Taninos - Farmacognosia PDF

Title Taninos - Farmacognosia
Author Talita Neves
Course Farmacognosia
Institution Universidade Estadual de Maringá
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Summary

tudo sobre taninos...


Description

TANINOS Grande grupo de substâncias naturais, complexas, de natureza fenólica, hidrossolúveis, com peso molecular entre 500 e 3000 Dalton e que, além das reações clássicas dos fenóis, apresentam a propriedade de precipitar alcalóides, gelatina e outras proteínas (formam complexos insolúveis em água com estes compostos). Fator de controle de insetos, fungos e bactérias Historicamente usados para curtir couro. Responsáveis pela adstringência de muitos frutos e outros produtos vegetais. COMO AGEM: Taninos + macromoléculas apresentam interações hidrofóbicas e pontes de hidrogênio entre os agrupamentos fenólicos dos taninos e as proteínas e outros polímeros, formando complexo que precipitam. (insolúveis em agua com alcaloides, gelatina e outras proteínas) A complexação teninos + proteinas é a base de suas propriedades, como: fator de controle de insetos, fungos e bactérias, bem como na manufatura de couro. Precipitação do complexo polifenol-proteína A) Baixa concentração de proteínas B) Alta concentração de proteínas C) Interação proteína fenol.

CLASSIFICAÇÃO Taninos hidrolisáveis: galotaninos e elagitaninos. Taninos condensados Taninos complexos ou mistos

TANINOS HIDROLISÁVEIS Caracterizados por um poliol central - β-D-glucose, cuja função OH está esterificada com o ác.gálico. Tipos: Taninos gálicos ou galotaninos: • •

por hidrólise fornecem glicoses e ácido gálico propriedade de curtir peles

Taninos elágicos ou elagitaninos • •

por hidrólise fornecem glicoses e ácido elágico produto da condensação de 2 moléculas de ácido gálico

TANINOS HIDROLISAVEIS São ésteres de ácidos fenólicos, geralmente do ácido gálico e de outros relacionados. São caracterizados por um Poliol Central, geralmente β-D-glucose cuja função OH está esterificada com o ác. Gálico Onde as hidroxilas do poliol são esterificadas com o ácido gálico. Podem ser hidrolisados por ácidos, temperatura ou enzimas; – divide-se em: GALOTANINOS E ELAGITANINOS. Uma terceira grande classe de princípios ativos corresponde as substancias fenólicas. Um exemplo de substancia fenólica simples é o acido gálico, ele tem três hidroxilas fenólicas. As mais complexas substancias fenólicas presentes em plantas são os taninos. Uma molecular de tanino pode conter mais de dez resíduos de acido gálico em sua composição.

TANINOS HIDROLISAVEIS: GALOTANINOS Tanino, cujo poliol central é esterificado exclusivamente com ácido gálico, através de ligações meta-depsídicas; São facilmente hidrolisados; O grau de substituição total é a presença de 10 a 12 unidades de ácido gálico (G), por molécula de glicose. Depsidicos: esteres recíprocos de ácidos fenólicos. TANINOS HIDROLISAVEIS: ELAGITANINOS São mais frequentes que os gálicos Caracteriza-se pela presença do ácido elágico nas suas moléculas, após a hidrolise Possuem um ou dois resíduos de HHDP (hexa-hidroxidifenoíla-Dglucose, de configuração (R) ou (S) São obtidos pelo acoplamento oxidativo C-C entre dois resíduos de ácido gálico, espacialmente adjacentes A hidrólise das ligações éster libera ácido elágico e gálico (degradação em meio acido da casuarictina) Os elagitaninos isolados até o momento são monômeros, dímeros, trímeros e tetrâmeros; Presentes em pele de romã, casca de romãzeira, folhas de eucalipto, castanha, casca de carvalho etc.

TANINOS CONDENSADOS São oligômeros e polímeros formados pela policondensação de duas ou mais unidades de flavan-3-ol e flavan-3,4-diol. Produzem pigmentos avermelhados nos vegetais Não são hidrolisados e não contêm um núcleo açucarado. Podem ser divididos pela presença ou ausência de hidroxila na posição C-5 do anel A.

De acordo com a nomenclatura trivial proposta por Weinges et al. (1968) e Thompson et al. (1972), os dímeros de procianidinas são divididos em dois grupos: A e B. Grupo B: Procianidinas que possuem uma ligação C-C entre o C-4 da unidade “superior” e o C8 ou C-6 da unidade inferior. Grupo A: Possuem complementarmente uma ligação do tipo éter. TANINOS MISTOS Este grupo, como o próprio nome diz, apresenta-se como uma mistura dos dois grupos anteriores. Assim, os elagitaninos C-glicosídicos ligam-se a uma unidade de um tanino condensado.

DISTRIBUIÇÃO Proantocianidina ocorrem amplamente em gimnospermas e angiospermas Taninos hidrolisáveis ocorrência mais restrita - Rosaceae, Fabaceae, Hamamelidaceae; FUNÇÕES NOS VEGETAIS No reino vegetal os taninos podem agir protegendo a planta contra o ataque de herbívoros Complexação entre taninos e proteínas da saliva do inseto confere sabor adstringente, dificultando a digestão da planta.

BIOGENESE

PROPRIEDADES FISICO QUIMICAS Formam sólidos amorfos Solúveis em água (formam soluções coloidais) e em solventes orgânicos polares (acetona, álcool, glicerina). A solubilidade depende do grau de polimerização; Insolúveis em solventes orgânicos apolares (éter, clorofórmio); Capacidade de precipitar com alcalóides, proteínas, celulose e outras macromoléculas; coM hidróxido de cálcio e de bário; com molibdato de amônio; Formam complexos (são agentes quelantes) com metais pesados (cobre, mercúrio, chumbo, estanho, zinco etc.); Se oxidam com facilidade, principalmente em meio ácido, podendo atuar como agentes antioxidantes. METODOS LABORATORIAIS Precipitação com cloreto férrico (FeCl3): coloração azul = taninos hidrolisáveis; coloração verde = taninos condensados Precipitação com soluções de gelatina e/ou de alcalóides (quinina, cafeína etc.) e/ou de metais pesados

Doseamento por precipitação de pó de pele (fonte de colágeno = proteína), por espectrofotometria Doseamento por precipitação de hemoglobinas e/ou de albumina bovina sérica Cromatografia.

ISOLAMENTO, PURIFICAÇÃO E ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL Condições : Secagem da droga vegetal abaixo de 50 ºC e na ausência de luz solar; Seleção de solventes: misturas de acetona ou metanol com água; Extração com baixas temperaturas e por métodos rápidos.

Purificação: Partição do extrato inicial com solventes como AcOEt e n-BuOH; cromatografia em coluna em Sephadex LH-20®, com gel de sílica de fase reversa C18, polímeros vinílicos MCI-gel CHP- 20P; Diaion HP20 e Toyopearl HW-40; CLAE AÇÕES FARMACOLOGICAS E USOS 3 características gerais principais: 1- complexação com íons metálicos 2- atividade antioxidante e seqüestradora de radicais livres 3- complexação com macromoléculas USOS: Antídotos em intoxicações por metais pesados e alcalóides; Adstringentes: • •

Via externa: cicatrizantes, hemostáticos, protetores e reepitelizantes; Via interna: antidiarreicos

Anti-sépticos Antioxidantes Antinutritivos

APLICAÇÕES INDUSTRIAIS Curtimento de couro; Fabricação de tintas; Reagentes para detecção de gelatina, proteínas e alcalóides; Junto com outros compostos, produção de agentes floculantes e coagulantes para tratamento de água

Produção de espumas de uretano (boa resistência à flamabilidade); Desenvolvimento de sabor adstringente de vinhos, sucos de frutas, chás e outras bebida, etc.

HAMAMÉLIS - folhas de Hamamelis virginiana L., HAMAMELIDACEAE Arbusto ou pequena árvore nativa do leste da América do Norte. Constituites: 7 a 10% de taninos, principalmente: α, β, e γ- elagitaninos (hamamelitaninos) e ácido gálico livre. Indicada para o tratamento de lesões cutâneas leves, processos inflamatórios da pele e das membranas mucosas, hemorróidas e problemas associados a veias varicosas, flebite, com aplicação tópica. Na Alemanha a casca também é considerada droga. É também indicada para tratamento da diarréia aguda, inflamação das gengivas e da mucosa bucal. Também se utiliza a água destilada de hamamélis ou extrato de hamamélis. Principais indicações: varizes, hemorróidas, traumatismo, inflamações ou hemorragias cutaneas Contra indicações: gastrites e úlceras duodenais Dose: •Uso interno: tintura (1:10): 50 a 100 gotas 2 a 3x/dia •Extrato seco (5:1): 0,3 a 1 g por dia. •Uso externo: extrato glicerinado (5:1): em forma de pomada, gel ou creme, em varizes com massagem em sentido ascendente

ESPINHEIRA-SANTA - folhas de Maytenus ilicifolia Reissek e Maytenus aquifolium Mart. , CELASTRACEAE Subarbusto de caule lenhoso, nativa do sul do Brasil, Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina. Conhecida como cancorosa ou cancerosa por ser usada popularmente no tratamento de câncer de pele (uso tópico). Constituintes: taninos condensados (grupo das catequinas), alcalóides e triterpenos de natureza quinóide, flavonóides, entre outros. Apresenta atividade antiulcerogênica semelhante à cimetidina. Externamente é usada como cicatrizante e anti-séptica. Principais indicações: dispesias e gastralgias; Contra-indicações: gravidez, lactação e crianças menores de 6 anos

Barbatimão – cascas de Stryphnodendron adstringens - (Mart.) Coville , Leguminosae O uso popular do gênero Stryphnodendron é bastante difundido entre a população nativa do cerrado brasileiro. Os principais usos preconizados popularmente para as cascas do vegetal são: cicatrizante, tratamento de leucorréia, adstringente, coagulante sangüíneo, antidiarréico e anti-séptico. Farmacopéia Brasileira. Padronização do Extrato e produção tecnológica de pomada cicatrizante.

QUEBRA PEDRA – partes aéreas de Phyllanthus niruri L. – EUFORBIACEAE Arbusto que pode atingir 4 m de altura, nativo de regiões tropicais da America Central e do Sul. Cultivado na Índia; Constituintes: flavonóide, alcalóides e taninos Usada popularmente para a eliminação de cálculos renais e como diurético; Principais indicações: Litíase renal; Precauções: gravidez e lactação; Dose: Tintura (1:10): 30 gotas 3x/dia.

RATÂNIA – raízes de Krameria triandra Ruíz e Pavon., CRAMERIACEAE arbusto originário dos Andes peruano e bolivianos. Constituintes: taninos hidrolisados e condensados, a droga vegetal deve conter no mínimo 10% de taninos expressos em pirogalol. Apresenta ação adstringente, anti-séptica e cicatrizante. Uso: venoprotetora, feridas, flebites entre outros; Indicações: Hemorróidas e fissuras anais, inflamações da mucosa orofaríngea e diarréias. Efeitos secundários: aumento da secreção gástrica. Precauções: não usar por mais de 2 semanas consecutivas; Dose: • tintura(1:10): 5 a 10 gtas, 1 a 2x/dia; •Extrato seco: (5:1): 0,5 a 1g ao dia; •Supositórios: 1 g de extrato para um supositório, 1 a 3x/dia....


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