Apontamentos Motivação e Emoção PDF

Title Apontamentos Motivação e Emoção
Course Motivação E Emoção
Institution Universidade da Beira Interior
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Summary

Capítulo 1O estudo da motivação e da emoção é uma ciência comportamental. O termo ciência indica que respostas para uma questão motivacional requerem evidência empírica objetiva e baseada em dados obtida de resultados de pesquisas bem conduzidas e revistas por profissionais da área. Ao invés de se b...


Description

Capítulo 1 O estudo da motivação e da emoção é uma ciência comportamental. O termo ciência indica que respostas para uma questão motivacional requerem evidência empírica objetiva e baseada em dados obtida de resultados de pesquisas bem conduzidas e revistas por profissionais da área. Ao invés de se basear em insights pessoais, a pesquisa sobre motivação e emoção procura construir teorias sobre a forma como os processos motivacionais funcionam. É destas teorias da motivação e emoção que podem ser geradas hipóteses e estas hipóteses podem ser alvo de testes empíricos objetivos para verificar o seu mérito científico.

O que causa o comportamento? A primeira questão fundamental da motivação é “o que causa os comportamentos?” ou, colocado de forma diferente, “porque é que ela fez aquilo?” e “porque é que ele procura uma coisa em particular num tempo em particular?”. Vemos as pessoas a comportarem-se, mas não vemos a causa que está por detrás e que causa esse comportamento gerado. Observamos pessoas a demonstrar grande esforço e persistência (ou nenhuma até), mas as razões pelas quais elas procuram certas coisas e mostram grande esforço e persistência enquanto o fazem continuam não observáveis. Motivação existe como um campo científico para responder a esta questão. Para explicar o que causa o comportamento, temos de expandir esta questão

geral para uma série de cinco questões específicas: → Porque é que o comportamento inicia? → Uma vez começado, porque é que o comportamento é mantido ao longo do tempo? → Porque é que o comportamento é dirigido para alguns objetivos e afastado de outros? → Porque é que o comportamento muda a sua direção? → Porque é que o comportamento para? Assim, a primeira questão fundamental da motivação pode ser elaborada dentro do estudo de como a motivação afeta a iniciação, persistência, mudança, direção de objetivos e eventual término de um comportamento. Esta questão tanto é 1 grande questão como 5 questões inter-relacionadas. De qualquer das formas, o primeiro problema essencial numa análise motivacional do comportamento é compreender como a motivação participa, influencia e ajuda a explicar um comportamento recorrente de uma pessoa. De forma importante, motivação e emoção influenciam mais do que apenas o comportamento. Motivação e Emoção também influenciam os nossos pensamentos, sentimentos, sonhos e aspirações. Daí que seja inteligente expandir a questão de “o que causa os comportamentos?” para uma pergunta mais geral de “O que causa atividade- não só o nosso comportamento, mas também os nossos pensamentos, sentimentos e sonhos?”.

Porque é que a intensidade do comportamento é variável? A segunda questão fundamental da motivação é “Porque é que a intensidade do comportamento é variável?”. Outras formas de perguntar esta mesma questão seriam “Porque é que o desejo é forte e resiliente numa altura e é fraco e frágil noutras alturas?” e “Porque é que a mesma pessoa escolhe fazer coisas diferentes em alturas diferentes?”. O comportamento varia na sua intensidade, e a sua intensidade varia tanto dentro do indivíduo como entre diferentes indivíduos. A ideia de que a motivação varia dentro do indivíduo significa que a pessoa pode estar ativamente relacionada a uma dada altura, mas que essa pessoa seja passiva a outra altura. Já a ideia de que a motivação pode variar entre indivíduos significa que, ainda que na mesma situação, algumas pessoas podem ser ativamente relacionadas e atraídas e outras podem ser passivas. Quando a motivação individual varia, o comportamento varia, conforme as pessoas

mostram alto ou baixo esforço e persistência forte ou frágil. Alguns dias o funcionário trabalhar rápido e com rigor, outros dias o trabalho é letárgico. Assim, o segundo problema essencial na análise motivacional do comportamento é compreender porque é que o comportamento duma pessoa varia na sua intensidade de um momento para o outro, de um dia para o outro, e de um ano para o outro. Entre diferentes pessoas, a motivação varia. Todos partilhamos as mesmas motivações e emoções básicas (e.g. raiva, fome), mas as pessoas claramente diferem naquilo que as motiva. Alguns motivos são relativamente fortes para uma pessoa mas relativamente fracos para outra pessoa. Para esses motivos, onde existem amplas diferenças individuais, os estudos da motivação investigam como é que estas diferenças trazem ao de cima e as implicações que têm. Portanto outro problema motivacional para resolver é reconhecer que os indivíduos diferem naquilo que os motiva e explicar o porquê de uma pessoa mostrar um relacionamento maior no comportamento numa dada situação enquanto que outra pessoa não.

Subject Matter Para explicar o porquê das pessoas fazerem aquilo que fazem, é necessária uma teoria da motivação. A teoria da motivação pretende explicar o que dá ao comportamento a sua energia e direção; o estudo da motivação concerne esses processos. Energia implica que o comportamento tem força- que é relativamente forte, intensa e persistente. Já a direção implica que o comportamento tem um propósito- que é direcionado ou guiado para atingir um resultado ou objetivo em particular. É responsabilidade da teoria explicar o que esses processos motivacionais são e também a forma como eles trabalham/funcionam para energizar e direcionar o comportamento da pessoa. Os processos que energizam e direcionam o comportamento emanam de forças provenientes do indivíduo e do seu ambiente. Motivos são experiências internasnecessidades, cognições e emoções- que energizam as tendências de aproximação e evitamento dos indivíduos. Eventos externos são ofertas/oferendas ambientais, sociais e culturais que atraem ou repelem o indivíduo a interagir ou não interagir num determinado curso de ação.

Motivos Internos Um motivo é um processo interno que energiza e direciona comportamentos; é então um termo geral para identificar o “plano comum” partilhado pelas necessidades, cognições e

emoções. A diferença entre um motivo vs uma necessidade, cognição ou emoção é simplesmente o nível de análise. Necessidades, cognições e emoções são só três tipos específicos de motivos. Necessidades são as condições dentro do indivíduo que são essenciais e necessárias para a manutenção da vida e para a nutrição de crescimento e bem-estar. Fome e sede exemplificam duas necessidades biológicas que surgem do requerimento do corpo para comida e água. Comida e água são ambas essenciais para a manutenção biológica, bem-estar e crescimento. Competência e sentimento de pertença exemplificam duas necessidades psicológicas que surgem do requerimento do self para mestria do ambiente e relações interpessoais. Competência e sentimento de pertença são essenciais e necessárias para a manutenção psicológica e bem-estar e crescimento psicológicos. As necessidades servem o organismo ao gerar “quereres”, desejos e ambições que motivam quaisquer comportamentos que sejam necessários para a manutenção da vida e promoção de bem-estar e crescimento. As Cognições referem-se a eventos mentais como pensamentos, crenças, expectativas e o autoconceito. As fontes cognitivas da motivação revolvem à volta das formas de pensar da pessoa. As Emoções são fenómenos subjetivos, fisiológicos, funcionais e expressivos de curta duração que nos preparam para reagir de forma adaptável a eventos importantes nas nossas vidas.

Eventos Externos Eventos externos são fontes de motivação ambientais, sociais e culturais que têm a capacidade de energizar e direcionar comportamentos. As fontes ambientais de motivação existem como estímulos específicos (dinheiro) ou eventos (ser elogiado); também existem na forma de situações generalizadas e ambientes que rodeiam o indivíduo (ambientes de sala de aula, estilos de parentalidade), ou na forma da cultura em que cada um vive. O incentivo ambiental de oferecer dinheiro muitas vezes age como um incentivo para comportamento de aproximação, enquanto que o evento ambiental de um odor não apelativo age como um incentivo para comportamentos de evitamento. O evento externo (dinheiro, odor) ganha a capacidade de energizar e de direcionar comportamentos na extensão de que ele assinala que um comportamento particular irá provavelmente produzir consequências reforçadoras ou punitivas. Portanto, incentivos externos precedem comportamentos e funcionalmente “puxam”/atraem comportamentos de aproximação da pessoa e repelem comportamentos de evitamento dela.

Expressões de motivação Todas as pessoas são motivadas, portanto a primeira questão a colocar é “Como é que se consegue afirmar a qualidade (ou tipo) e a quantidade de motivação de outra pessoa?”. Motivação é uma experiência privada, não observável e aparentemente misteriosa. Ao invés, podemos observar o que é público e observável e monitorizar essa informação para inferir tais motivações. Existem duas formas de inferir a motivação noutra pessoa. A primeira forma é observar as manifestações comportamentais da motivação. Para aferir fome, por exemplo, observamos se o João come mais rápido do que o normal, mastiga com vigor, fala em comer durante uma conversa, e ultrapassa maneiras sociais perante a oportunidade de comer. Comportar-se de forma rápida, vigorosa e específica implica que existe alguma força que está a energizar e direcionar o comportamento de consumo do João. A segunda forma de inferir motivação é tomar especial atenção aos antecedentes conhecidos por “levantarem” (trazer ao de cima) estados motivacionais. Depois de 72h privação de comida, a pessoa vai ter fome. Depois de se sentir ameaçada, a pessoa sentirá medo. Após ganhar uma competição, a pessoa sentir-se-á competente. Quando conhecemos os antecedentes da motivação de uma pessoa, conseguimos prever os seus estados motivacionais em avanço, e conseguimos fazê-lo com uma certa confiança/segurança. Mas estes antecedentes nem sempre são sabidos. Mais comum do que não, a motivação deve ser inferida das duas expressões via comportamentos, relacionamentos, fisiologia e auto-relato da pessoa.

Comportamento

Oito aspetos do comportamento expressam a presença, intensidade e qualidade da motivação: atenção, esforço, latência, persistência, escolha, probabilidade de resposta, expressões faciais e gestos corporais. Relacionamento → relacionamento refere-se à intensidade comportamental, qualidade emocional e investimento pessoal do envolvimento de outra pessoa durante uma atividade. Relacionamento comportamental representa a extensão na qual a pessoa demonstra atenção na tarefa, esforço e persistência. Relacionamento emocional expressa a extensão em que a atividade da pessoa é caracterizada por emoção positiva, como interesse e divertimento, ao invés de emoção negativa, como tristeza ou raiva. Relacionamento cognitivo expressa a extensão a que a pessoa ativamente monitoriza o quão bem as coisas estão a correr e usa estratégias de aprendizagem sofisticadas e de resolução de problemas. Ativação Cerebral e Fisiologia → conforme se preparam para interagir em diversas atividades, os cérebros tornam-se ativados e os sistemas nervoso e endócrino manufaturam e libertam várias substâncias químicas (neurotransmissores e hormonas) que providenciam os fundamentos biológicos para os estados motivacionais e emocionais. Para medirem essas alterações neurais e hormonais, os pesquisadores usam testes de sangue, testes à saliva, equipamentos psicofisiológicos e máquinas que observam atividade neural no cérebro (tomografia de emissão de positrões (PET scan)). Nestes são monitorizadas a ativação cerebral, atividade cerebral, atividade hormonal, batimentos cardíacos, pressão arterial, ritmo respiratório, diâmetro das pupilas, condutância e reatância da pele, atividade dos músculos esqueletais e outros índices que funcionamento fisiológico para inferir a presença e a intensidade de estados motivacionais e emocionais. Auto-relato → A quarta forma de recolher dados para inferir motivação é simplesmente perguntar. Questionários têm várias vantagens como serem fáceis de administrar e estarem especificados para a recolha de determinados dados/informações,

ainda que apresentem a enorme falha da desejabilidade social/facto das pessoas não responderem exatamente aquilo que fazem. Temáticas no estudo da motivação Benefícios da Adaptação da Motivação → as circunstâncias sofrem alterações constantemente, assim como os ambientes em que vivemos (casa, escola, trabalho). Alterações na fome, stress e mestria permitem a que as pessoas se tornem sistemas complexos adaptativos, permitindo assim a sua sobrevivência e bem estar. Os motivos direcionam Atenção e Preparam a ação →

os ambientes demandam

constantemente a nossa atenção, e fazem-no de diversas formas. Como é que alguém consegue afirmar se a atenção está alocada numa direção e não noutra? Muito dessa “afirmação” vem dos estados motivacionais. Os motivos têm uma forma de ganhar, e por vezes demandar, a nossa atenção para que possamos atender a um aspeto do ambiente que nos rodeia ao invés de outro(s). Os motivos variam ao longo do tempo e influenciam o decorrer do comportamento → motivação é um processo dinâmico, sempre a alterar, a subir e a descer, em vez de ser um evento discreto ou uma condição estática. Tipicamente, um motivo é mais forte e mais apropriado situacionalmente, enquanto que outros motivos são relativamente subordinados (um domina a nossa atenção enquanto que os outros estão relativamente “dormentes”). O motivo mais forte é o que tipicamente tem mais influência no comportamento, mas cada motivo subordinado pode tornar-se dominante mediante as mudanças nas circunstâncias e pode, assim, influenciar a corrente de comportamento. Existem vários tipos de Motivação → como um construto unitário, a motivação pode ser não existente, baixa, moderada, alta ou muito alta em termos de quanto é que cada um tem. Em contraste, vários teóricos da motivação sugerem que existem tipos importantes de motivação. Por exemplo, motivação intrínseca é diferente de motivação extrínseca (etc.). Uma análise completa da motivação responde a ambas as questões Quanta motivação? e Qual tipo de motivação? Motivação com ambas as tendências de aproximação e evitamento→ aproximação

de situações positivas e evitamento de situações que se mostram com consequências negativas. Estudos de motivação revelam o que as pessoas querem → o tópico da motivação e emoção concerne aquilo que todos queremos, desejamos, esperamos e do que temos medo. Examina questões como se as pessoas são essencialmente boas ou más, naturalmente ativas ou passivas, altruístas ou egocêntricas, livres de escolha ou biologicamente determinadas, e se as pessoas abrigam em si próprias tendências para o crescimento e auto-atualização. A necessidade dos motivos terem condições “apoiantes” para se desenvolverem bem → a motivação de uma pessoa não pode ser separada do contexto em que está embutida. A motivação é afetada e de certa forma dependente do contexto social em que a pessoa cresceu e se desenvolveu, bem como aqueles que estavam presentes nesses processos. É aplicado na educação, trabalho, desporto e exercício e terapia. Desenvolvimento de teorias práticas → uma teoria é um conjunto de variáveis (ex.: autoeficácia, objetivos e esforço) e as relações que se assumem existir entre essas variáveis (ex.: crenças de autoeficácia encorajam as pessoas a definir objetivos, e quando definidos, estes encorajam altos níveis de esforço).

Putting it all together: um quadro para entender o estudo da motivação Condições anteriores afetam o status motivacional subjacente da pessoa, e o aumento e a diminuição desse status motivacional criam um sentido integrado de "querer" (ou não querer) e o impulso de abordar (abordar e participar) em vez de evitar (escapar e parar de participar), que é expresso por um padrão de comportamento energético e direcionado a objetivos, envolvimento, ativações e fisiologia do cérebro e auto-relato. Exemplo ilustrativo → as horas de privação de alimentos (condição antecedente) causarão uma redução subsequente da glicose no sangue (mudança na necessidade fisiológica) que será representada na consciência como uma sensação de fome e desejo de comer, que energizará e direcionará o comportamento subsequente e envolvimento cerebral, ativações e fisiologia e auto-relato. Da mesma forma, receber feedback positivo por um trabalho bem feito (condição de fundo) alimenta uma perceção de competência

que cultiva a sensação de querer melhorar, o que aumenta o comportamento persistente, desencadeia o relacionamento, acalma a fisiologia alterada e inspira auto-relatos, como “Isto é divertido”. Da mesma forma, uma ameaça à pessoa (condição antecedente) pode gerar medo (emoção) e, consequentemente, um sentimento de querer fugir e se proteger, um sentimento que pressagia o comportamento da pessoa (correr), o seu envolvimento (processamento

de

informações),

fisiologia

(frequência

cardíaca)

e

auto-relato

(preocupação, nervosismo).

O modelo ilustra como os psicólogos motivacionais respondem às questões da área. Ou seja, o modelo identifica as condições nas quais os motivos aumentam e diminuem (dependendo da influência das condições antecedentes), ilustra o objeto de estudo da motivação (necessidades, cognições, emoções) e ilustra o modo como as mudanças na motivação são expressas explicitamente (comportamento, envolvimento, ativações e fisiologia do cérebro e autorrelato). O trabalho de uma teoria é constituído pela forma como esses processos trabalham juntos para explicar um fenómeno motivacional específico.

Capítulo 2 Origens filosóficas dos conceitos motivacionais As raízes intelectuais do estudo da motivação têm origem na Grécia Antiga- Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão (aluno de Sócrates) propôs que a motivação fluía de uma alma tripartida (ou mente, psique) organizada hierarquicamente. No nível mais primitivo, o aspeto apetitivo contribuía para apetites e desejos corporais, como fome e sexo. O aspeto competitivo contribuiu para padrões de referência social, como sentir-se honrado ou envergonhado. No nível máximo, o aspeto do cálculo contribuiu para habilidades de tomada de decisão, como razão e escolha. Para Platão, esses três aspetos diferentes da alma

motivavam e explicavam os diferentes campos de comportamento. Da mesma forma, cada aspeto superior pode regular os motivos dos aspetos inferiores (por exemplo, a razão pode controlar o apetite). Curiosamente, a descrição da motivação de Platão antecipou a psicodinâmica de Sigmund Freud (por exemplo, ver o Livro IX de Platão): de grosso modo, o aspeto apetitivo mencionado por Platão corresponde ao id de Freud, o aspeto competitivo ao superego e o aspeto do cálculo ao eu. Aristóteles endossou a alma tripartida de organização hierárquica de Platão (apetitiva, competitiva e calculista), embora ele preferisse uma terminologia diferente (nutritiva, sensível e racional). O aspeto nutricional foi o mais impulsivo, irracional e animal. Contribuiu para os impulsos corporais necessários para sustentar a vida. O aspeto sensível também estava relacionado ao corpo, mas regulava o prazer e a dor. O componente racional da alma era exclusivo aos seres humanos, pois estava relacionado a ideias, era intelectual e caracterizava-se pela vontade. A vontade operava como o nível mais alto da alma, pois usava a intenção, escolha e aquilo que é divino e imortal. Centenas de anos depois, a psique tripartida grega foi reduzida a um dualismo; as paixões do corpo e a razão da mente. A alma de duas partes retinha a natureza hierárquica dos gregos, pois a principal distinção era feita entre aquilo que era irracional, impulsivo e biológico (o corpo) versus o que era racional, inteligente e espiritual (a mente). O ímpeto para essa reinterpretação deveu-se principalmente ao compromisso intelectual com a era das dicotomias motivacionais, como paixão versus razão, bem contra o mal e natureza animal contra a alma humana. Por exemplo, Tomás de Aquino sugeriu que o corpo fornecia impulsos motivacionais irracionais, baseados no prazer, enquanto a mente fornecia motivações racionais baseadas na vontade. Na era pós-renascentista, René Descartes, ...


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