Histologia Gartner 3 ed- Pâncreas, Fígado e Vesícula Biliar PDF

Title Histologia Gartner 3 ed- Pâncreas, Fígado e Vesícula Biliar
Author Henrique Gandin
Course Formação Médica Integrada III
Institution Universidade Federal do Pampa
Pages 8
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Summary

Resumo de histologia humana sobre pâncreas, fígado e vesícula biliar utilizado nas seções tutoriais do 3º semestre....


Description

HISTOLOGIA DO PÂNCREAS, FÍGADO E VESÍCULA BILIAR PÂNCREAS O Pâncreas tem tanta função exócrina (produz sucos digestivos) como endócrina (produz hormônios), situado na parede posterior do corpo, sob o peritônio tendo 4 regiões: o processo uncinado, a cabeça, o corpo e a cauda, medindo 25 cm de comprimento, 5 cm de largura e 1 a 2 cm de espessura, pesando 150g. Tem delicada camada de tecido conjuntivo que deriva da cápsula para formar septos, dividindo-o em lóbulos. Os componentes endócrinos do pâncreas, as ilhotas de Langerhans estão dispersos entre os ácinos secretores exócrinos. PÂNCREAS EXÓCRINO É uma glândula acinosa composta que produz 1,2 L de fluido rico em HCO3- contendo proenzimas digestivas. 40 a 50 células formam um ácino seroso, arredondado ou oval, cujo lúmen é ocupado por 3 a 4 células centroacinosas, representando o início do sistema de ductos do pâncreas, característica distintiva desta glândula. ➔ Porções Secretoras e Ductos: As céls acinosas tem receptores para CCK e ACh, enquanto as céls centroacinosas e os ductos intercalares possuem receptores para secretina e algumas para ACh. Célula acinosa tem o formato de uma pirâmide truncada com base apoiada sobre a lâmina basal, separando as células acinosas do TC, o núcleo arredondado da célula é posicionado no citoplasma basal e circundado por citoplasma basófilo, sendo a parte apical dele voltada para o lúmen do ácino, preenchido por grânulos de secreção ( zimogênio) contendo proenzimas, cujo número diminui após uma refeição. Na parte basal a MP tem receptores para a CCK e para a ACh liberado pelas fibras parassimpáticas pós-ganglionares. Os grânulos de zimogênio podem liberar seu conteúdo individualmente, ou muitas vesículas secretoras podem se fundir umas as outras, formando um canal que parte do citoplasma apical para o lúmen do ácino. ❖ O sistema de ductos do pâncreas inicia-se no centro de cada ácino, com o surgimento dos ductos intercalares, cujas porções iniciais são constituídas de células centroacinosas claras e cuboides baixas. Tanto as células centroacinosas como os ductos intercalares possuem receptores na sua membrana plasmática basal para o hormônio secretina e possivelmente para a ACh, liberada pelas fibras parassimpáticas pós-ganglionares. Os ductos intercalares se unem aos ductos intralobulares, convergindo para formarem os ductos interlobulares envolvidos por uma quantidade considerável de TC e liberam seu conteúdo do ducto pancreático principal se unindo ao ducto biliar comum antes de abrir-se no duodeno na Papila de Vater. HISTOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO As células acinosas serosas produzem e liberam enzimas digestivas e as células centroacinosas e as células dos ductos intercalares liberam uma solução tamponante rica em HCO3-. As céls acinosas do pâncreas exócrino produzem, armazenam e liberam um grande número de enzimas como: amilase pancreática, lipase pancreática, ribonuclease, DNase e as proenzimas tripsinogênio, quimiotripsinogênio, procarboxipeptidase e pro elastase, além de inibidor de tripsina. As células centroacinosas e os ductos intercalares produzem um líquido seroso alcalino, rico em HCO3-, que neutraliza e tampona o quimo ácido que chega ao duodeno proveniente da região pilórica do estômago. O fluido é pobre em enzimas e a liberação é induzida pelo hormônio secretina, produzindo pelas céls enteroendócrinas do intestino delgado em associação com ACh, liberada pelas fibras parassimpáticas pósganglionares. O mecanismo admitido para a secreção de íons HCO3- é que ele seja facilitado pela enzima anidrase carbônica, que catalisa a formação H2CO3 a partir da H20 do CO2, sendo que no citosol, o H2CO3 se dissocia 1

formando H+ e HCO3- é ativamente transportado para o lúmen do ducto, enquanto o íon de hidrogênio é transportado para os elementos do TC. ➔ Correlações clínicas: Ocasionalmente, as enzimas digestivas pancreáticas tornam-se ativas no citoplasma das células acinosas, resultando em pancreatite aguda, frequentemente fatal, envolvendo uma reação inflamatória, necrose dos vasos sanguíneos, proteólise do parênquima pancreático, e destruição enzimática das células adiposas não somente no pâncreas, mas também na região em torno dele na cavidade abdominal. Já o câncer do pâncreas é a quinta causa de mortalidade entre todos os cânceres, sendo os homens mais susceptíveis que as mulheres e os fumantes tem um risco de 70% maior de desenvolvimento câncer pancreático que os não tabagistas. PÂNCREAS ENDÓCRINO É constituído de agregados esféricos de células, conhecidos como ilhotas de Langerhans que estão dispersos entre os ácinos serosos. Cada ilhota é um conglomerado esférico, ricamente vascularizado, sendo que um número um pouco maior de ilhotas está presente na cauda, cercada por fibras reticulares, que penetram na ilhota envolvendo a rede de capilares que a permeia. 5 tipos celulares constituem o parênquima de cada ilhota de Langerhans: células betas, células alfas, células delta (células D e D1), células PP (produtoras do polipeptídio pancreático) e células G (produtores de gastrina). HISTOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO As células das ilhotas de Langerhans produzem insulina, glucagon, somatostatina, gastrina e polipeptídeo pancreático. ➔ Correlação clínica: Síndrome de VernerMorrison (cólera pancreática) caracterizada por uma diarreia líquida intensa que resulta em hipocalemia e hipocloridria. Ela é causada pela produção e liberação excessivas de peptídeo intestinal vasoativo devido ao adenoma de células D1 que produzem este hormônio. Frequentemente, os tumores de células D1 são malignos. FÍGADO Pesa em 1,5kg e é a maior glândula do corpo, localizado no QSD da cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma, subdividido em 4 lobos- direito, esquerdo, quadrado e caudado- dois quais os dois primeiros constituem sua maior parte. Ele possui funções endócrinas e exócrinas, entretanto, ao contrário do pâncreas, a mesma célula no fígado (o hepatócito) é responsável pela formação da bile e pela formação de seus numerosos produtos endócrinos, além disso, os hepatócitos convertem substâncias nocivas em materiais não tóxicos que são excretados na bile.

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ESTRUTURA HEPÁTICA GERAL E SUPRIMENTO VASCULAR A face inferior e côncava do fígado contém a porta do fígado, através da qual a veia porta, a artéria hepática traz sangue para o fígado e através da qual os ductos biliares drenam a bile do fígado. Com exceção da área nua, o fígado é completamente envolvido pelo peritônio, que forma um epitélio simples pavimentoso por sobre a cápsula de TC denso não modelado ( cápsula de Glisson) é fracamente presa ao longo de toda a circunferência do fígado, exceto na porta do fígado, onde ela penetra no fígado formando um conduto para os vasos sanguíneos e linfáticos e para ductos biliares, sendo o fígado incomum, pois seus elementos de TC são escassos, logo a maioria do fígado é formado por hepatócitos. A superfície superior do fígado é convexa, enquanto sua região inferior possui uma endentação semelhante a um hilo, a porta do fígado, já que ele possui um duplo suprimento sanguíneo, recebendo sangue oxigenado da a. hepática esquerda ou direita, e sangue rico em nutrientes através da veia porta (75%), os dois vasos hepáticos entram na porta do fígado. O sangue sai do fígado pela região posterior do órgão através das veias hepáticas, que lançam seu conteúdo na veia cava inferior. A bile também sai do fígado pela porta do fígado através dos ductos hepáticos direito e esquerdo, para ser lançada na vesícula biliar para a concentração e armazenamento. Todos os nutrientes exceto quilomícrons e lipídios com menos de 12C absorvidos no trato digestivo são transportados diretamente para este órgão através da veia porta, além disso, o sangue rico em ferro, proveniente do baço, é dirigido, através da veia porta, diretamente ao fígado para processamento. A maior parte do material nutritivo levado ao fígado é convertida pelos hepatócitos em produtos de armazenamento, como o glicogênio. Eles são arranjados em lóbulos hexagonais (lóbulos hepáticos clássicos) são claramente demarcados por delgados septos conjuntivos e por áreas de tecido conjuntivo (tratos portais ou espaços porta) em animais, porém em humanos há uma escassez de TC e da disposição muito próxima dos lóbulos, sendo possível somente ter uma ideia aproximada dos limites dos lóbulos clássicos. Nos locais onde 3 lóbulos entram em contato uns com os outros, os elementos do tecido conjuntivo são mais abundantes, e estas regiões são conhecidas como espaços porta ou tratos portais contendo vaso linfáticos, delicados ramos da artéria hepática, ramos da veia porta e os ductos biliares interlobulares (epitélio simples cúbico). Os espaços porta estão isolados do parênquima hepático pela placa limitante, uma estreita faixa periférica de hepatócitos modificados. Um estreito espaço, o espaço de Moll, separa a placa limitante do TC dos septos e dos espaços porta. Geralmente 3 espaços porta são distribuídos em um corte aleatório, em que ao longo de toda a extensão de cada a. hepática origina-se arteríolas distribuidoras que seguem em direção aos espaços porta vizinhos por entre arteríolas semelhantes. Cada distribuidora se ramifica em vasos menores chamados de arteríolas de entrada. Além disso, os ductos biliares interlobulares são circundados por um plexo vascular peribiliar, em que as vênulas são de 2 tamanhos: as maiores também chamadas de distribuidoras e as menores, também chamada de vênulas de entrada. O eixo longitudinal de ada lóbulo hepático clássico é ocupado pela veia centrolobular, tributária inicial da veia hepática, em que os hepatócitos irradiam como raios de uma roda a partir dela, formando placas fenestradas anastomosadas, separadas por espaços vasculares que são sinusoides hepáticos. Tanto as arteríolas como vênulas de entrada e ramos de plexo peribiliar perfuram a placa limitante para se unir aos sinusoides, em que o sangue flui lentamente dirigindo-se a veia centrolobular. Como tem somente uma veia centrolobular em cada lóbulo, ela vai receber sangue de todos os sinusoides e seu diâmetro aumenta a medida que ela avança através dele, sendo que quando as veias saem dos seus respectivos lóbulos, elas terminam na veias sublobulares, que depois se unem umas às outras para formar as veias coletoras que depois formam as veias hepáticas direita e esquerda. 3 CONCEITOS DE LÓBULOS HEPÁTICOS 3

São eles: ➔ Lóbulos hepáticos clássicos: o primeiro a ser definido histologicamente pela organização do TC do fígado do porco. Nesse, o sangue flui da periferia para o centro do lóbulo (veia centrolobular), em que a bile entra nos pequenos espaços entre os hepatócitos chamados de canalículos biliares, fluindo para a periferia do lóbulo (ductos biliares interlobulares dos espaços porta). ➔ Lóbulos portais: é definido como a região triangular cujo centro é o espaço porta e cuja periferia é limitada pelas linhas retas imaginárias que unem as 3 veias centrolobulares, formando 3 ápices de um triângulo. Ele foi criado pois o conceito de uma secreção exócrina fluindo para a periferia por apenas uma veia não era consistente, como nos lóbulos clássicos. ➔ Ácinos hepáticos (Ácinos de Rappaport): Esse foi baseado no fluxo da arteríola distribuidora e sobre a ordem na qual os hepatócitos degeneram após agressões tóxicas ou hipóxias. Este lóbulo ovoide ou em diamante é visualizado com 3 regiões concêntricas mal definidas de parênquima hepático que circunda a artéria distribuidora em posição centrolobular. SINUSOIDES HEPÁTICOS E PLACAS DE HEPATÓCITOS Placas de células hepáticas delimitam espaços vasculares entre elas que são revestidos por células endoteliais. Os espaços vasculares são conhecidos como sinusoides hepáticos. As placas de hepatócitos que se anastomosam tem estrutura de 2 células de espessura até os 7 anos de idade e uma célula de espessura a partir disso, irradiando-se a partir da veia centrolobular em direção a periferia do lóbulo clássico. O espaço entre elas é ocupado por sinusoides e o sangue é impedido de entrar em contato com os hepatócitos neste caminho graças a um revestimento endotelial feito pelas células de revestimento sinusoidal, porém como elas não fazem contato uma com a outra e também possuem fenestras chamadas de placas de peneira, as substâncias ( partículas menores que 0,5 um) podem deixar o lúmen com facilidade. Macrófagos residentes conhecidos como células de Kupffer, estão associados a estas células dos sinusoides e como eles não estabelecem junções intercelulares com as células vizinhas, tem-se sugerido que eles podem ser fagócitos migrativos. ➔ Espaço Perissinusoidal de Disse: é o espaço estreito entre a placa de hepatócitos e as céls dos sinusoides, sendo que o plasma que extravasa pelos sinusoides tem acesso livre a este espaço. Os microvilos dos hepatócitos ocupam grande parte do espaço de Disse; a extensa área da superfície dos microvilos facilita a troca de materiais entre a circulação sanguínea e os hepatócitos. Os hepatócitos não entram em contato com a circulação sanguínea; em vez disso, o espaço de Disse age como um compartimento intermediário entre eles. ➔ Embora o espaço perisinusoidal tenha fibras colágenas do tipo III (reticulares) que vão suportar os sinusoides, assim como uma quantidade limitada de colágeno Tipo I e tipo IV, uma lâmina basal está ausente. Pode-se achar ainda fibras amielínicas e células hepáticas estreladas (céls de Ito /céls armazenadoras de lipídios), que armazenam vit. A, produzem colágeno tipo III e secretam fatores de crescimento para os novos hepatócitos, além de formar TC fibroso substituindo os hepatócitos danificados por toxinas. Adicional a isso, tem as pits cells (semelhante a linfócitos) que vão apresentar pseudópodes e grânulos citoplasmáticos nos ratos, acreditando-se que seja as naturais killers em fígado humano. DUCTOS HEPÁTICOS 4

É constituído de colangíolos, canais de Hering e ductos biliares que conduzem a ductos cada vez maiores e terminam nos ductos hepáticos direito e esquerdo. À medida que estes canalículos biliares chegam à periferia dos lóbulos clássicos, eles se fundem com colangíolos, curtos túbulos constituídos de uma combinação de hepatócitos, células cuboides baixas, e ocasionais células ovais. A bile dos colangíolos entra nos canais de Hering, delgadas ramificações dos ductos biliares interlobulares que se irradiam paralelamente às arteríolas e vênulas de entrada. Os ductos biliares interlobulares se unem para formar condutos cada vez maiores, que acabam por se unir para formar o ducto hepático direito e o ducto hepático esquerdo. Grande parte das células dos canais de Hering é constituída de células cuboides baixas, mas interpostas entre elas estão algumas células cuboides que são capazes de proliferação. A progênie destas células ovais pode dar origem às células cuboides do sistema de ductos biliares, assim como a hepatócitos. As células epiteliais cuboides dos colangíolos, canais de Hering e ductos biliares interlobulares secretam um fluido rico em bicarbonato semelhante àquele produzido pelo sistema de ductos do pâncreas. A formação e a liberação deste tampão alcalino são controladas pelo hormônio secretina, produzido por células do sistema neuroendócrino difuso (SNED) do duodeno. ➔ Hepatócitos : são células poligonais, com cerca de cinco a 12 faces e com aproximadamente 20 a 30 um de diâmetro, que estão bem próximas umas às outras formando placas anastomosadas, com uma a duas células de espessura e que exibem variações em suas propriedades estruturais, histoquímicas e bioquímicas, dependendo de sua localização nos lóbulos hepáticos. DOMÍNIOS DA MP DOS HEPATÓCITOS As membranas plasmáticas dos hepatócitos são consideradas como tendo dois domínios: lateral e sinusoidal. Os hepatócitos estão organizados de tal maneira que cada célula não somente entra em contato com outros hepatócitos, mas também faz limite com um espaço de Disse. ➔ Domínios Laterais; são responsáveis pela formação dos canalículos biliares que são canais que conduzem a bile por entre os hepatócitos para a periferia do lóbulo hepático clássico, sendo que o vazamento da bile é impedido pela formação de zônulas de oclusão entre hepatócitos contíguos, isolando estes condutos do restante do espaço extracelular. Microvilos curtos e abaulados se projetam dos hepatócitos para dentro dos canalículos biliares, desta forma aumentando as áreas de superfície através das quais a bile será secretada. Os eixos de actina destes microvilos se misturam com a espessa rede de actina e filamentos intermediários que reforçam a região da membrana plasmática do hepatócito, que participa da formação dos canalículos biliares. As membranas plasmáticas que formam as paredes dos canalículos biliares mostram altos níveis de atividade de Na+, K+-ATPase e da enzima adenilatociclase. Os domínios laterais também possuem junções comunicantes isoladas, através das quais os hepatócitos podem se comunicar entre si. ➔ Domínios Sinusoidais: formam microvilos que se projetam para o espaço perissinusoidal de disse, aumentando assim a área de superfície, facilitando a troca de materiais entre o hepatócito e o plasma no espaço perissinusoidal. A MP é rica em receptores de manose-6-fosfato, Na+, K+-ATPase e adenilatociclase, porque é nela que as secreções endócrinas do hepatócito são lançadas e entram no sangue sinusoidal, e que o material levado pela corrente sanguínea é transportado para o interior do citoplasma do hepatócito. ❖ Organelas e Inclusões dos Hepatócitos: Os hepatócitos são células grandes e ricas em organelas que produzem a secreção exócrina da bile assim como um grande número de secreções endócrinas. Além disso, estas células podem desempenhar uma grande quantidade de funções metabólicas. Eles produzem a bile primária, que é modificada pelas células do revestimento epitelial dos ductos biliares e da vesícula biliar e se torna a bile. Aproximadamente 75% dos hepatócitos possuem um único núcleo, e o restante possui dois núcleos. Os núcleos variam de tamanho, sendo que os menores (50% dos núcleos) se configuram como diploides, e os maiores, sendo poliploides, apresentam os maiores núcleos, chegando a 64 N. Eles também sintetizam ativamente as proteínas para seu próprio uso assim como para a exportação. Portanto, eles possuem abundantes ribossomos livres, REG, e aparelho de Golgi. Por conta da necessidade de energia deles, cada um tem mais de 2 mil mitocôndrias, sendo que os que estão próximos da veia centrolobular (zona 3 do ácino hepático) possuem quase o dobro de 5

mitocôndrias, embora sejam consideravelmente menores que as mitocôndrias dos hepatócitos da área periportal (zona 1 do ácino hepático). Os hepatócitos também possuem uma grande quantidade de endossomas, lisossomas e peroxissomas. A quantidade de retículo endoplasmático liso (REL) deles varia não somente com a região, mas também com a função. As células na zona 3 do ácino hepático são muito mais ricas em REL que aquelas da área periportal. Além disso, a presença de certas drogas e toxinas no sangue induz o aumento do conteúdo de REL dos hepatócitos, porque a detoxificação ocorre dentro das cisternas desta organela. Eles também contêm quantidades grandes de gotículas lipídicas e de glicogênio, sendo que as gotículas lipídicas são, em sua maioria, lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDLs) e são especialmente proeminentes após o consumo de uma refeição gordurosa. Já os depósitos de glicogênio estão presentes como acúmulos de grânulos elétron-densos conhecidos como partículas β, localizados nas imediações do REL. A distribuição de glicogênio varia de acordo com a localização do hepatócito. Hepatócitos vizinhos aos espaços porta (zona 1 do ácino hepático) apresentam um grande acúmulo de partículas β circundadas pelo REL, enquanto as hepatócitos periféricas às veias centrolobulares (zona 3 do ácino hepático) mostram depósitos difusos de glicogênio. O número destas partículas varia de acordo com a dieta do indivíduo. Elas são abundantes após a alimentação e ocorrem em menor número durante o jejum. HISTOFISIOLOGIA DO FÍGADO É um órgão que pode exercer até 100 funções diferentes, em sua maioria desempenhadas pelos hepatócitos que metabolizam os produtos finais da absorção do trato alimentar, os armazenam como produtos de inclusões e os liberam em respostas a sinais hormonais e nervosos, além de detoxificar drogas e toxinas e transferir...


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