Resumo de Lesão Letal e Não-Letal - Renata Rauber Felkl PDF

Title Resumo de Lesão Letal e Não-Letal - Renata Rauber Felkl
Author Renata Rauber Felkl
Course Unidade de Patologia Geral
Institution Universidade de Caxias do Sul
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Resumo Patologia...


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Renata Rauber Felkl ATM 2019/2 Unidade de Patologia Geral

Visão Geral da Lesão Celular e Morte Celulares A lesão celular ocorre quando as células são estressadas tão intensamente e de forma excessiva que não são mais capazes de se adaptar ou quando são expostas a agentes lesivos a sua natureza ou prejudicados por anomalias intrínsecas. A lesão pode avançar de um estágio reversível e resultar em morte celular. 1. Lesão celular reversível (Lesão Não-Letal) As alterações morfológicas e funcionais são reversíveis nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, se o estímulo nocivo for removido. 2. Morte celular (Lesão Letal) A lesão torna-se irreversível com a persistência do dano e com o tempo a célula não pode se recuperar e morre. • Necrose Dano acentuado às membranas, fazendo com que as enzimas lisossômicas extravasem para o citoplasma e digiram a célula, e o conteúdo celular escape, resultando em necrose. Sempre é um processo patológico. • Apoptose Acontece em situações em que o DNA ou as proteínas celulares são lesados de modo irreparável, fazendo com que a célula se suicide por apoptose, que consiste em uma morte celular caracterizada pela (1) dissolução nuclear, (2) fragmentação da célula sem perda da integridade da membrana, e (3) rápida remoção dos restos celulares. Algumas vezes a morte celular é resultado final da autofagia. Apoptose e necrose são observadas em resposta às mesmas influencias adversas, como por exemplo, a isquemia em diferentes estágios. A apoptose pode progredir para a necrose, e a morte celular (durante a autofagia) pode mostrar muitas características da apoptose.

Causas de Lesão Celular 1. Privação de Oxigênio Reduz a respiração oxidativa. As causas de hipoxia incluem: redução do fluxo sanguíneo (isquemia) e a redução da capacidade de transportar oxigênio no sangue (anemia, envenenamento por monóxido de carbono ou grave perda sanguínea). A gravidade do estado hipóxico é que determina o que vai acontecer com as células. 2. Agentes Físicos Traumatismos mecânicos, extremos de temperatura, alterações bruscas na pressão atmosférica, radiação e choque elétrico. 3. Agentes Químicos e Drogas Substâncias podem lesar a célula diretamente ou por perturbação do equilíbrio eletrolítico das células. Venenos (arsênicos, cianeto, sais de mercúrio) podem destruir nossas células em questão de minutos a horas em números suficientes para causar a morte. Outras substâncias nocivas são: poluentes no ambiente e no ar, inseticidas e herbicida, monóxido de carbono e asbesto, álcool, e drogas terapêuticas. 4. Agentes Infecciosos Riquétsias, bactérias, fungos e formas superiores de parasitos. 5. Reações Imunológicas Microorganismos e substâncias ambientais. 6. Defeitos Genéticos 7. Desequilíbrios Nutricionais!

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Alterações Morfológicas na Lesão Celular

1. Lesão Reversível • Tumefação celular Surge quando as células se tornam incapazes de manter a homeostasia iônica e líquida e é resultante da falha de bombas de íons dependente de energia na membrana plasmática. É a primeira manifestação de quase todas as formas de lesão das células. Quando afeta muitas células, causa palidez, aumento do turgor e aumento do peso do órgão. Ao exame microscópico é possível observar pequenos vacúolos claros dentro do citoplasma (representando segmentos distendidos e separados do retículo endoplasmático). Esse padrão as vezes é chamado de alteração hidrópica ou degeneração vascular. A tumefação celular é reversível. As células também apresentam um aumento da coloração eosinofílica, se tornando mais pronunciada conforme a necrose progride. Alterações estruturais incluem: (1) alterações na membrana plasmática: formação de bolhas, apagamento e perda de microvilosidades; (2) alterações mitocondriais: tumefação e o aparecimento de pequenas densidades amorfas; (3) dilatação do resíduo endoplasmático: desprendimento dos polissomas; figuras de mielina intracitoplasmáticas podem estar presentes; (4) alterações nucleares: com desagregação dos elementos granulares e fibrilares. • Degeneração gordurosa Ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica. Surgem vacúolos lipídios grandes no citoplasma. É observada principalmente em células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura como os hepatócitos e as células miocárdicas.

2. Necrose Resulta da desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática das células lesadas letalmente. As células necróticas são incapazes de manter a integridade da membrana e seu conteúdo sempre extravasa, podendo iniciar a inflamação do tecido circundante. As enzimas que digerem a célula necrótica são derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da reação inflamatória. As células necróticas mostram eosinofilia aumentada nas colorações por HE, atribuível à perda do RNA citoplasmático (que se liga ao corante azul, hematoxilina). Célula necrótica possui uma aparência mais vítrea, devido a perda do glicogênio. Quando as enzimas já digeriram as organelas citoplasmáticas, o citoplasma se torna vacuolado e parece roído por traças. As células mortas podem ser substituídas por massas fosfolipídicas grandes e espiraladas, chamadas de figuras de mielina. Esses precipitados fosfolipídicos são então fagocitados por outras células ou mais tarde, degradados em ácidos graxos; a calcificação desses resíduos de ácidos graxos resulta na geração de sais de cálcio, podendo assim as células finalmente se calcificar. No microscópio eletrônico, as células necróticas apresentam descontinuidade na membrana plasmáticas e organelares, dilatação acentuada das mitocôndrias, figuras de mielina, restos amorfos e agregados de material felpudo, representando proteína desnaturada. • Alterações nucleares: (1) picnose: retração nuclear e aumento da basofilia; (2) Cariorrexe: núcleo picnótico sofre fragmentação, com o passar de 48h o núcleo da célula necrótica desaparece totalmente; (3) cariólise: basofilia da cromatina pode esmaecer, refletindo a perda de DNA pela degradação enzimática das endonucleases; • Padrões de Necrose Tecidual (1) Necrose de coagulação: arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por mais alguns dias. Células anucleadas e eosinofilicas persistem por dias ou semanas porque a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais mas também as enzimas, bloqueando assim a proteólise das células mortas. Finalmente, as células necróticas são removidas por fagocitose dos restos celulares, através da infiltração de leucócitos e pela digestão das células mortas através da ação das enzimas lisossômicas dos leucócitos. Área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto.!

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(2) Necrose liquefativa: digestão das células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. É observada em infecções fúngicas, porque os micróbios estimulam o acumulo de leucócitos e liberação de enzimas dessas células. Material necrótico geralmente é amarelo cremoso e é chamado de pus. (3) Necrose gangrenosa: aplicado a um membro que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que sofreu necrose envolvendo várias camadas de tecido. Quando ocorre uma superposição de uma infecção bacteriana, resulta em mais necrose liquefativa por causa da ação das enzimas degradativas nas bactérias e leucócitos atraídos (gangrena úmida) (4) Necrose caseosa: focos de infecção tuberculosa, conhecido como granuloma. (5) Necrose gordurosa: áreas focais de destruição gordurosa, tipicamente resultantes da liberação de lipases pancreáticas ativadas na substancia do pâncreas e na cavidade peritoneal. Isto ocorre na pancreatite aguda, as enzimas pancreáticas escapam das células acinares e liquefazem as membranas dos adipocitos do peritônio. As enzimas liberadas dividem os ésteres de TG contido dentro dessas células. Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura). No exame histológico os focos de necrose exibem contornos com sombras de adipócitos necróticos, com depósito de cálcio basofílico, circundados por uma reação inflamatória. (6) Necrose fibrinoide: reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos, ocorre tipicamente quando complexos Ag-Ac são depositados nas paredes das artérias, os depósitos desses imunocomplexos, em combinação com a fibrina que tenha extravasado dos vasos, resulta em uma aparência amorfa e róseo-brilhante (HE), conhecida como fibrinoide. Observado nas vasculares imunológicas mediadas.

Características

Necrose

Apoptose

Tamanho Celular

Aumentado (tumefação)

Reduzido (retração)

Núcleo

Picnose -> Cariorrexe -> Cariólise

Fragmentação em fragmentos do tamanho de nucleossomas

Membrana Plasmática

Rompida

Intacta; estrutura alterada, especialmente a orientação dos lipídios

Conteúdos Celulares

Digestão enzimática; podem extravasar da célula

Intactos; podem ser liberados em corpos apoptóticos

Inflamação adjacente

Frequentemente

Nenhuma

Papel fisiológico ou patológico

Invariavelmente patológico (finalização da lesão celular irreversível)

Frequentemente fisiológico, significa a eliminação de celulas indesejadas; pode ser patológica após algumas formas de lesão celular, especialmente lesão de DNA

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