Observação Psicológica e Relatório PDF

Title Observação Psicológica e Relatório
Course Psicoterapia Breve
Institution Universidade do Estado da Bahia
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Prova pautada em Observação Psicológica....


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ATIVIDADE PRÁTICA SOBRE OBSERVAÇÃO PSICOLÓGICA: RELATÓRIO LUANA PCHEVUZINSKE

ATIVIDADE PRÁTICA SOBRE OBSERVAÇÃO PSICOLÓGICA: RELATÓRIO

Relatório apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Avaliação Psicológica I, no Curso de Psicologia, Profa. Cecilia Spinola.

SALVADOR, 2016

Sumário

1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações sobre os métodos de observação 2 REGISTRO DA CONDUTA 2.1 Observação Vulgar 2.1.1 Críticas referentes 2.2 Observação Assistemática 2.2.1 Críticas referentes 2.3 Observação Sistemática 2.3.1 Críticas referentes 3 CONCLUSÃO 3.1 Considerações sobre as observações 4 BIBLIOGRAFIA

1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como finalidade expor uma atividade prática realizada na instituição de ensino Universidade Salvador, como parte integrante da nota do curso de Psicologia, 2016.2. A atividade em questão foi construída afim de complementar os conhecimentos sobre a observação vulgar, assistemática e posteriormente, sistemática. Assim sendo, cada grupo de dois alunos realizou a experiência a partir de instruções da docente Cecília Spinola. A experiência relatada no presente trabalho foi por nós realizada com o objetivo de ser usada como material de estudo tanto aos procedimentos como seus resultados.

1.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MÉTODOS DE OBSERVAÇÃO

No campo do saber científico, a opção escolhida do método a ser utilizado pelo pesquisador está vinculada ao fenômeno tomado como objeto de estudo. Na área da Psicologia, uma das opções metodológicas diz respeito ao método observacional. Esse método mostra-se relevante especialmente para entender o que o indivíduo em questão faz e sob que circunstâncias (Danna & Matos, 2006), e nos estudos que envolvem interações humanas, visto haver situações que dificilmente poderiam ser captadas ou apreendidas de outra forma (Dessen & Murta, 1997; Kreppner, 2001). Na década de 1940, com a ênfase no estudo do comportamento observável influenciado pela corrente behaviorista, a observação era tida como uma técnica complementar à experimentação (Z. M. M. Alves, 1998), tendo sido considerada como de menor valor devido à interferência do observador no meio pesquisado, o que acarretaria a perda do rigor científico e da objetividade do estudo (Dessen & Murta, 1997; Kreppner, 2001). Para Dessen e Borges (1998), contudo, os últimos anos vêm mostrando um crescente interesse pela utilização de estratégias observacionais, tanto para a coleta de dados quanto para a avaliação psicológica e construção de instrumentos de medida de comportamentos. O presente dilema sobre o método de observação é a modificação do comportamento do sujeito observado justamente pela presença do observador, o que tiraria a credibilidade do estudo, que teria como principal objetivo a análise do comportamento natural e sem interferências externas. Visto isso, pode-se categorizar o método de observação em duas vertentes: a observação informal ou vulgar e a observação formal ou científica. (Danna e Matos, 1986) Na observação vulgar, além de não haver nenhum tipo de controle de variáveis, trata-se de uma observação leiga, sem formulação de hipóteses. Já na observação formal ou científica, esta pode ser de caráter estruturado (sistemática ou assistemática), varia de acordo com o local onde é realizada a experiência (in loco ou laboratório), interferência de atitude do observador (participante ou não participante) e em questão de número de observadores

presentes (individual ou em equipe). A observação informal de situações cotidianas é diferente da observação científica, pois a última possui finalidade conhecida, descrita através das hipóteses e objetivos traçados previamente (Danna & Matos, 2006) e que é atentamente buscada (Ferreira & Mousquer, 2004). Além disso, na observação científica, há um amplo controle de variáveis que possam vir a influenciar no comportamento do indivíduo em observação. O ambiente controlado, como o laboratório, permite melhor administração de fatores a que o sujeito será exposto. Os autores Moser e Amorim (1998) salientam que a importância da observação e do registro sistemático do comportamento está no quanto a sociedade pode tirar estudos proveitosos com a descrição minuciosa do comportamento, pois ela permite que profissionais de diferentes áreas possam se comunicar, em suas diferentes perspectivas, acerca de um mesmo fenômeno observado a partir de suas principais características. Um exemplo desse fato é a elaboração do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM), criado pela associação Norte-americana de Psiquiatria, em 1952. A esse respeito, convém salientar que o aprimoramento da técnica confere maior credibilidade à observação, uma vez que, quando se levantam estas discussões, pressupõe-se que os pesquisadores saibam destas limitações. Exatamente por isso são feitas contextualizações da situação, estudos bibliográficos e muitas vezes observações mais amplas e qualitativas, na tentativa de sanar estes comprometimentos e realizar estudos seguramente científicos. Nesse sentido, o primeiro passo para que o conhecimento seja produzido em bases férteis e confiáveis deve ser o entendimento da história, da importância, vantagens e limitações que um método oferece, para que a pesquisa tenha validade e possa ser utilizada devidamente na construção de novos saberes (Cano e Sampaio, 2007).

2 REGISTRO DE CONDUTA

2.1 Observação Vulgar Os estudos aqui presentes tratam-se de observações in loco, ou seja, na vida real, sem o controle de variáveis; não participante, onde não há interação entre o observador e o sujeito em observação e feita em equipe de duas pessoas, Observador 1 e Observador 2. A observação vulgar pauta-se na coleta de dados de forma leiga sobre o comportamento, sem formulação de hipóteses.

Biblioteca, Universidade Salvador, 30 de Agosto de 2016. Início da observação: 07:45 Término da observação: 08:15

Observador 1 “Senhora de, em média, 50 anos. A senhora está sentada com seu grupo, aparentemente estudando. É a mais velha entre as seis mulheres. Levanta-se, vai em direção a área interna pegar um livro, porém apenas duas vão com ela. Parece determinada e sorridente. Aguarda o livro ser computado e o leva para mesa do grupo. É um livro enorme. O sujeito tem cabelos pretos ondulados no ombro, usa óculos e batom vermelho, uma presilha brilhante do lado direito, veste uma camiseta polo lilás clara com um símbolo provavelmente do curso, suéter de lã creme, calça jeans, meias e sapatilha preta. Está compartilhando ideias de como dividir o capítulo do livro que pegou. Aparenta ser a líder do grupo. Anota coisas do livro em um caderno, sua afeição é séria e parece focada. ” Observador 2 “A presente pessoa em que foi feita o estudo, encontra-se de calça preta com uma blusa lilás onde o símbolo do curso aparece estampado, porém não foi possível identifica-lo. Usa óculos de grau, uma sapatilha azul com um laço na parte da frente, tem um cabelo cacheado, possui uma pele clara, e aparentar ter por volta de 55 anos. Está sentada em uma mesa de seis lugares junto a mais quatro garotas onde

aparentemente está estudando. No primeiro momento após o começo da minha observação, a senhora junto a mais duas companheiras de estudos, foi até a parte interna da biblioteca, onde após um tempo volto com um livro. Após a sua volta para a mesa começou a explicar o conteúdo do livro para as outras garotas Por fim, começou a escrever junto as amigas o conteúdo do livro. “

presente.

2.1.1 Críticas referentes Pode-se observar que a percepção do comportamento é pautada na realidade pessoal do observador. Carrega forte teor subjetivo, como por exemplo supor que o sujeito é “sério e focado”. Não há embasamento teórico para tais afirmações, ou seja, a observação é fortemente contaminada com perspectivas pessoais. Neste caso, observar é meramente o exercício de aplicação dos sentidos fisiológicos a fim de obter informações sobre algum aspecto da realidade.

2.2 Observação Assistemática Os estudos aqui presentes tratam-se de observações in loco, ou seja, na vida real, sem o controle de variáveis; não participante, onde não há interação entre o observador e o sujeito em observação e feita em equipe de duas pessoas, Observador 1 e Observador 2. No caso da observação assistemática, define-se um comportamento de interesse, no qual os observadores devem manter foco na suposição escolhida. Comportamento de interesse: Como o porteiro recepciona os estudantes? Portaria da Torre Sul, Universidade Salvador, 06 de Setembro de 2016. Início da observação: 08:05 Término da observação: 08:35

Observador 1

“O porteiro é abordado por uma aluna sem cartão, ele passa o cartão dele com gestos suaves. Outra aluna tem problema na catraca, ele saca o cartão e passa para ela. Uma gestante pede para ele liberar a catraca, ele fez um gesto de cabeça positivo junto a um gesto de “joinha” e acena para ela. Ele fala no rádio para liberar um garoto sem cartão. Ausentou-se por cinco minutos para fazer um lanche enquanto seu colega assume a portaria. Assim que volta é abordado por três alunos, recolhe os dados de todos e passa o cartão de acesso. “ Observador 2 “O sujeito em observação é o porteiro da torre sul, onde veste o seu fardamento de trabalho, que é um terno perto com a blusa branca. Aproximaram-se duas jovens que não possuíam cartão, pediram a ele que passasse o cartão, o porteiro encaminha as meninas a sala onde elas devem passar os dados para outro indivíduo o qual liberou a passagem das garotas, opôs o ato o porteiro passou o cartão para as jovens poderem entrar na universidade. Uma jovem, não conseguiu passar o cartão pela catraca, então o porteiro passou o dele para liberar a passagem da garota. Algumas pessoas passaram com o cartão de acesso pela catraca onde o porteiro ficou analisando a entrada dos estudantes. Uma mulher grávida foi passar o cartão, e ocorreu o mesmo problema com a catraca. Após pouco tempo de observação o porteiro saiu para fazer um lanche e foi substituído por outro indivíduo. ”

2.2.1 Críticas referentes Podemos concluir que ainda há reincidência de interpretação de cunho pessoal e subjetivo, tanto na descrição da ação observada quanto na análise geral do sujeito.

2.3 Observação Sistemática Os estudos aqui presentes tratam-se de observações in loco, ou seja, na vida real, sem o controle de variáveis; neste caso, de forma participante, onde há interação entre o observador e o sujeito em observação e feita em equipe de duas pessoas, Observador 1 e Observador 2. No caso da observação sistemática, levanta-se uma hipótese e seus objetivos são descritos com clareza, permite a descrição minuciosa do comportamento, o observador se atenta as etapas de um determinado processo, ferramentas usadas e seus resultados no comportamento. Levantamento de hipótese: A atendente do Setor Financeiro deve ser capaz, utilizando do material (computador e planilhas) para ela disponíveis, de atender em média, uma pessoa em torno de 5 minutos.

Setor Financeiro, Universidade Salvador,13 de Setembro de 2016. Início da observação: 10:07 Término da observação: 10:40 Observador 1 “Me aproximo da mesa individual do sujeito observado para pedir informações sobre o adiantamento do Fies. Iniciamos um diálogo, sendo eu, Observador 1, “O” e o sujeito “S”. O – Bom dia. S – Bom dia, posso ajudar? O – Eu gostaria de saber se o adiantamento do contrato do FIES já está disponível. S – Até o momento, não. Você recebeu algum e-mail ou mensagem sobre isso? O – Ainda não, mas já estamos em meados de setembro, achei incomum. S – Normalmente o adiantamento abre antes mesmo, mas consta aqui no sistema que não abriu ainda. Não se preocupe, assim que eles liberarem o adiantamento você vai receber alguma notificação, normalmente e-mail ou SMS. O – Certo, muito obrigada. S – De nada.

O sujeito foi capaz de esclarecer minha dúvida e resolver a situação de forma clara e em torno de dois minutos). Minha dupla se dirige, cerca de quinze minutos depois até a atendente para esclarecer questões referentes à nota Salvador. O Observador 2 tem suas dúvidas esclarecidas em alguns instantes (cerca de quatro minutos). Aparentemente preenche um formulário sem que haja alguma dúvida. Observase o comportamento do sujeito, ele recebe o formulário, guarda numa pasta e o Observador 2 se retira. ” Observador 2 “Foi possível perceber que o observador 1, começou uma interação com o sujeito sobre informações referentes ao FIES. Percebeu-se que demorou cerca de 2 minutos para a dúvida ser sanada. Dirijo-me até o sujeito para esclarecer dúvidas referentes ao problema das pendencias do recurso Nota Salvador. Em cerca de quinze minutos de espera, fui chamada pela atendente e compartilhei minhas dúvidas, o sujeito com bastante clareza com me informa que existe uma pendencia da UNIFACS na justiça, e por conta disso impede que alguns meses sejam liberados, após ser esclarecido a minha dúvida, ela pede que eu preencha um requerimento para que eu seja notificada assim que a situação estiver regularizada. O padrão observado no comportamento é que o indivíduo em analise esclarece com cautela e da melhor maneira possível o jeito de sanar o problema apresentado, mostrando soluções de forma clara objetiva e com muita educação. Foi possível identificar nas duas observações realizadas que o sujeito procura respeitar o indivíduo e administrar sua função da melhor maneira possível, mostrando responsabilidade. “

4 BIBLIOGRAFIA Alves, Z. M. M. (1998). A pesquisa em psicologia – Análise de métodos e estratégias na construção de um conhecimento que se pretende científico. Em G. Romanelli & Z. M. M. Alves (Orgs.), Diálogos metodológicos sobre prática de pesquisa (pp. 135-157). Ribeirão Preto: Legis Summa. CANO, D.S, SAMPAIO, I. T. A. (2007). O Método de Observação na psicologia: Considerações sobre a produção científica. Interação em Psicologia, 2007, 11(2), p. 199-210. Danna, M. F., & Matos, M. A. (1986). Ensinando Observação: Uma introdução. São Paulo: Edicon.

Danna, M. F., & Matos, M. A. (2006). Aprendendo a observar. São Paulo: Edicon. Dessen, M. A., & Murta, S. G. (1997). A metodologia observacional na pesquisa em psicologia: Uma visão crítica. Cadernos de Psicologia, 1, 47-60. Dessen, M. A. C., & Borges, L. M. (1998). Estratégias de observação do comportamento em psicologia do desenvolvimento. Em G. Romanelli & Z. M. M. Alves (Orgs.), Diálogos metodológicos sobre prática de pesquisa (pp. 31-50). Ribeirão Preto: Legis Summa. Ferreira, V. R. T., & Mousquer, D. N. (2004). Observação em psicologia clínica. Revista de Psicologia da UnC, 2(1), 54-61. Kreppner, K. (2001). Sobre a maneira de produzir dados no estudo da interação social. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(2), 97-107. Mestre, M. B. A., Moser, A. M., & Amorim, C. A. (1998). Observação e registro do comportamento. Psicologia Argumento, 16(22), 45-58....


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