Resenha de OTEC - LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias De Currículo. São Paulo: Cortez, PDF

Title Resenha de OTEC - LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias De Currículo. São Paulo: Cortez,
Author Janaína Gomes
Course Otec- organização do trabalho e curriculo
Institution Universidade Estadual da Paraíba
Pages 3
File Size 114.7 KB
File Type PDF
Total Downloads 46
Total Views 130

Summary

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias De Currículo. São Paulo: Cortez, 2011....


Description

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias De Currículo. São Paulo: Cortez, 2011.

Janaína Gomes de Melo 1 Quando se pergunta o que é currículo, tendo a dúvida do que seria. Muitos estudiosos definem o currículo de diversas formas, chegando muitas vezes a denominar o currículo no cotidiano das escolas. Sempre visando os guias curriculares que são propostos pelas redes municipais de ensino, como também todos esses conjuntos que envolvem o meio escolar, as atividades, as cargas horárias, os programas das disciplinas e entre outros. Então tudo isso se dar o significado da palavra currículo e o que ela realmente é. Há um aspecto comum para isso, quando chama de currículo, essa ideia de organização, de experiências, essas formas de ensino que leva a cabo um processo educativo. Mesmo com essa pergunta, não se tem uma resposta do que seria esse currículo, apontando para algo que lhe é intrinsecamente característico, mas apenas sobre os sentidos de tal termo, localizados historicamente. Pois a cada nova definição sobre o que seria, não é apenas uma nova definição de descrever esse objeto curricular, mas parte de um argumento mais amplo no qual essa definição se inseriria. Com esse movimento de criação que se dá novos sentidos para esse termo do que seria esse currículo, onde sempre remete a sentidos prévios para de alguma forma negá-los ou re-configurá-los. Alguns estudos ao longo do tempo foram apontados, sendo um apontando a primeira menção a esse termo de currículo, no ano de 1633, aparecendo nos registros da Universidade de Glasgow, referindo-se ao curso inteiro seguido pelos estudantes. Embora não se aplique a o surgimento de um campo de estudos de currículo, ela já se colocava em uma associação entre currículo e princípios de globalidade estrutural e da experiência educacional ou da ideia de um plano de aprendizagem. Nesse momento o currículo dizia respeito a organizar a experiência escolar de sujeitos agrupados, característica essa que está presente no sentido de currículo. O currículo define-se como experiências de aprendizagens planejadas e guiadas por determinados resultados de aprendizagem não desejada, sendo essa formulando uma reconstrução sistemática do conhecimento e da experiência sob a escola, para que assim aja um crescimento contínuo pessoal e social do aluno. Sabe-se que nos dias de hoje é necessário o planejamento, e que esse envolva a seleção de determinadas atividades, e sua organização ao longo do tempo de escolarização. Na segunda metade do século XIX, se aceitava as disciplinas que tinham conteúdos próprios e que essas especialidades ditavam de certa forma sua utilidade para o desenvolvimento de certas faculdades da mente. O ensino tradicional ou jesuítico operava com esses princípios, defendendo certas disciplinas porque dizia que elas facilitavam o raciocínio lógico ou até mesmo ampliava a memória. No ano de 1900, com o início da industrialização americana e no ano de 1920, com o movimento da Escola Nova no Brasil, ganha força essa concepção de que era preciso sobre o que ensinar, e para muitos autores é daí que se iniciam os estudos curriculares. Com as marcas da industrialização, a escola ganha novas responsabilidades se voltando para a solução dos problemas sociais que foram gerados pelas mudanças econômicas da sociedade. 1 Graduanda do Curso de História na UEPB.

Com a psicologia, o comportamentalismo e na administração, no ano de 1910, o Taylorismo ganha um destaque na sociedade americana que se industrializava. E essa demanda de escolarização aumentava como uma forma de fazer a rápida urbanização e as necessidades de trabalhadores para o setor produtivo. Surgindo assim as preocupações com as deficiências das escolas que tem a função de socializar o jovem norte- americano, permitindo sua participação na vida política e econômica. Podemos resumir o pela defesa de um currículo científico, associado à administração escolar se baseando em conceitos como eficácia, eficiência e economia. Bobbitt no ano de 1918 defendeu um currículo qual formação prepara o aluno para uma vida adulta de visão economicamente ativa a partir dos conjuntos de atividades consideradas pela escola, o que chamamos de currículo direto e as experiências indiretas. Esses formuladores de currículos determinam essas áreas de atividades que são encontradas na sociedade. Como vemos o eficientismo não se refere a nenhum conteúdo ou a seleção. Para esses eficientistas essas tarefas e objetivos são centrais, podendo ser agrupados dentro das disciplinas, que neste caso já compõem nos currículos. Por outro lado o progressivismo rivaliza com o eficientismo. Esse progressivismo conta com mecanismos de controle social, e para ele, a educação se caracteriza como um meio de diminuir as desigualdades sociais que são geradas pela sociedade urbana industrial, tendo por objetivo a construção de uma sociedade harmônica e democrática. Portanto, essa educação poderia um instrumento que formará indivíduos que atuariam na busca de mudanças. Johny Dewey é um dos nomes mais conhecidos do progressivismo, cujo principio curricular fala sobre conceitos de inteligência social e mudança. Ele fala que o foco do currículo é a experiência direta da criança como de superar o que parece haver entre a escola e o interesse dos alunos, o mesmo se constituindo como uma teoria curricular única, encarando a aprendizagem como um processo contínuo. Seu foco central é a resolução dos problemas sociais. Esse ambiente escolar é organizado para que a criança se depare com séries de problemas, criando assim oportunidades para agir de forma democrática e cooperativa. Esses problemas são apresentados para as crianças como forma de que elas adquiram habilidades e estimulem criatividade. Dewey também defende que as experiências educacionais da escola precisa se conectar a outras instituições da sociedade, como por exemplo, a família. Esses princípios estão nas reformas educacionais ocorridas no ano de 1920, levadas por educadores, conhecidos por escolanovistas. Lembrando que o progressivismo é nome dado a um movimento de muitas divisões internas, tendo uma forte preocupação social a teorias centradas na criança, mas não possuindo tal preocupação. No ano de 1949, a teoria curricular produz respostas sobre seleção e organização de experiências e conteúdos educativos. Ralph Tyler propõe articular abordagens técnicas, como as eficientistas, com o pensamento progressivista. Esses princípios curriculares de Tyler, seu modelo é de um procedimento linear e administrativo, qual faz parte de quatro etapas, sendo elas, definição dos objetos de ensino; seleção e criação de experiências de aprendizagem apropriadas; organização dessas experiências de modo a garantir maior eficiência ao processo de ensino; e a avaliação do currículo. Tyler define uma nova agenda para a teoria curricular, centrando na formulação de objetivos que ainda hoje podem ser vistas nos procedimentos de elaboração de currículos. As abordagens que o currículo faz, recebe muitas críticas por conceber a escola e o currículo como aparatos de um controle social. Althusser aponta para o duplo caráter de atuação da escola, na manutenção da estrutura social, que atua como elemento

auxiliar de modo de produção como formadora da mão de obra. Caráter ideológico que vai constituir o cerne da teorização crítica em currículo. Em relação ao currículo oculto, Apple reformula esse conceito de currículo oculto, que é definido por Philip Jackson, da conta das relações de poder que permeia o currículo. Subjaz o currículo formal, e o que acontece nas escolas, um currículo oculto o que se esconde essa relação de poder das supostas escolhas curriculares. Esse currículo oculto, ao optarem por modelos sistemáticos do que e de como ensinar, assumem o fazer curricular como técnica, científica, ocultando assim a dimensão ideológica presente nessa seleção. Vemos muitas críticas às abordagens técnicas do currículo, não sendo apenas as perspectivas marxistas. No final dos anos de 1960, há uma série de questionamentos, surgindo movimentos contra culturas nos Estados Unidos e na Europa, ganhando força também no Brasil, no ano de 1970, visando o contexto de ditadura militar. Então, as implementações dos currículos continuaram sendo um problema. Mesmo que Dewey saliente essas experiências curriculares transcendendo as atividades planejadas nos documentos escritos, ainda mantêm o hiato entre os planos curriculares e sua explicação. No livro, Pedagogia do oprimido, Freire propõe uma pedagogia baseada no dialogo, defendendo a possibilidade de a educação se contrapor à reprodução. Nessa obra de Freire, podemos dizer que ele apresenta as concepções técnicas do currículo, propondo uma elaboração curricular capaz de integrar o mundo dos sujeitos às decisões curriculares. Com os primeiros estudos do pós-estruturais, no Brasil em 1990, não havia nenhuma menção do pós-estruturalismo nesses estudos curriculares, se intensificando fortemente no inicio deste século. O pós-estruturalismo, junto com o estruturalismo, compartilha pressupostos relevantes para a desconstrução desse conceito de currículo. Adotam então uma postura antirrealista, que ao invés de representar o mundo, a linguagem o constrói. Esses estruturalistas e pósestruturalistas defendem que a linguagem cria aquilo de que fala, ao invés de simplesmente nomear o que existe no mundo. Como vimos, esses conceitos de currículo foram sempre mencionados, como uma boa teoria curricular, devendo criar mecanismos que permitisse escolher, na cultura universal, o que ensinar, sempre se preocupando com as relações de poder nessa tal escolha, interagindo com os alunos, dando conta dos processos envolvidos nas escolas, como também transmitir conhecimentos selecionados de uma cultura universal. Então podemos dizer que currículo é uma prática discursiva, uma prática de poder, mas como também uma prática de significação, de atribuição de sentidos, construindo realidades, projetando identidades, produzindo sentidos....


Similar Free PDFs