Agustin Cueva resumo - AMÉRICA III PDF

Title Agustin Cueva resumo - AMÉRICA III
Author joyciene carolina fagundes
Course Historia
Institution Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Summary

AMÉRICA III...


Description

O sociólogo Agustin Cueva tem como objetivo explicar as contradições na formação dos países da América Latina e para tanto, não se limitará a termos ambíguos como o “populismo”. Para ele, é necessário observar que justamente no momento de evolução econômica de tais países há uma série de incongruências que foram reforçadas pelos efeitos da depressão de 29. Por fim, com um olhar marxista ortodoxo, cueva tenta achar uma conclusão engessada sobre o populismo. É relevante ressaltar que o desenvolvimento das contradições dos setores econômicos se deram de forma desigual, tal como a acumulação primitiva de capital que originou em Estados oligárquicos distintos. Portanto, não pode haver uma formula generalizadora, mesmo que seja com relação aos períodos seguintes, capaz de entender toda a América Latina da época. Além disso, durante o que ficou conhecido como governo populista, a classe operaria não perde a sua autonomia, entretanto o que de fato acontece é uma conjuntura particular pós- guerra que o Otávio Ianni chama de crise da doutrina liberal e da democracia atenuando as contradições e por assim precisar de um Estado forte, porém íntimo das massas para que houvesse uma prosperidade. No entanto, como foi dito anteriormente, não se pode utilizar uma explicação generalizadora para realidades tão distintas como é a da América Latina. Alguns países, como o Chile, não conheceram esse período de prosperidade, teve, ao invés disso, um proletariado fortemente organizado, no período chamado de populista, uma vez que o avanço da classe operaria preocupava o imperialismo e a burguesia nacional que, como medida defensória, colocou o partido comunista na ilegalidade que só serviu para que a classe trabalhadora demostrasse mais o seu vigor e independência Outra questão que é levantada é a recorrente característica do modelo populista ser uma espécie de arbitro, isto é, o setor burguês industrial impõe sua hegemonia ao setor agroexportador, e ainda manipula o proletariado para poder subordina-lo. Todavia, analisando mais precisamente, é necessário também levar em conta características especificas que foram favorecidas pela conjuntura internacional de 45-55 que permitiu um desenvolvimento de uma dimensão “arbitral” e “benfeitora”, ”antioligárquica” e “nacionalista”. O aspecto “antioligárquico” não vem do cumprimento de uma tarefa democrático-burguesa, já que medidas como a reforma agraria não aconteceram, mas vem do fato de se impor a fração agroexportadora com o intuito de transferir para o setor indústria, e o próprio Estado, o excedente da agroexportação que antes seria

captada pelos burgueses agrários. Com tal transferência há o impulso de industrialização que se desenvolve nesse período “populista” ampliando empregos e elevando salários. Medidas essas que não devem da generosidade da burguesia industrial, mas sim do enfretamento continuo entre esta e o proletariado precisando que o Estado se encarregue de arbitrar. Tudo isso é realizado pela boa conjuntura econômica encontrada que cria espaço suficiente de negociação para que o Estado possa confirmar esse papel que fora fortalecido pelo excedente capitado podendo realizar alguns gastos “sociais”. Por fim, é importante ressaltar que o Estado populista também não se encontra no vazio, ergue-se na contradição entre nação e império e procura resolve-la em favor da primeira. É justamente por esse motivo que o autor discorda do conceito populismo, um termo generalizador que tenta dar conta de diferentes realidades até mesmo na questão imperialista, como é o caso da Guatemala que tinha uma força verdadeiramente antiimperalista, enquanto a argentina e o Brasil possuíam um cunho burguês que não conseguiam transpor alguns limites. Cueva também afirma que não só a burguesia estava enquadrada nas condições de estado “arbitrario”, “benfeitor”, “antioligarquico” e “nacionalista”, o movimento popular também se enquadrava. Mas isso não significa que isso só ocorre por conta da manipulação ideológica e sim pela repressão que mais de um momento foi posta em prática sobre os setores autônomos da classe operaria. Além disso, o controle corporativo do movimento operário não é absoluto e por fim no próprio seio da classe operaria manipulada há contradições fazendo com que o modelo bonapartista perca a inconsistente base econômica. Radicalizando não só a classe operaria, mas também os setores pequeno-burgueses nacionalistas. Conclui-se assim, que a América Latina não é e nem era uma formação capitalista pura tampouco um capitalismo que tenha se desenvolvido de forma autônoma. E ainda, é em contato com a realidade que as classes vão forjando sua consciência política, não surgindo por geração espontânea. Até mesmo casos icônicos como o de Cuba que não é uma exceção, uma vez que, inicialmente eram homens lutando pela reforma agraria e acabaram lutando contra os imperialistas pois para se levar acabo as ideias fixadas era preciso....


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