena, cena X, ato II)

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Grupo II 1. Identifica as funções sintáticas dos elementos destacados. a) «É preciso sair já desta casa, Madalena.» (cena VII, ato I) b) «Jorge, acompanha estas damas.» (cena X, ato I) c) «[...] sairá num instante... pela porta de trás.» (cena X, ato I) d) «Mas não diz a verdade toda o senhor Telmo Pais.» (cena I, ato II) 2. Identifica o mecanismo de coesão lexical e/ou gramatical utilizado em cada excerto. a) «Não o tenho aqui... o sangue... o sangue da minha vítima?... que é o sangue das minhas veias... que é sangue da minha alma, é o sangue da minha querida filha!» (cena I, ato III) b) «Viva ou morta, cá deixo a minha filha no meio dos homens que a não conheceram, que a não hão de conhecer nunca, porque ela não era deste mundo, nem para ele...» (cena I, ato III) c) «Manuel de Sousa Coutinho e Madalena de Vilhena ingressaram no convento porque lhes morreu a sua única filha e porque eram bastante devotos.» 3. Assinala a única opção verdadeira. 3.1 Na fala de Maria «Bonito! Eu há mais de meia hora no eirado passeando» (cena III, ato I), a palavra assinalada é (A) um adjetivo. (B) um nome. (C) uma interjeição. (D) um advérbio. 3.2 Em «e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com a minha mãe», (cena III, ato I), o vocábulo sublinhado corresponde a um deítico (A) pessoal e espacial. (B) pessoal. (C) temporal. (D) espacial. 3.3 «Não quero mais falar, nem [quero] ouvir falar de tal batalha» (cena III, ato I) são orações (A) coordenadas disjuntivas. (B) coordenadas copulativas. (C) coordenadas adversativas. (D) coordenadas explicativas.

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Ficha de trabalho Educação literária e Gramática

Grupo I Lê o excerto de Frei Luís de Sousa que se segue.

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Maria (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena ) – Bonito! Eu há mais de meia hora no eirado passeando – e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os bergantins que andam para baixo e para cima – e já aborrecida de esperar… e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com a minha mãe, sem se importar de mim! – Que é do romance que me prometestes? Não é o da batalha, não é o que diz: Postos estão, frente a frente, os dous valorosos campos;

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é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há de vir, um dia de névoa muito cerrada… Que ele não morreu; não é assim, minha mãe? Madalena – Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo de Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na desgraça. Maria – Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe! Eles que andam tão crentes nisto, alguma coisa há de ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom Telmo (chega-se toda para ele, acarinhando-o), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião. Meu pai, que é tão bom português, que não pode sofrer estes castelhanos, e que até, às vezes, dizem que é de mais o que ele faz e o que ele fala, em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião… ninguém tal há de dizer, mas põe-se logo outro, muda de semblante, fica pensativo e carrancudo; parece que o vinha afrontar, se voltasse, o pobre do rei. Ó minha mãe, pois ele não é por D. Filipe, não é, não? Madalena – Minha querida Maria, que tu hás de estar sempre a imaginar nessas coisas que são tão pouco para a tua idade! Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais, e com coisas menos… Maria – Então, minha mãe, então! Veem, veem?… também minha mãe não gosta. Oh! essa ainda é pior, que se aflige, chora… ela aí está a chorar… (Vai-se abraçar com a mãe, que chora.) Minha querida mãe, ora pois então! Vai-te embora, Telmo, vai-te; não quero mais falar, nem ouvir falar de tal batalha, nem de tais histórias, nem de coisa nenhuma dessas. Minha querida mãe! Telmo – E é assim: não se fala mais nisso. E eu vou-me embora. (À parte, indo-se depois de lhe tomar as mãos.) Que febre que ela tem hoje, meu Deus, queimam-lhe as mãos… e aquelas rosetas nas faces… Se o perceberá a pobre da mãe! Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1994.

1. Localiza a cena anterior nas estruturas externa e interna de Frei Luís de Sousa. 2. Indica o espaço em que se passa esta cena.

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3. No diálogo que trava com a filha, D. Madalena procura dissuadi-la de determinada ideia. 3.1 Identifica essa ideia. 3.2 Explica os motivos que estão na base de tal atitude de D. Madalena. 4. Maria recorre ao uso de um provérbio – «Voz do povo, vos de Deus» (l. 13). Explica por que o faz. 5. Na terceira fala de Maria, torna-se evidente um dos traços mais marcantes da sua personalidade. Identifica-o. 6. Transcreve do texto expressões que se afigurem um indício trágico e explica a tua opção. 7. Relaciona a doença de Maria com o final trágico da obra. 8. Identifica duas características do Romantismo presentes neste excerto de Frei Luís de Sousa.

Grupo II 1. Identifica o processo fonológico ocorrido em «rosa» > «roseta». 2. Na expressão «névoa muito cerrada» (l. 9), identifica o grau em que se encontra o adjetivo. 3. Retira do texto duas palavras que possam integrar o campo lexical de «rio». 4. Demonstra, através de dois exemplos, a polissemia da palavra «romance». 5. Das várias opções apresentadas, apenas uma é verdadeira. Assinala-a. (A) «desgraça» é uma palavra composta e «eirado» é uma palavra derivada. (B) «eirado» e «desgraça» são ambas palavras derivadas por sufixação. (C) «eirado» e «roseta» são ambas palavras derivadas por sufixação. (D) «roseta» é uma palavra composta e «desgraça» é uma palavra derivada. 6. Assinala a única opção falsa nas frases que se seguem. (A) Em «aqui posto a conversar» (ll. 3-4) o vocábulo destacado é um deítico espacial. (B) Em «E eu vou-me embora» (l. 28) os vocábulos destacados são deíticos pessoais. (C) Em «a conversar com a minha mãe, sem se importar de mim!» (l. 4) os vocábulos destacados são deíticos pessoais. (D) Em «Se o perceberá a pobre da mãe» (l. 30) o vocábulo destacado aponta para a dêixis espacial.

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Ficha de trabalho Educação literária e Gramática

Grupo I Lê o texto que se segue.

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O coração de Teresa estava mentindo. Vão lá pedir sinceridade ao coração! Para finos entendedores, o diálogo do anterior capítulo definiu a filha de Tadeu de Albuquerque. É mulher varonil, tem força de caráter, orgulho fortalecido pelo amor, despego das vulgares apreensões, se são apreensões a renúncia que uma filha fez do seu alvedrio às imprevidentes e caprichosa...


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