História do Ceará 1 - Anotações de aula 4 PDF

Title História do Ceará 1 - Anotações de aula 4
Author Felipe Criciúma
Course Historia do Ceara I
Institution Universidade Estadual do Ceará
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Aula de história do Ceará - curso de história....


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Silva, Marilda Santana da. Ceará colonial, memória e o Instituto Histórico. Caderno de resumos & Anais do 6° Seminário Brasileiro de História da Historiografia – O giro-linguístico e a historiografia: balanço e perspectivas. Ouro Preto: EDUFOP, 2012. Página Parágrafo Citação 01 01 “O Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceara, criado e, 1887, teve como sócio fundador e presidente o doutor em medicina Guilherme Chamby Stuart. Nascido em Fortaleza no ano de 1856, filho primogênito do primeiro 1° Vice-Cônsul britânico do Ceara, John William Stuart e de uma cearense Leonísia de Castro Stuart, Guilherme Stuart estudou os primeiros anos, em Fortaleza, sua terra nata e formou-se em medicina, na Bahia, as 21 anos. Guilherme Stuart foi arquivista laborioso e sistemático, adotando um método histórico muito peculiar, desenvolvido numa época em que a pesquisa histórica era realizada por médicos, profissional liberais e autodidata. Guilherme Stuart redigiu incansavelmente cerca de 150 trabalhos sobre Historia e Geografia voltados para o Ceará.” 02 01 “Sabe-se que a ‘operação histórica’, isto é, aas escolhas metodológicas e as influências teóricas, por vezes, são realizadas a partir do lugar social, político e cultural que o autor está circunscrito. Nesta perspectiva, o barão de Stuart conseguiu fazer o Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará um exemplo relevante do trabalho pioneiro de pesquisa sobre o Ceará colonial, e conseguiu, por quase 40 anos, reunir vastíssimos documentos, fontes e mapas do Ceará colonial, e congregou ao seu redor, inúmeros pesquisadores e estudiosos ansiosos pela ‘reconstrução do passado histórico cearense e a valorização da memória.” 03 03 “... Guilherme Stuart foi um dos mais ativos intelectuais do Ceará no alvorecer do século XX. A sua biografia além de ser muito rica, devido ao fato do mesmo ter atuado em vários campos dos saberes e de formas distintas, sua obra é um legado valioso. Stuart foi bem integrado a múltiplas redes de sociabilidade, sendo escritor de obras diversas dirigidas a públicos distintos. Estas suas particularidades são muito relevantes, sobre tudo porque no período histórico em que viveu as fronteiras entre a história, a geografia e as outras ciências naturais e o campo político eram muito fluidos, conferindo ao barão de Stuart ser reconhecido pelos seus próprios pares contemporâneos a ele como intelectual bem sucedido.” 04 02 “Imerso no pensamento social de fins do século XIX esquiva-se em emitir conceitos, interpretações e juízos próprios no trato com as fontes.” 04 03 “Com esta concepção epistomólogica da história Stuart publicou em fins do século XIX, mais especificamente em 1896, sua segunda obre histórica de grande envergadura intitulada Datas e Factos Para a História do Ceará. Esta obra é um exemplo de preciosismo

do barão. Imbuído na tarefa árdua de pesquisar, catalogar, e organizar documentos dos mais remotos tempos da colonização do território do Ceara, Stuart deixou para a futura geração de historiadores cearenses, especialmente aqueles voltados para o período colonial, esta volumosa obra de Historia factual.” 05 01 “A escrita histórica do Instituto do Ceará, especialmente aquela produzida pelo barão de Stuart e seus contemporâneos, nesta fase pioneira, buscava, assim, um passado glorioso e ontológico para o Ceará, acreditando poder trazê-lo à tona em sua totalidade. A interpretação e o tempo histórico compartilhada por ele e outros membros do Instituto ao analisar as fontes acabavam por considera-las além de verossímeis, intocáveis, como se pudesse analisar a realidade do objeto de maneira integral.” 06 01 “...Ele e os seus colegas de ofício, membros e escritores do Instituto Histórico do Ceará, foram responsáveis por criar uma memória histórica que privilegia a escrita dos eventos políticos e a implantação do sistema administrativo lusitano na capitania, que dava ênfase aos mais remotos tempos da colonização do território.” 06 02 “Na pesquisa arquivística efetuada em Lisboa, por exemplo, Stuart transcreveu um ofício emitido pela Coroa portuguesa, datado de 04 de janeiro de 1621 sobre o ordenado a ser pago para o cargo do primeiro capitão-mor da capitania do Ceará, Martim Soares Moreno. Este documento foi considerado por um atua membro do Instituto Histórico do Ceará como um dos marcos iniciais da presença portuguesa no território cearense.” 07 03 “uma das maiores dificuldades enfrentadas por Martim Soares Moreno no seus governo para administrar o território do Ceará foi a própria dependência administrativa e política do Estado do Maranhão. Isto pode ser corroborado ao analisar um ofício enviado por Martim Soares Moreno à Coroa portuguesa, datado de 9 de julho de 1659, que o mesmo alegava ter tido dificuldades para administrar o Ceará prestando obediência ao maranhão, devido ao fato a difícil navegação marítima entre a costa do Ceará e o Maranhão.” 08 01 “A produção historiográfica sobre o Ceará colonial, desde os estudos históricos e antropológicos pioneiros sobre a variedade étnica dos aborígenes que ocupavam o território, as pesquisas sobre o Ceará holandês e mesmo as estudos sobre o Ceará da ‘época do Couro’, tão bem documentado por Capistrano de Abreu, não se restringemapenas ás contribuições históricas do fundador e sócio do Instituto Histórico do Ceará, Guilherme Stuart e seus contemporâneos, membros do Instituto e interlocutores. Após o período áureo de recolhimento e catalogação histórica empreendida pelo barão de Stuart em vários arquivos de bibliotecas no Brasil e no exterior, o seu próprio filho Carlos Stuart, no período compreendido entre 1928 e 1942, realizou estudos sistemáticos sobre o Ceará nos séculos XVII e XVIII.” 08 02 “Stuart Filho retomou controversos sobre o Ceará holandês e argumentou que não houve

uma participação efetiva do mesmo na formação étnica cearense.” 09 02 “Vê-se, assim, que no Ceará os estudos históricos sobre o período colonial iniciaram-se em 1887 com a criação do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológicos, sendo este o lócus privilegiado do trabalho de pesquisa no Estado e continuaram, na sua segunda fase, com o predomínio da escrita de síntese factuais históricas. A historia voltava-se para construções de narrativas vinculadas às fontes, sendo praticamente um espelhamento das mesmas.”

Farias Airton de. História do Ceará. 6° ed. ver. e ampl. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012, (Cap. 1-A Invasão). Página Parágrafo Citação 19 01 “Em 1500, na visão tradicional, teria ocorrido o ‘descobrimento’ do Brasil. O fato, entretanto, pelo menos a princípio, não teve muita repercussão entre os europeus, pois nos 30 anos posteriores à chegada de Pedro Álvares Cabral, no chamado, período pré-colonial 9153030), o país ficou praticamente esquecido por Portugal.” 19 03 “Foi somente a partir de 1530 que Portugal decidiu, definitivamente, colonizar a terra_ almejava assim não só evitar perder a posse do Brasil para outros povos (principalmente franceses), que com frequência invadiam a colônia, mas também tornar esta economicamente viável, uma vez que o comércio com o Oriente perdia sua lucratividade.” 20 01 “O motivo principal do atraso na ocupação, contudo, foi a falta de grandes atrativos econômicos_ apesar de o europeu de inicio limitar sua presença praticamente ao litoral. O Ceará não dispunha de ouro ou prata, seus solos não serviam para o plantio em larga escala de cana-de-açúcar, não tinha especiarias e suas riquezas (âmbar, algodão nativo, pimenta malagueta, as, pau-violeta, macacos e papagaios) não despertavam, com intensidade, as cobiça da metrópole, uma nação mercantilista, voltada essencialmente para o acúmulo de metais preciosos e lucros com a apropriação ou produção de bens demandados pelo mercado europeu. Além disso, a rentável produção açucareira na Bahia e, sobretudo, em Pernambuco, desestimulava esforços para a colonização de outras áreas do Brasil.” 20 04 “O espanhol Vicente Yañez Pinzón, experiente navegador e companheiro de Cristóvão Colombo na viagem de descobrimento da América em 1492, teria, em fins de janeiro ou início de fevereiro do ano de 1500, atingido o Ceará num cabo ao qual chamou de Santa Maria de la Consolacion (que seria hoje Ponta Grossa, no município de Icapuí) visitando em seguida uma outra área onde cravou uma cruz que dias depois seria encontrada por um outro navegador espanhol, Diogo de Lepe, que chamou a região de Rostro Hermoso (que hoje corresponderia ao atual Mucuripe, em Fortaleza).”

21 01 “Foi nesse momento que se começou, ou melhor, tentou se começar a colonização do litoral cearense. As razões para tanto foram de ordem militar e estratégica. Ocupar-se-ia a terra visando garantir a posse portuguesa e consequente defesa da capitania contra estrangeiros, especialmente as franceses, que ameaçavam os domínios lusos aos norte _ já tinham até conquistado o Maranhão naquele momento.” 21 02 “Em 1603 houve a primeira tentativa de colonização do Ceará, com o açorino Pero Coelho de Sousa” 21 06 “Contudo, sofrendo os efeitos da pesada seca de 1605 a 1607 (a primeira registrada pela historiografia local), abandonado por vários de seus homens, não recebendo a ajuda prometida pelo governo-gera e acossado pelos indígenas, Pero Coelho se viu obrigado a retirar-se do Siará, em dolorosa marcha, na qual pereceram de fome e sede alguns soldados dos e seu filho mais velho.” 21 07 “Dirigindo-se ao Forte dos Reis Magos (Natal), no Rio Grande d Norte, e depois à Paraíba e Portugal, Pero Coelho morreu pobremente em Lisboa, após demorada questão judicial, na qual foi malsucedido, uma vez que não recebera autorização do governos para escravizar ´índios no Ceará. Fracassava, assim, a tentativa pioneira de colonizar Siará Grande.” 22 01 “Diante disso, em vez de arriscar o envio de uma força militar insuficiente e incapaz de resistir aos nativos, optou a Coroa por mandar uma missão jesuítica. Assim eram atendidos interesses o Estado e da Igreja: convertiam-se os índios ao catolicismo, ao mesmo tempo, convenciam-nos a aceitar a presença portuguesa, afastando-os da influência inimiga. Os religiosos escolhidos para esta missão foram os padres Francisco Pinto e Luiz Figueiras.” 22 04 “Figueiras, todavia, não foi muito feliz no relacionamento com os nativos brasileiros. Anos depois, em 1643, vítima de um naufrágio na ilha de Marajó, foi morto e devorado pelos índios aruãs.” 22 05 “O insucesso da missão jesuítica evidenciou mais uma vez a necessidade de apoio soa índios para facilitar a ocupação da terra. Optou-se, então, por enviar alguém de bom relacionamento com eles em mais uma tentativa de colonização: Martim Soares Moreno, que para muitos historiadores tradicionalistas teria sido o grande conquistador do Siará.” 23 02 “Em 1613, foi convocado para combater a França Equinocial, no Maranhão, ao lado de Jerônimo de Albuquerque, que já havia se destacado na conquista do Rio Grande do Norte.” 23 04

“Após vários incidentes e desventuras, Moreno voltou ao Ceará definitivamente em 1621, agora como capitão-mor, título outorgado pela Coroa em virtude dos serviços prestados_ para convencer as autoridades portuguesas sobre tais ‘serviços’, o aventureiro chegou a escrever a chamada Relação do Ceará, outo importante documento colonial sobre a terra cearense.” 23 05 “... os apelos de Martim Soares Moreno às autoridades lusas no sentido de obter ajuda para viabilizar a colonização. Tudo em vão. Em 1631, terminado seu período de dez anos como capitão-mor e cansado com a falta de respeito e pouca atenção da metrópole, retirou-se definitivamente do Ceará_ o comando do forte ficou a cargo seu sobrinho, Domingos da Veiga. Moreno foi para Pernambuco combater os holandeses, que então ocupavam o norte do Brasil não se sabe quando faleceu, mas certo é que não mais retornou ao Ceará.” 24 01 “Entre 1630 e 1654, os holandeses dominaram o nordeste brasileiro. Seus objetivos, formulados pela companhia das Índia Ocidentais, eram, sobretudo, de controlar a região produtora de cana-de-açúcar, além de, logicamente, explorar a terra em busca de outras riquezas.” 24 04 “Os indígenas, astutamente, buscaram essa aliança com os holandeses como uma tática para manterem suas terras e se verem livres dos opressores portugueses ou por acreditarem na fama de que os flamengos eram mais amigos e menos brutais em relação à escravidão dos nativos.” 24 07 “... Os holandeses, contudo, logo perceberam a existência de poucos atrativos econômicos na terra, ainda que se tenha explorado áreas salineiras, usando e explorando pesadamente a mão de obra indígena. Nativos do Ceará foram arregimentados como combatentes pelos holandeses para a conquista do maranhão em 1641, enquanto outros foram escravizados e vendidos.” 24 009 “Cinco anos depois, em 1649, os holandeses voltam ao Ceará, agora sob o comando de Mathias Beck. Essa segunda incursão dava-se num momento de decadência do domínio flamengo no nordeste.” 25 01 “Mathias Beck buscou fazer paz com os índios, dando-lhes muitos presentes, afinal os nativos eram a maioria absoluta no Ceará e nada de efetivo seria possível na terra sem o apoio deles.” 27 01 “Por fim, conforme de acordo com o acordo de rendição entre flamengos e lusitanos, em 1º de junho de 1654, Beck e seus homens evacuaram pacificamente o Ceará. Ao mesmo tempo, os portugueses, através de um novo capitão-mor, Álvaro de Azevedo Barreto, retomam a colonização.”

27 02 “Em 1656, O Ceará foi desligado do Estado de Maranhão ao qual estivera sujeito desde 1621. Passou a se subordinar a Pernambuco, situação que se manteria por 143 anos, ate 799, quando se tornou capitania autônoma.”

Universidade Estadual do Ceará Rianne Bruna Barbosa Brasil 2° semestre - História História do Ceará I Prof. Dr. Marcos Diniz

Fortaleza-Ce 2016...


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