Resenha Holocausto Brasileiro PDF

Title Resenha Holocausto Brasileiro
Author JULIA CHOQUERES
Course Psicopatologia Geral
Institution Universidade Federal de Rondônia
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HOLOCAUSTO BRASILEIRO Hospitais psiquiátricos, também conhecido por hospício ou manicômio, são hospitais para tratar pessoas com doenças/transtornos mentais. Surgiram alguns séculos atrás, tendo esse termo bastante conhecido no século XIX. Esse local tinha como maior intuito colocar pessoas indesejadas, tirar da sociedade aquilo que não se queriam ver. Poderiam ser pessoas com doenças mentais ou somente alguém que estava fora dos padrões impostos pela sociedade. A minoria, quem não tinha voz para lutar por seus direitos e por sua vida, e acabava aprisionado em recintos como esse até o fim de seus dias. Em 1903, foi inaugurado em Minas Gerais o Hospital Colônia de Barbacena, que fazia parte de um conjunto de edifícios psiquiátricos na cidade de Barbacena, e mais tarde recebeu o codinome de "Cidade dos Loucos". Por muitas décadas foi considerado um dos maiores do Brasil e também onde ocorreram grandes atrocidades. Dados mostram que a partir de 1950 começou uma era de terror no local. Lá eram aprisionados doentes mentais, e também muitos que não tinham um transtorno se quer: filhos que não obedeciam seus pais, ou que eram considerados rebeldes, mulheres ou crianças vítimas de estupro por pessoas poderosas que os colocavam la, meninas que perderam a virgindade antes de casar, homossexuais, moradores de rua, prostitutas, ou qualquer um que fosse contra alguém que tivesse um poder. Muitas mulheres chegavam no hospício grávidas ou engravidaram la e tinham seus filhos tirados de si, onde acabavam em orfanatos. No manicômio, as pessoas chegavam em um trem que os buscavam em várias cidades do país, e ali recebiam a prisão, muitas perpétuas, apesar de não terem feito nada de errado. Muitos eram detidos a força, iam amarrados ou desacordados, não sabiam para onde estavam indo ou mesmo o por que, quando menos se davam conta, se viam presos ali, recebendo tratamentos animalescos, desumanos. Ao chegar no hospício, perdiam suas identidades, tinham suas cabeças raspadas, tomavam banho de água extremamente gelada, apesar do frio que faz na região e viviam em constante tortura e humilhação, muitos perderam noção de vida, de tempo.

Os pacientes eram submetidos a tratamentos totalmente evasivos, qualquer coisa era motivo para levar eletrochoque, ou outros tipos de torturas. Eles eram lavados com jatos de água dentro da cela, as vezes ficavam nus, e centenas dormiam nos corredores ou no pátio, em palhas. Eles não comiam, e tomavam altas doses de remédios, tinham sua dignidade tirada, eram totalmente humilhados. Até quem não tinha problema mental acabava perdendo a sanidade. Os funcionários eram ensinados a trata-los como escória. Muitos relatos contam que as enfermeiros imobilizada os pacientes amarrando – os nas camas, colocavam algo na boca, molhavam suas têmporas e realizavam o eletrochoque. Essas sessões eram feitas de forma brutal, com altas voltagens, eram rotina no lugar e serviam como forma de conter alguns pacientes. Isso causava convulsões, e muitas vezes até a morte. As declarações de ex – funcionários também expõe que após a morte pela sessão de choque, eles colocavam um lençol na pessoa morta e vendia o cadáver para universidades. Foram contabilizadas mais de 60 mil mortes, que fez com que as atrocidades que aconteceram nesse hospital fossem comparadas ao holocausto com os judeus na Alemanha nazista. Com base em relatos de cerca de 200 sobreviventes, ex pacientes e até mesmo ex funcionários, foi feito o livro O Holocausto Brasileiro, onde eles contam de forma detalhada a vida dura que passaram ali, todas as humilhações e as torturas. Também se tem o documentário com o mesmo nome, com imagens chocantes e relatos de alguns sobreviventes. As atividades macabras ali realizadas foram encerradas em 1980, após algumas tentativas de denúncias que já eram realizadas desde o ano anterior, feitas por alguns psiquiatras que não concordavam com o que acontecia ali e também após um dos primeiros flagrantes feitos, com imagens que chocaram o Brasil. Foi revelado a todos então o que de fato acontecia no Hospital Colônia. As imagens mostravam pessoas magras, doentes, nuas, bebendo água do esgoto, e o pior era saber que a grande maioria não tinha de fato doenças mentais. Foram contabilizadas que pelo menos 33 dos pacientes eram crianças, que poderiam até ter nascido ali. Um ano antes do encerramento das atrocidades que ali aconteciam, em 1979, um jornalista, o único, gravou tudo.

Essas filmagens feitas no local, deram vida a um curta arrepiante, chamado “Em nome da razão" que não tem trilha sonora, os sons do vídeo são do local em si, onde as pessoas que ali vivem agonizam em sofrimento e "loucura". O diretor quis dar prioridade à realidade daqueles que ali viviam, além de passar uma mensagem de Socorro, e mostrar ao mundo o que estava acontecendo. Muitos dizem que os sons emitidos são do inferno. Foram muitos os que morreram naquele lugar, tratados de forma subhumanas, de um jeito que nem um animal merece e descartados como lixo....


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