E-folio A Semiotica PDF

Title E-folio A Semiotica
Course Semiótica
Institution Universidade Aberta
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E-FÓLIO A:RECENSÃO CRÍTICA DE FIDALGO & GRADIM (2005)Unidade Curricular: SemióticaCódigo: 51118Docente Responsável: Prof. Doutora Hanna BatoréoRenata da Conceição Rafael Nº 2002944 Universidade Aberta Curso: Licenciatura em Humanidades 09/04/Recensão crítica de: FIDALGO, António & An...


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E-FÓLIO A: RECENSÃO CRÍTICA DE FIDALGO & GRADIM (2005)

Unidade Curricular: Semiótica Código: 51118 Docente Responsável: Prof. Doutora Hanna Batoréo

Renata da Conceição Rafael Nº 2002944 Universidade Aberta Curso: Licenciatura em Humanidades 09/04/2021

Recensão crítica de: FIDALGO, António & Anabela GRADIM (2005). Manual de Semiótica. Universidade da Beira Interior: Biblioteca on-line de Ciências de Comunicação, http://www.bocc.ubi.pt/pag/fidalgo-antonio-manual-semiotica-2005.pdf Como podemos definir o que é a semiótica? A resposta mais descomplicada seria simplesmente dizer que é a ciência que estuda os signos, mas isso seria remeter um assunto tão complexo e estruturado, à mais pura banalidade. António Fidalgo e Anabela Gradim, ambos professores universitários, tentam responder a essa questão, com o livro Manual de Semiótica, mas sabem que para compreender a semiótica, temos de primeiro saber como surgiu a atração por essa área, quem deu os primeiros passos e a sua evolução natural. A presente obra encontra-se dividida em quatro partes, cada uma delas subdivididas em capítulos com diferentes conteúdos de carácter informativo e técnico. A primeira parte, designada Prolegómena, serve o propósito de nos introduzir à semiótica, à sua história e evolução, utilizando alguns termos técnicos, mas na sua generalidade a informação é de fácil acessibilidade e compreensão para todos os leitores. Como introdução os autores iniciam esta jornada com a designação do que são signos e como tudo o que nos rodeia, são signos relacionados entre si, e como a língua é considerada um signo, aliás, a língua é considerada o sistema de sinais no mais alto grau devido à sua complexidade, e mencionando Sócrates, Hermógenes e Crátilo e como eles analisaram uma questão basilar: a palavra tem o poder de atribuir um nome às coisas por meio de um acordo natural ou pelo contrário, é baseado numa convenção arbitrária? As possíveis respostas a essa pergunta, contribuíram para autores como Santo Agostinho, Bacon, Hispano e Fonseca formularem hipóteses sobre o que é o signo, a significação e a conexão com a língua, o que permitiu a João de São Tomás elaborar, o que hoje em dia é considerado, o primeiro tratado de semiótica. A abordagem de apresentar uma breve história da semiótica permite ao leitor enquadrar os conceitos de signos, significação e língua e ao mesmo tempo verificar como os mesmos sofreram uma evolução. Na segunda parte da obra, intitulada Sistemática, encontram-se capítulos de carácter técnicos, permitindo aos leitores ter uma abordagem mais profunda das propriedades constituintes dos signos e onde são apresentadas as propriedades sintácticas, semânticas e pragmáticas destacando como os signos têm de seguir regras e o seu agrupamento também tem de seguir certas regras, sendo este o ponto basilar das propriedades sintáticas, tais como o que é um 1

signo simples ou complexo, ou como a interiorização de que não se pode compreender um signo sem saber qual o seu lugar e função no todo linguístico. A obra continua com as propriedades semânticas, assinalando como nem sempre o significado do signo corresponde a uma referência, permitindo a assimilação das conceções duais, com menção a Saussure e ao signo linguístico de duas fases, e as conceções triádicas, que têm por base a relação entre símbolo, referente e referência. De mencionar, o enquadramento das distinções de uma semiótica denotativa e uma semiótica conotativa, o que facilita aos leitores a compreensão de que os signos podem ter diversos níveis de significação, com o sentido primeiro seguido de um sentido segundo assente no primeiro e assim sucessivamente. O conceito de código é apresentado como dois conjuntos ligados entre si numa relação de correspondência dos seus constituintes, e como a

correspondência de um constituinte de um conjunto com um

constituinte do outro conjunto corresponde a um domínio do código da língua e permite “(…) saber qual o significado que corresponde a determinado significante” (2005:97) mas como as circunstâncias permitem descodificações diferentes, isso interliga-se com as propriedades pragmáticas do signo, ou seja, com a relação dos signos com os seus utilizadores. As regras pragmáticas permitem estabelecer as condições onde algo se torna um signo para quem o está em interpretar e como há que ter em conta o contexto em que o mesmo é utilizado, e como tem de haver uma diferenciação entre língua e fala, passando pelo conceito de que um signo pode não ser só uma coisa, mas também uma ação manifesta através de afirmações ou promessas que têm de satisfazer algumas condições específicas, e como no ato da fala encontramos duas partes, uma ilocucional, com ênfase no que se está a dizer, e outra proposicional, que propõe a ação em si e como essas duas partes podem variar independentemente, e também como o ato da fala pode utilizar três usos da linguagem, apresentado pelos autores num quadro elucidativo e bem estruturado. Este capítulo apresentase com termos bastante técnicos, que se mostram necessários para demonstrar aos leitores a complexidade estrutural da semiótica, com as suas propriedades e como o estudo dos signos está em constante evolução. A terceira parte, Complementos, sendo a menos extensa, não deixa de ser fundamental para a assimilação da essência da obra, e como o título indica, completa a exposição da semiótica com menção do método pragmatista de Peirce e como este método é utilizado para entender qual o significado do signo, ao que ele se refere e qual o pensamento que está associado a ele, da forma como o quadrado semiótico de Greimas mostra as relações entre signos, e como a semiótica abrange diversos campos, tais como a comunicação não verbal, a zoosemiótica, que se mostra como uma investigação que apresenta vantagens em estudar semioses não humanas 2

e traduzir as mesmas no campo humano e as artes nas suas diversas formas – literatura, teatro, passando pela música, cinema, pintura, entre outras – com abordagens ou sintáticas, ou semânticas ou pragmáticas. Suplementos, é o último e mais extenso capítulo onde é apresentado primeiramente a semiologia de Saussure, e o estudo do signo linguístico, com uma metodologia dual, centrada no significante e significado com características diversas, entre elas a arbitrariedade do signo linguístico. O capítulo continua com uma exposição bastante extensa da semiótica triádica de Peirce, com riqueza de informação e vastos conhecimentos dessa metodologia. Está evidenciado a classificação dos signos por categorias aplicadas aos três elementos dos signos – representamen, objeto e interpretante - a chamada tricotomização e consequentemente a divisão por dez classes distintas, que é mostrada por meio de um organizado e sucinto quadro sistemático. Termina o capítulo com as noções de economia e eficácia dos signos, referindo-se o primeiro à definição de um conjunto limitado de signos que permite a utilização infinita de um número ilimitado de mensagens e o segundo, como a harmonia entre a economia e a utilização correta do signo para o seu fim adequado. O Manual de Semiótica, consiste numa obra onde são expostas as diversas vertentes da ciência que estuda os signos e as suas áreas de investigação. Permite aos leitores ter uma introdução à semiótica e ao seu objeto e como esses estudos remontam a tempos helénicos e como o interesse na área levou a diferentes abordagens ao assunto, sem esquecer nomes como Ferdinand de Saussure e Charles Sanders Peirce que estão intimamente ligados a esta ciência, utilizando termos técnicos quando necessário mas na globalidade a informação é acessível e compreensível aos leitores e como tal trata-se de uma obra de grande relevância para todos os estudiosos da área.

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