Resenha - Precisamos falar sobre Kevin PDF

Title Resenha - Precisamos falar sobre Kevin
Author Thiago Oliveira
Course Psicologia da Personalidade
Institution Universidade do Estado de Minas Gerais
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Summary

Resenha sobre o filme "Precisamos falar sobre Kevin" (We need to talk about Kevin, 2011)....


Description

Teorias da Personalidade Prof: Rozangela da Piedade Leite Resenha sobre o filme: Precisamos falar sobre Kevin

PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN. Direção: Lynne Ramsay, Roteiro: Lynne Ramsay, Rory Kinnear; Produção: Christopher Figg. Gênero: Drama/Mistério. Distribuição: Oscilloscope Pictures, EUA, 2011, 112min, DVD.

Trata-se de um filme anglo-americano do gênero drama de 2011, baseado no romance de ficção “Precisamos Falar sobre o Kevin”, escrito por Lionel Shriver e lançado em 2003. O filme narra à história de uma bem sucedida escritora de livros chamada Eva, que se casa com o fotógrafo Franklin e após alguns anos de matrimônio se vê frente à realidade de uma gravidez indesejada que acaba por fazêla abrir mão de seus projetos a fim de se dedicar à maternidade e ao cuidado familiar. A vida de Eva sofre mudanças drásticas após o nascimento do primogênito Kevin, e em todo o tempo é possível observar o que se sugere como sentimento de infelicidade e amargura em Eva, e uma hostilidade existente na relação entre mãe e filho. Kevin, por sua vez, é um personagem que apresenta comportamento agressivo e cruel desde a infância, e é possível perceber que seu crescimento se dá em um ambiente onde, por vezes, é rejeitado e negligenciado. A hostilidade na relação entre mãe e filho se intensifica com o passar dos anos e fica evidenciada em todo o filme. O marco significativo do filme é o crime cometido por Kevin, já na adolescência, desencadeando diversas consequências para ele e sua mãe. É possível perceber diversos conceitos psicanalíticos nos integrantes da família de Kevin. Diante dos comportamentos apresentados por Eva, podemos entendê-la como neurótica, onde se destaca a repressão de sentimentos, ausência de ressignificação para os acontecimentos e uma falta de entendimento em relação ao que se passava com ela e com sua família, além de um sofrimento exacerbado e certa passividade diante de todas as acusações e ataques pessoais que sofrera da comunidade em que vivia, após o crime cometido pelo filho. Assim como qualquer personalidade neurótica, Eva demonstrava guardar para si o problema externo, 1

independente de como se sentia e possivelmente se percebia como merecedora de tudo aquilo ao qual passava. O pai de Kevin possui traços de uma personalidade narcísica da qual podemos notar atitudes de omissão perante a realidade, uma busca por reforçar seus próprios ideais e verdades, e certo distanciamento e indiferença ao que acontecia em sua família. Ele levava em consideração apenas suas próprias realizações e vontades, idealizando uma família perfeita e demonstrando total falta de empatia com os demais, bem como, total ignorância do contexto que o cercava. Já Kevin, o contrário do que alguns podem dizer, se enquadra mais em uma estrutura de personalidade perversa do que psicótica, visto que não há qualquer demonstração de dissociação da realidade em que vive. Ele se mostra muito ciente de suas ações e seus resultados, além de, apesar de pouco demonstrar, possuir empatia por sua mãe e também se colocar em uma posição onde, supostamente, tudo que fazia era para chamar a atenção da mesma, independentemente de quais regras sociais ali se aplicavam. Outro conceito que, até certa medida, pode-se notar ao longo do filme é o da histeria coletiva. O fenômeno social fica evidente nos ataques sofridos por Eva, mãe de Kevin, por aqueles que moravam em sua cidade. O comportamento que move essa massa em ira contra Eva pode ser entendido como irracional, muito simbólico e subjetivo, sendo em sua maioria indiretos, como os feitos em sua casa ou com suas compras. Assim sendo, através do filme apresentado foi possível analisar de forma clara, e até didática, alguns conceitos teóricos aprendidos sobre a psicanálise, agregando uma visão prática dos mesmos.

Natália Amendoeira Lopes e Thiago Oliveira da Silva, acadêmicos do 3º período de Psicologia noturno da Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade Divinópolis.

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