Apresentação do Trabalho - Teocracia Papal - História Medieval XIII-XV PDF

Title Apresentação do Trabalho - Teocracia Papal - História Medieval XIII-XV
Course Medieval History
Institution Universidade Nova de Lisboa
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Summary

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO: “A TEOCRACIA PAPAL”No século XI, a Europa medieval passou por grandes transformações. Novas cidades surgiram a partir do século xi e, com o aprimoramento das técnicas de produção no campo aumentando a produção de alimentos (arado, por exemplo) vários camponeses se deslocara...


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APRESENTAÇÃO DO TRABALHO: “A TEOCRACIA PAPAL” No século XI, a Europa medieval passou por grandes transformações. Novas cidades surgiram a partir do século xi e, com o aprimoramento das técnicas de produção no campo aumentando a produção de alimentos (arado, por exemplo) vários camponeses se deslocaram para as cidades e passaram a exercer atividades como artesanato e o comércio. Em suma, acelarou o processo de urbanização da Europa. A Teocracia Papal é sobretudo a pretensão do poder papal em possuir as duas espadas, o poder temporal e o poder espiritual. Esta Teocracia Papal, por vezes, é denominada de Reforma Gregoriana. E também às vezes é remetido este nome para Gregório VII, afirmando que foi este o fundador esta política papal. Mas este pensamento é errado. Apesar do papa Gregório VII ter intensificado esta política, não foi ele o fundador dela. A origem desta política remete-nos para alguns anos antes com o Papa Leão IX. O papa Leão IX (1049 - 1054) é o primeiro que tentar possuir poderes também temporais. Durante os 5 anos do seu mandato, estabelece que os bispos não deveriam ser principes do Império, mas sim simples teólogos. Para além disso, tenta proibir um casamento real: o casamento entre o futuro Guilherme I (filho de Roberto I, duque da Normandia) e sua futura esposa Matilde de Flandres, mas sem sucesso. O papa afirma que este casamento é ilegitimo pois Guilherme é filho de uma relação paralela à releaza, ou seja, é bastardo. Após a morte de Henrique III de França, o poder clerical executa um golpe. Na sucessão de Henrique III havia um filho deste, todavia, com apenas quatro anos de idade. Em função desta instabilidade governativa, é eleito o cardeal Frederico de Lorena, futuro Estêvão IX, para o seu cargo. Isto tudo sucedesse sem o consentimento imperial. E após Estêvão IX, temos Nicolau II (1059-1061) com uma eleição e condições de poder igual ao anterior. É Nicolau II quem dá azo á publicação do decreto de abril de 1059. O quê é que esta norma tinha de especial? Para quê é que os clérigos queriam este decreto? É que com esta norma o Papado ficava livre de tutelas imperiais. Esta norma reserva a eleição pontifical “exclusivamente aos cardeais, cuja escolha seria ratificada por aclamação do clero (…) Hildebrando (Gregório VII), após cerca de uma década de governação de Alexandre II, chegou ao posto mais alto do pontificado pela mão popular. Este monge como era bastante energético e dotado de carisma de líder, conseguiu chegar a papa, ficando denominado como papa Gregório VII (1073 - 1085). Heresia – Divergência de doutrina divina. O papa Gregório VII em 1074 “renovou as condenações da simonia (troca de poderes divinos em função de dinheiro) e do nicolaísmo (espécie de heresia que defendia a poligamia)”. Em termos práticos, isto significou a “prescrição dos clérigos precavidores” e o reforço do celibato eclesiástico, nomeadamente no “funcionamento

do matrimónio” e “da parentela simbólica”. Mas atenção isto apenas no inicio da sua política intensificadora. Nos anos posteriores, Gregório VII intensificou a política papal. As normas mais importantes e mais conhecidas historicamente, são um conjunto de 27 proposições: os Dictatus Papae. Neste documento, o antigo monge legitima o seu poder. Ele (Gregório VII) afirma que só ele é que tinha legitimidade para ter o cargo de líder absolutista e universal. E porquê? Porque foi Deus que lhe concebeu esse “trabalho” na terra. Através deste poder, concebido pela divindade, ele poderia depor qualquer imperador, por exemplo. Assim sendo, segundo Gregório VII, só o poder papal é que tinha o domínio do Mundo. Em consequência destes decretos de 1075, os respetivos imperadores não gostaram. Na Inglaterra, na Espanha ou em França não foi permitido o Dictatus Papae. Não só nestas localidades se verificou uma “luta antipapal”, também no Império Germânico tivemos sobressaltos. Por exemplo: Henrique IV, com o apoio incondicional dos bispos – que não queriam perder o seu poder -, é deposto em 1076. Este imperador por força de “revoltas na Germânia e pelo abandono dos bispos”, no ano seguinte, subjuga-se e implora o perdão ao papa. Estranhamente, Gregório VII concede-lhe o levantamento da excomungação. O que é que se sucede? Vamos ter outra vez o conflito entre os dois, papa e imperador. Não obstante, nada será como antes. Gregório VII morre em 1085. Urbano II (1088 - 1099) Grande responsável pela expansão do cristianismo. Em 1095 convocou um conjunto de cristãos para criar uma guerra contra os muçulmanos, com o objetivo de reconquistar Jerusalém. Este episódio marcou o inicio das conhecidas cruzadas. Mas porquê é que este papa pretendia isto? Desde o século X “a imagem de Jerusalém foi uma obsessão cada vez maior para os cristãos”. A libertação do caminho para a Terra Santa (ocupada pelos turcos), o combate aos planos de invasão da Europa dos turcos, o desejo de maior riqueza foram algumas das medidas mais ambicionadas por este papa. Não devemos esquecer, contudo, que esta ambição da conquista da Terra Santa foi também uma justificação para combater os “inimigos exteriores (…) e rivais políticos”. No plano político a sua estratégia foi o isolamento do imperador. Para tal efeito, pretendia obter o apoio de clérigos nacionais para poder ter forças aliadas no seio do Império Germânico. Como não poderia deixar de ser, a resposta dos monarcas e/ou imperadores não tardou, tal como se verificou desde o inicio do século VII. A luta contra esta teocracia papal verificou-se na tentativa de influência dos monarcas na eleição de bispos, abades e, até mesmo, de papas. Todavia, em 1122, com o papa Calisto II (1119 - 1124) este conflito das Investiduras encontrou um período mais pacifico. Em resultado da Concordata da Worms,

proposto por Henrique V – apologista da crença cristã -, os monarcas poderiam nomear bispos, mas de forma parcial, ou seja, quem teria sempre a decisão mais forte seria o Papa. Grosso modo, este acordo separava o poder espiritual do poder temporal. Como é óbvio, este texto não teria êxito: vai contra a reforma gregoriana. A partir de 1198 temos uma ligeira diferença na ação e pensamento pontífice. No inicio deste ano, chega ao poder o papa Inocêncio III (1198 - 1216). Inocêncio III, que tinha passado por uma escola de Bolonha, possuía um pensamento um pouco diferente dos seus antecessores. Ele considerava que haviam dois poderes: a soberania absoluta (que os papas devem deter) e o poder político (gerido pelos imperadores, em função das vontades divinas). Em suma, isto significava que tudo estava ligado á divindade. Por força disto, Inocêncio III aplica uma forte administração e fiscalidade eclesiástica, apelida á reconquista de territórios perdidos para o mundo muçulmano, serve de juiz nos conflitos entre imperadores. Toda esta magnitude papal faz com que Inglaterra, Aragão, Portugal ou Polónia estejam sobre alçada papal. “O papa quis (…) tornar-se o guia da sociedade cristã”. Esta frase caracteriza, em larga medida, a política levada a cabo por Inocêncio III....


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