Endodontia de dentes deciduos PDF

Title Endodontia de dentes deciduos
Author Adriana Guedes
Course Odontopediatria
Institution Universidade Federal de Juiz de Fora
Pages 21
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Summary

Endodontia de dentes deciduos...


Description

ODONTOPEDIATRIA 18-01 Endodontia em dentes decíduos O diagnóstico para tratamento endodôntico é a mesma coisa em decíduo e permanente, o que vai diferenciar é o tratamento. Diferenças anatômicas Camadas de esmalte e dentina mais delgadas, quando comparadas às do dente permanente. A primeira coisa que a gente tem que saber é que as camadas de esmalte e dentina no decíduo proporcionalmente ao permanente, elas são menores. Então se a gente olhar o molar permanente, comparado com o decíduo, a espessura é menor. A espessura de dentina também, do corno pulpar até (não consegui escutar) é menor que o do permanente. Por outro lado, a câmara pulpar nos decíduos é proporcionalmente mais ampla que a dos dentes adultos, então a gente tem que tomar cuidado. As vezes a cárie chega ao corno pulpar muito mais rápido e na hora que vocês estão removendo é muito comum acontecer uma exposição pulpar. Pois já tem a cárie, ela está no decíduo, o corno pulpar é mais alto, a polpa é mais ampla, então tem que tomar muito cuidado ao remover a cárie em molar decíduo porque pode correr o risco de ter uma exposição pulpar principalmente por causa dessas diferenças anatômicas. Cornos pulpares, em especial os mesiais, nos molares decíduos são mais proeminentes. O corno pulpar mesial é mais alto que o distal. Principalmente na mesial tem que tomar muito cuidado porque os dois cornos já são mais proeminentes mas o corno mesial é um pouco mais proeminente. Região interradicular com grande quantidade de foramíneas fazendo conexão da região de furca com o periodonto A grande diferença anatômica aqui é que quando vocês tem o dente permanente o que acontece, no permanente quando a gente tem uma necrose pulpar aparece a lesão periapical. A grande diferença do decíduo está aqui: a lesão (que a gente chama de lesão periapical, mas aqui a fabiola não vai chamar de periapical porque ela não acontece no periápice, ela vai falar rarefação óssea) começa na região inter-radicular. Se tiver lesão periapical é porque ela começou aqui, se espalhou e chegou no periápice. E por que começa aqui? Porque nos dentes decíduos nessa região de assoalho da cavidade existem muitas foramíneas, então a dentina radicular do assoalho é muito porosa, ela tem muitas foramíneas e tem uma conexão muito grande da região de furca com o periodonto. Isso significa que quando tiver uma infecção endodôntica, uma necrose, a lesão vai acontecer onde: na região inter-radicular, região de furca. Ela pode aparecer periapical? Pode, mas primeiro ela começou lá na região de furca, se não tratou, ela aumenta, se extende e chega no periápice. Vocês vão ver que é muito nítido nessa fotografia do slide, mas as vezes pode confundir. Além disso nos dentes decíduos o que a gente tem: Ciclo biológico dos dentes decíduos: -Curto: máximo 10 anos – o ciclo biológico dele é curto, porque o dente esfolia, tem um tempo máximo de 10 anos na boca. Só que a gente tem a mania de pensar que só porque é dente de

leite ele é jovem. Da mesma maneira que no permanente, existe o dente decíduo jovem e o decíduo velho, senil (a polpa). Nos permanentes nós temos apenas 2 fases: rizogênese incompleta e rizogênese completa. No decíduo a gente tem mais uma fase, que é a rizólize a reabsorção radicular. Fases: rizogênese incompleta, completa e rizólise. A gente tem uma alta atividade metabólica em dois períodos: na rizogênese incompleta e na rizólise. Quando fecha o ápice a atividade metabólica do dente decíduo cai um pouquinho. Depois ela volta a aumentar no período de rizólise. TEM QUE GUARDAR ISSO: dente decíduo também fica velho, embora ele tenha um período de 10 anos só na boca. O ponto chave para indicar tratamento endodôntico no dente decíduo, seja uma pulpotomia seja uma pulpectomia é a quantidade de raíz que esse dente vai ter, é a quantidade de reabsorção radicular que esse dente vai ter (rizólise). “Dentes decíduos com até aproximadamente 1/3 de reabsorção apresentam tecido pulpar organizado, preservação das estruturas histológicas e potencial reparador” Se eu tenho 1/3 de reabsorção radicular, isso significa que todo esse meu tecido restante está organizado, ele tem preservação das estruturas histológicas, então eu posso indicar o tratamento endodôntico. Se eu tiver mais de 1/3 de reabsorção radicular eu não faço endodontia, eu extraio o dente. Quando o meu dente tiver 2/3 de raíz, eu indico tratamento endodôntico, se tiver menos de 2/3 de raíz eu não indico. Dentes decíduos Tecido pulpar jovem: predominância celular, poucas fibras e rico suprimento sanguíneo Envelhecimento do tecido pulpar: aumento do número de fibras colágenas e diminuição de células Tecido pulpar jovem (até 1/3 de reabsorção) tem mais célula do que fibra, e tem muito suprimento sanguíneo. Eu tenho a polpa, tenho as células especializadas da polpa, especialmente os odontoblastos e tenho um monte de célula mesenquimal, que são células indiferenciadas. Quando eu tenho uma agressão no tecido pulpar se eu tenho essas células mesenquimais, elas vão se diferenciar em células especializadas, em odontoblastos, para eu ter o potencial de reparo. Então se o tecido é jovem eu tenho mais célula do que fibra. Se o tecido é senil, eu aumento o número de fibra e diminuo o número de célula, e com isso diminui o potencial de reparo porque células mesenquimais indiferenciadas não se diferenciam em odontoblastos. Então até 1/3 de reabsorção radicular eu tenho mais células do que fibras, quando meu dente vai envelhecendo eu diminuo o número de células e aumento o número de fibras.

-anatomia interna dos decíduos tem muitos canais acessórios igual aos permanentes. -Proximidade do germe sucessor permanente na região de bifurcação – isso é um diferencial importante. A gente tem que tomar muito cuidado quando colocar a lima no canal pra não atingir o germe do sucessor permanente.

-Rizólise irregular - O que acontece: essa rizólise não é continua, não é uniforme, ela é muito irregular. As vezes quando os dentes anteriores esfoliam tem mais raíz na vestibular e um pouco menos na língual. Por que? Porque os germes dos permanentes nos anteriores eles erupcionam por lingual ou palatina, então é a força dele. E o que acontece, como a radiografia é uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional, quando a gente tira a radiografia se a gente olhar dá a impressão que tem a raíz inteira, porque tem essa parede aqui, mas por lingual, se eu coloco uma lima ali eu posso estar cutucando o germe do permanente. Tem que ter um olho clínico bom p ver essas diferenças de radiodensidade. E na hora que eu olho eu tenho que ter essa noção a gente vai ligando, “quantos anos você tem?” eu sei que os incisivos superiores vão cair por volta dos 7 a 8 anos, eu já vou ficar ligada na idade, eu já sei que esse dente está em processo de reabsorção. Mas eu tenho que ver também essas diferenças de radiolucidez, tem que tomar muito cuidado se não pode acabar instrumentando o germe do permanente. -Dentes posteriores: face interna das raízes – como o germe do permanente se aloja entre as raízes, muitas vezes uma raíz está intacta e a outra já começa a ser reabsorvida. As vezes o ápice tá intacto, mas aqui nessa região não está pois as vezes o germe pode estar posicionado um pouquinho mais pra uma raíz do que pra outra. Então depende, a gente tem que ver que ele vai reabsorvendo primeiro a face interna das raízes. As vezes reabsorve primeiro uma raíz do que a outra e as vezes é homogêneo até reabsorver todas as raízes. Muitas vezes, principalmente nos molares é super difícil de ver. As vezes a gente prefere indicar uma extração do que provocar um mal no permanente que vai ficar o restante da vida da pessoa. Se tocar o permanente com a lima o dente pode vir hipoplásico, as vezes pode deslocar o germe de direção, etc.

Morfologia dos molares decíduos O primeiro molar decíduo inferior é um dente bem pequenininho, a gente até fala que tem uma morfologia primitiva. Ele é o menor molar que tem. O molar inferior sempre vai ter duas raízes (as vezes pode aparecer uma terceira raíz), mas ele tem variação interna, nos condutos. De forma geral, na maioria das vezes existe um conduto distal e dois mesiais, mas pode ocorrer 1 distal/ 1 mesial; 2 distais/ 2 mesiais. 1 molar inferior= morfologia única, primitiva -Face proximal distal mais convexa e menor que mesial -Face oclusal: 4 cúspides – ML>MV> DV> DL -Duas raízes – 1 distal/ 2 mesiais: variações de 1 distal/ 1 mesial; 2 distais/ 2 mesiais O segundo molar inferior é muito parecido com o permanente, ele só é um pouquinho menor. Ele tem 2 raízes e de forma geral um conduto distal e dois mesiais. E tem as variações que pode ter 2 distais e 2 mesiais também. 2 molar inferior= “modelo” 1 M inf permanente -Face proximal distal mais convexa e menor que mesial -Face oclusal: 5 cúspides – ML>DL> MV> D

-Duas raízes (maiores que 1M inf. Decíduo) O 1 molar superior é muito parecido com o pré-molar. Ele tem 3 raízes, duas vestibulares e uma palatina. 1 molas superior = Morfologia pre-molar -Face proximal distalmais convexa e menor que mesial

O 2 molar superior parece muito com o 1 molar permanente, ele também tem 3 raízes, 2 vestibulares e 1 palatina. 2 molar superior= Morfologia 1 M sup permanente -Face proximal distal mais convexa e menor que mesial

Elementos de diagnóstico Anamnese- exame clínico- exame radiográfico – biologia pulpar – idade da criança O diagnóstico é igual tanto pra endo quanto pra pediatria, o que vai mudar é o procedimento que você vai fazer. Pra gente fechar o diagnóstico em endo, temos que trabalhar na anamnese, o paciente relata sinais e sintomas que ele tem, exame clínico e radiográfico. Em dente decíduo a gente coloca também a idade da criança pra gente ter uma ideia da erupção desse dente, da rizogênese, e tem que ter a parte de erupção, rizogênese, rizólise...

Anamnese História de dor: quando, como e por quanto tempo? -Saúde geral do paciente: O que a gente sempre pergunta pro paciente: teve dor? Como é essa dor? Por quanto tempo? É dor à mastigação? É dor espontânea? É dor ao dormir? Mas qual o problema, se for criança pequena ela não sabe responder, então a gente pergunta pra mãe, mas as vezes nem a mãe sabe relatar. Saber se a dor é espontânea ou provocada. Tomou analgésico a dor cessou? Ou a dor voltou? Se volta já tem uma pulpite aí. É difícil chegar ao diagnóstico na criança, na anamneses as vezes a mãe não sabe falar e nem a criança, a única vez que a mãe vai saber diferenciar é quando está com aquela necrose e o filho não dormiu direito a noite, aí ela já traz o filho de manhã e a primeira coisa que ela fala “meu filho não dormiu”. Então a anamnese é bem difícil em criança, por isso a inspeção da polpa é tão importante.

Exame clínico -profundidade da cárie

Inspeção macroscópica da polpa – quando a gente abrir e ver a polpa muitas vezes a gente vai decidir qual o tratamento que a gente vai fazer. Qual a característica daquela polpa, tem sangramento, para o sangramento após a hemostasia... Mobilidade dentária/tecidos moles – tem fistula ou não, esse dente está com mobilidade ou não... é mobilidade de rizólise ou é porque tem um abscesso ali? Uma lesão? Coloração – esse dente está mais escurecido, já é uma necrose? Ele tá mais avermelhado? Será que foi uma hemorragia pulpar que causou um trauma? Testes sensibilidade/percussão (x) – usar o endo frost ou o gelinho, a gente tem que tomar cuidado, as vezes a gente já perde o paciente no teste de sensibilidade porque ele sente dor aí não consegue fazer mais nada, então em odontopediatria a gente não faz os testes de sensibilidade e percussão, pois as vezes a gente perde o paciente nesses testes... dependendo do paciente, se ele for um paciente que coopera, que é um pouquinho mais velho, já entende e você vê que dá pra fazer a gente faz, se não a gente não faz.

Exame radiográfico Alterações peri-radiculares – a lesão se forma entre as raízes, que é uma região muito porosa e cheia de foramineas, então o primeiro lugar que vai acontecer uma lesão é entre as raízes. Suporte ósseo Extensão da cárie x polpa Reabsorção radicular – Quando eu indico uma endodontia em decíduo? quando eu tiver somente um terço de reabsorção Rompimento da cripta permanente – e se romper a cripta? Faz a extração porque tem que preservar o permanente. Porém a Fabíola já teve caso que ela não extraiu, a criança era muito novinha, ela tentou preservar.

Idade da criança Considerar idade dental – cronologia de irrupção Conhececer a biologia pulpar – se o dente decíduo é jovem ele tem mais célula, se ele é velho ele tem mais fibra. Por exemplo, meu paciente tem 6 anos e o incisivo superior atingiu o canal, eu extraio ou faço canal? se esse dente vai esfoliar aos 7 anos será que ele tem quantidade de raíz suficiente? Vocês tem que conhecer quando o decíduo vai esfoliar, e pensar na formação do permanente, pra fazer o cálculo de quanto de raíz deve ter, e usar a radiografia também.

Biologia pulpar Ciclo biológico do decíduo é...


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